Com a guerra na Ucrânia e a pressão da alta dos preços, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) definiu nesta quarta-feira (16) o novo patamar dos juros básicos da economia brasileira. No nono aumento seguido, a taxa Selic subiu 1 ponto percentual, passando dos atuais 10,75% para 11,75% ao ano, o maior nível desde fevereiro de 2017.
“No cenário externo, o ambiente se deteriorou substancialmente. O conflito entre Rússia e Ucrânia levou a um aperto significativo das condições financeiras e aumento da incerteza em torno do cenário econômico mundial. Em particular, o choque de oferta decorrente do conflito tem o potencial de exacerbar as pressões inflacionárias que já vinham se acumulando tanto em economias emergentes quanto avançadas”, afirmou o Banco Central em nota após a reunião do Copom.
O resultado já era esperado pelo mercado. Isso porque a inflação do país segue alta e dá sinais de que não está sofrendo o impacto dos juros altos, que deveriam tirar recursos do mercado e, assim, baixar os preços.
Além disso, a invasão russa da Ucrânia pressiona a inflação no mundo, o que se reflete no Brasil. O Banco Central dos Estados Unidos também decidiu nesta quarta-feira aumentar a taxa de juros pela primeira vez desde 2018. A guerra impacta a oferta de commodities, principalmente aquelas em que a Rússia tem peso, como petróleo, trigo, fertilizantes e minerais.