Pesquisa com 4 mil empresários de todo o Brasil mostra que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI) são considerados, pelo setor privado, como as entidades que mais contribuem para a qualificação profissional no país. Sondagem realizada pelo Instituto FSB Pesquisa aponta que as instituições têm imagem altamente positiva com altas taxas de aprovação no setor privado.
Os empresários ouvidos são CEOs, presidentes, vice-presidentes e sócios de empresas de micro, pequeno, médio e grande portes de todo país. A pesquisa buscou avaliar a percepção sobre a qualidade do ensino técnico no Brasil, a qualidade da educação básica técnica e profissional oferecida por SESI e SENAI e a imagem que os empresários têm das instituições, em comparação com outros atores do ensino técnico. Numa escala de 0 a 10, as entidades do chamado Sistema S receberam nota 7,0 por sua contribuição à qualificação profissional, frente aos 6,3 da rede privada e 4,9 da rede pública.
Quando se referem aos cursos do SENAI e às ações de educação do SESI, a opinião também é positiva. Para 83,2% dos entrevistados, os cursos do SENAI são ótimos ou bons, enquanto 77,4% têm a mesma visão sobre as ações do SESI. Quando perguntados sobre a imagem de SESI e de SENAI, 89,7% a consideram positiva. A parcela que avaliou como negativa somou 2,5%. Em relação ao trabalho realizado pelas duas instituições, 35,4% dos entrevistados consideram como ótimo e 49,8% bom, enquanto 1% percebem a atuação das duas casas como ruim ou péssima.
Com investimentos em mais de 180 municípios no país, a empresa de saneamento básico BRK Ambiental utiliza os serviços do SENAI para qualificar novos funcionários. A responsável técnica social da BRK no Maranhão, Amanda Cardoso, explica que a parceria atende a uma demanda nacional de qualificar as comunidades atendidas pela empresa.
“Com esse curso, a gente desempenha o nosso papel de desenvolver a mão de obra local e gerar emprego e renda também. A gente consegue proporcionar tudo isso para a comunidade na qual a gente atua”, afirma.
O jovem Alex Muller, 23 anos, fez o curso de encanador em 2017, no estado. O desempenho dele foi tão positivo que logo foi contratado para fazer serviço de campo na BRK. Depois disso, ganhou nova posição na empresa e foi promovido ao cargo de assistente de responsabilidade socioambiental.
“Foi uma surpresa muito grande para mim. Eu não esperava porque muitas pessoas diziam que o curso não ia para frente, que era só história. Mas eu acreditei e continuei. Hoje em dia, eu sou um exemplo na minha rua porque eu acreditei, e esse curso que eu fiz mudou muito a minha vida”, conta Alex.
Além do curso de encanador, a empresa também utiliza os instrutores da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), tanto do SENAI quanto do SESI, para capacitar a comunidade nos cursos de designer sustentável e cozinha sustentável. Ambos adotam uma proposta de educação ambiental para tornar os moradores conscientes e gerarem economia solidária.
O deputado federal Glaustin Fokus (PSC-GO), que estudou em uma escola SESI em Goiânia, avalia que as instituições do Sistema S são uma importante ferramenta de desenvolvimento social e econômico.
“Hoje, uma grande dificuldade de empresários, que eu também sou, é pegar uma pessoa preparada e qualificada. E o Sistema S faz isso para nós, tem uma relevância muito grande para o estado. Eu sou deputado federal, e com muita tranquilidade e humildade, eu digo: ‘sou fruto do Sistema S’”, defendeu.
Serviços
Além de prestarem serviços voltados para a educação no mundo do trabalho, o SESI e o SENAI também têm avaliação positiva entre empresários industriais. As soluções de tecnologia e inovação foram consideradas como ótimas ou boas para 68,2% dos entrevistados.
Em 2018, o SENAI realizou 2,3 milhões de matrículas. A entidade possui 587 unidades fixas, além de 457 escolas-móveis, sendo duas delas barcos-escola na região da Amazônia. No mesmo período, o SESI beneficiou mais de 3,5 milhões de pessoas com serviços de saúde e segurança, além de aplicar mais de 989 mil vacinas.
(Diário do poder)