Semsur espera 100 mil visitantes no Dia de Finados em Natal

A Secretaria de Serviços Urbanos de Natal (Semsur) espera pelo menos 100 mil visitantes no Dia de Finados, celebrado no Brasil próximo sábado (02). O número engloba visitas nos oito cemitérios públicos da capital potiguar. O cadastramento de ambulantes que atuarão com vendas foi iniciado nesta segunda-feira (28) e deve seguir até a quinta-feira (31).

Os cemitérios de Ponta Negra e Nova Descoberta, na zona Sul; Alecrim, na zona Leste; Bom Pastor I e II, na zona Oeste; e Igapó, Redinha e Pajuçara, na zona Norte, receberão um total estimado de 100 mil visitantes, entre familiares e amigos que prestarão homenagens aos entes falecidos. Só no Cemitério do Alecrim, um dos maiores de Natal, são esperados cerca de 50 mil visitantes, enquanto o Bom Pastor I e II, Nova Descoberta e outros de pequeno porte, como Redinha e Pajuçara, também terão um fluxo expressivo de público.

A Semsur divulgou ainda que a programação religiosa inclui missas nos principais horários ao longo do dia, além de cultos e atividades para diferentes credos. No Cemitério do Alecrim, haverá missas às 8h e 16h, além de uma atividade espírita às 10h e um culto adventista às 14h. Já no Cemitério do Bom Pastor I e II, as missas ocorrerão às 10h e 16h, com cultos evangélicos nos intervalos. No Cemitério da Redinha, as celebrações religiosas ocorrerão às 7h30 e 16h, e no de Ponta Negra, haverá missas às 8h, 10h, 15h e 16h.

De acordo com o setor de cemitérios da Semsur, a manutenção foi iniciada na última semana, com a realização de mutirões de limpeza e poda. Já em relação aos horários, os cemitérios vão abrir às 7h da manhã e encerrarão às 17h, sem interrupção, e a administração estará aberta apenas para sepultamentos.

“O trabalho antecede o dia de Finados, já estamos fazendo há alguns dias a manutenção dos cemitérios, como poda, limpeza e pintura desses espaços”, explica o titular da Semsur, Adson Soares.

A Semsur iniciou o cadastramento de ambulantes para atuação com vendas no Dia de Finados. Não há limites de vagas, mas segundo o chefe de fiscalização da Semsur, Carlos Falcão, todo o efetivo da pasta estará em atividade no sábado para fiscalização. Estão previstas vendas de flores, velas, arranjos, comidas e bebidas. Garrafas de vidro, por exemplo, estão proibidas.

“O cadastramento começou nesta segunda às 8h e vai encerrar às 23h59 da quinta. É super simples. É só entrar no site da prefeitura, tem um folder para o Dia de Finados e já vai aparecer o WhatsApp. O cadastro é simples e prático, intuitivo. Não vamos ter limite para cadastramento, mas o que vamos exigir é que todo mundo se cadastre. Se a pessoa não conseguir ou não souber, pode ir lá na Semsur que faremos o cadastro na hora”, explica.

Instituído pela Igreja Católica no século VII, o Dia de Finados foi criado com o intuito de rezar pelas almas daqueles que morreram. Apesar da tradição, a data tem ganhado novo significado em alguns casos, como a Empresa Vila, que tem tratado a data como “Dia da Memória”.

Segundo Anna Cláudia Abdon, psicóloga da Empresa Vila e especialista em luto, momentos como estes são importantes para ressignificar o processo de luto.

“Para lidar com essa data de maneira leve, pode- se envolver diversos rituais de homenagens ao entes queridos, como por exemplo, realizar as visitas aos cemitérios, fazer orações, acender vela. E, também revisitar fotos, preparar a comida que o ente querido gostava, ouvir músicas que lembrem a pessoa, sentir o cheiro dela, ir a lugares que ela gostava de estar, dentre outras atividades. Esses momentos ajudam a transformar dor em saudade e ressignificar o luto, trazendo lembranças boas e gratidão pelas experiências vividas juntos, permitindo que o amor continue presente eternamente em sua vida”, aponta.

Limpeza de túmulos

A semana que antecede a data do Dia de Finados em Natal tem intensificado a procura de familiares junto aos zeladores de túmulos na cidade. Em alguns casos, o serviço varia de R$ 50 a R$ 60. Segundo limpadores ouvidos pela TN, a demanda chega a triplicar nesta época do ano.

“A demanda aumenta, dobra e às vezes chega a triplicar, porque o pessoal que não manda fazer manutenção durante o ano pede para fazermos nessa semana do Dia de Finados”, explica Judson Batista, zelador de túmulos desde 1975, profissão que herdou da sua mãe. Diariamente, ele estima fazer até 20 limpezas de túmulos.

Quem procurou o serviço foi a arquiteta potiguar Thalita Rêgo, 40 anos. “Tenho tias, meu sogro e minha sogra, que faleceu recentemente em maio. Não tinha esse costume [de ir ao cemitério no Dia de Finados] mas esse ano pretendo vir. Conversei com uma moça para darmos uma organizada no túmulo, colocamos uma foto, vamos trazer flores também”, acrescenta.

Tribuna do Norte