Pico da ômicron no Brasil é menos de 1/3 do auge de mortes

O momento mais letal desde a chegada da ômicron no Brasil foi 12 de fevereiro. O país registrou média móvel de 893 mortes pela covid-19. A pior fase da pandemia, em 11 de abril de 2021, foi mais que o triplo disso (3.112).

O pico da variante no mundo foi em 9 de fevereiro. O dado desse dia apresenta 75% da letalidade do pior momento global da pandemia, em 26 de janeiro de 2021. No Brasil, a letalidade representa 29% da fase mais drástica. Só 18 países tiveram um desempenho melhor que o Brasil durante a ômicron.

O Poder360 examinou os dados de 89 países com, no mínimo, 1 milhão de habitantes e ao menos 1 vítima por milhão durante o pico da ômicron. Foi usada a estatística de média móvel de 7 dias das mortes por covid-19 proporcionais à população de cada país (por milhão de moradores). Os números foram consultados na plataforma Our World in Data.

A ômicron causou o maior número diário de mortes por covid-19 em 12 países: Finlândia, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Hong Kong, Dinamarca, Noruega, Sudão, Japão, Israel, Grécia, Haiti e Austrália.

Mas o auge da maioria dos países foi em 2021. Das 89 nações analisadas pelo Poder360, 61 enfrentaram sua pior fase no ano passado. Novembro (10 países), agosto (8) e abril (8, incluindo Brasil) foram os meses que concentraram mais picos da pandemia entre as nações.

Até ontem, o Brasil teve 724 dias desde o início da crise sanitária em que foi possível calcular a média móvel de mortes. Em 80% desse tempo, a situação de mortalidade foi pior que a atual.

O virologista ​​José Eduardo Levi atribuiu a menor letalidade da ômicron no Brasil em comparação com outros países ao fato de quando a variante chegou no país, a maioria das pessoas não-vacinadas eram os mais jovens. Já nos outros países, segundo ele, os não-vacinados são indivíduos de todas as idades. “Inclusive da faixa etárias superiores onde a mortalidade é sempre maior”, declarou.

Fonte: poder 360.