Piranhas atacaram duas pessoas que estavam tomando banho no Rio Açu, em Pendências, nesse sábado (20), segundo confirmou a prefeitura do município localizado no Oeste potiguar. Neste domingo (21), a Secretaria de Meio Ambiente foi informada de outro ataque no mesmo local.
Ainda no sábado (20), a prefeitura emitiu um alerta à população e recomendou que a população evite banho no trecho do rio onde ocorreram os ataques. Em 2023, a gestão municipal registrou 18 casos em pelo menos duas áreas de banho. Os peixes mordem principalmente dedos das mãos e dos pés dos banhistas, arrancando pequenos pedaços.
O secretário de Meio Ambiente da cidade, Ezequias Florêncio, confirmou que vai avaliar a possibilidade de interditar o trecho onde as novas ocorrências foram registradas.
O ataque deste sábado aconteceu em uma área do rio conhecida como prainha no distrito de Porto do Carão, distante cerca de 8 km do centro do município. As duas pessoas atacadas estavam perto uma da outra, no momento. Segundo o secretário, elas passam bem. Uma sofreu mordidas em um pé e a outra na mão.
Mesmo após a recomendação do município, a prefeitura recebeu relato de outro ataque no início da tarde deste domingo (21) no mesmo local. Três ataques também foram registrados na região em 2023. Ezequias afirmou que o rio – que em outras áreas do estado é denominado Piranhas-Açu – sempre contou com a ocorrência de piranhas. No entanto, ele atribui as ocorrências a um possível desequilíbrio ambiental.
“Infelizmente, as pessoas não têm consciência, continuam não dando atenção necessária que o meio ambiente requer. As pessoas vão para lá, bebem, fazem piquenique, pegam resto de comida e jogam na água. O que está ocorrendo, possivelmente, é um desequilíbrio ecológico. As pessoas acostumam os animais com o resto de comida. Chega o momento em que não tem, eles atacam”, afirmou.
Os demais ataques registrados em 2023 ocorreram em outra área de banho na sede do município. Segundo o secretário, pesquisadores das universidades públicas do estado, como UERN, UFRN e IFRN foram consultados, analisaram as áreas, e também acreditam na possibilidade de um desequilíbrio.
“É um rio que tem a incidência de piranhas, mas o que nos chama a atenção é que no grande trecho de rio que passa pelo município, só ocorreram ataques em duas localidades. O rio é cheio de pescadores artesanais, tem outros pontos de banho com menos movimento, mas todos os ataques foram nos mesmos locais. Estamos praticamente convencidos que é um desequilíbrio”, afirmou.
Ainda de acordo com Ezequias Florêncio, a prefeitura e as instituições de pesquisa realizaram palestras de conscientização à população, no ano passado. A prefeitura também interditou os trechos temporariamente, em 2023, e instalou placas nos pontos de banho, alertando para o risco.
“É uma área que não pode passar tanto tempo interditada, até porque as pessoas não respeitam. Mas todas as providências estão sendo tomadas”, disse.
G1-RN