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Pesquisas divulgadas pelo Ibope neste sábado, 14, mostram que os partidos de centro, que se colocam longe do bolsonarismo e do petismo que polarizaram a eleição de 2018, são os principais favoritos na maioria das dez capitais mais populosas do país.
O DEM desponta como a principal força, com candidatos liderando em três das dez cidades: Rio de Janeiro (Eduardo Paes), Salvador (Bruno Reis) e Curitiba (Rafael Greca). Os dois últimos devem encerrar a disputa ainda no primeiro turno – Reis, que é apoiado pelo prefeito ACM Neto (DEM), tem 66% dos votos válidos e Greca, que tenta a reeleição, 56%.
Eduardo Paes lidera com 41% no Rio de Janeiro e, embora ainda possa vencer no primeiro turno, deve ter que disputar uma segunda rodada eleitoral contra um adversário ainda desconhecido – o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) tem 16%, seguido por Benedita da Silva (PT), com 13%, e Martha Rocha (PDT), com 11%, todos empatados dentro da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.
O PSDB, que foi o partido que mais elegeu prefeitos em capitais em 2016 (sete), lidera em apenas uma das dez maiores capitais, mas justamente na maior delas. O atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas, tem 38% dos votos válidos e deve enfrentar um segundo turno contra Guilherme Boulos, do PSOL (16%), ou Celso Russomanno, do Republicanos (13%), ou Márcio França, do PSB (13%).
Quem certamente liquidará a fatura no primeiro turno é Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte que tenta a reeleição e que tem 72% dos votos válidos – seu perseguidor mais próximo, João Vitor Xavier (Cidadania), possui apenas 9%. Kalil é do PSD, que é hoje um dos principais partidos de centro da política nacional.
Em Goiânia, dois candidatos de centro estão empatados tecnicamente na ponta e devem disputar o segundo turno: o ex-governador Maguito Vilela, do MDB (33% dos votos válidos), e Vanderlan Cardoso, do PSD, com 29%.
Outro ex-governador, Amazonino Mendes (Podemos, também um partido de centro), lidera a corrida em Manaus com 24% dos votos válidos e deverá disputar o segundo turno contra um adversário indefinido – os perseguidores mais próximos são David Almeida, do Avante (18%), e Ricardo Nicolau, do PSD (14%), mas há outros candidatos com chances.
Esquerda
Os partidos de esquerda aparecem à frente na disputa em apenas três das dez maiores capitais. A principal delas é Salvador, onde o deputado estadual José Sarto (PDT), candidato apoiado pelos irmãos Ciro e Cid Gomes, aparece com 32%. Ele está empatado dentro da margem de erro com o policial militar da reserva Capitão Wagner (Pros), que tem 30% — Wagner é identificado com as pautas da direita e com o bolsonarismo. A ex-prefeita Luizianne Lins (PT), que já esteve empatada com a dupla há menos de duas semanas, agora tem 20% e viu reduzidas as suas chances de passar ao segundo turno.
A esquerda também vai bem no Recife, onde os dois principais candidatos são de partidos dessa orientação ideológica: os deputados federais João Campos (PSB), que tem 34%, e Marília Arraes (PT), que tem 25%. A disputa também é familiar: ele é bisneto e ela é neta do patriarca político da família, o ex-governador Miguel Arraes. O PSB governa o estado há quatro mandatos, e a prefeitura de Recife há dois — antes, o PT comandou a capital do estado por três gestões. Quem pode encerrar a hegemonia da esquerda na cidade é o ex-ministro Mendonça Filho (DEM), que tem 23% dos votos válidos e está empatado tecnicamente com Marília Arraes.
A esquerda tem vida um pouco mais tranquila em Belém, onde o ex-prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) lidera a disputa com 38% dos votos válidos, seguido por José Priante, do MDB, com 17%, e Everaldo Eguchi, do Patriota, com 13%. Rodrigues, que quando governou a cidade, entre 1997 e 2004, era filiado ao PT, tem como vice o petista Edilson Moura.
Outras capitais
Nas outras dezesseis capitais, há chances de o PSDB liquidar a fatura em Natal, com o atual prefeito Alvaro Dias (62% dos votos válidos), e Palmas, com a prefeita Cinthia Ribeiro – ela tem 38%, mas a cidade é a única capital do país que não tem segundo turno porque não possui o mínimo exigido de 200.000 eleitores.
O DEM também deve vencer a disputa em Florianópolis, com Gean Loureiro, que tem 62% dos votos válidos. Em Campo Grande, outro que pode ser reeleito em primeiro turno é Marquinhos Trad (PSD), que tem 48%. Nas demais cidades, deve haver segundo turno.
Além de Brasília, que tem não prefeito, a única capital que não realizará eleição neste domingo é Macapá, onde a votação foi adiada em razão dos problemas no fornecimento de energia elétrica que a cidade enfrenta há quase duas semanas. A nova data do primeiro turno está indefinida. O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) sugeriu 13 de dezembro, mas a maioria dos candidatos defende que ela ocorra no dia 29 de novembro.
Veja como os primeiros colocados na reta final da disputa nas dez maiores capitais:
São Paulo
- Bruno Covas (PSDB): 38%
- Guilherme Boulos (PSOL): 16%
- Celso Russomanno (Republicanos): 13%
- Márcio França (PSB): 13%
- Arthur do Val – Mamãe Falei (Patriota): 7%
- Jilmar Tatto (PT): 6%
Rio de Janeiro
- Eduardo Paes (DEM): 41%
- Marcelo Crivella (Republicanos): 16%
- Benedita da Silva (PT): 13%
- Martha Rocha (PDT): 11%
- Luiz Lima (PSL): 7%
Salvador
- Bruno Reis (DEM): 66%
- Denice Santiago (PT): 17%
Fortaleza
- Sarto (PDT): 32%
- Capitão Wagner (PROS): 30%
- Luizianne Lins (PT): 20%
Belo Horizonte
- Kalil (PSD): 72%
- João Vitor Xavier (Cidadania): 9%
- Áurea Carolina (Psol): 6%
- Bruno Engler (PRTB): 4%
Manaus
- Amazonino Mendes (Podemos): 24%
- David Almeida (Avante): 24%
- Ricardo Nicolau (PSD): 14%
Curitiba
- Rafael Greca (DEM): 56%;
- Goura Nataraj (PDT): 11%;
- Fernando Francischini (PSL): 8%;
- João Arruda (MDB): 5%
Recife
- João Campos (PSB): 34%
- Marília Arraes (PT): 25%
- Mendonça Filho (DEM): 23%
- Patrícia Domingos (Podemos): 13%
Goiânia
- Maguito Vilela (MDB): 33%
- Vanderlan Cardoso (PSD): 29%
- Adriana Accorsi (PT): 16%
Belém
- Edmilson Rodrigues (PSOL): 38%
- José Priante (MDB): 17%
- Everaldo Eguchi (Patriota): 13%
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