‘Discurso liberal é obscurecido pelo conservador’, diz especialista em Brasil

escritor britânico Anthony Pereira, diretor de pesquisas sobre o Brasil no King’s College de Londres – um dos principais centros acadêmicos do Reino Unido –, diz que o discurso economicamente liberal do presidente Jair Bolsonaro está sendo superado por outras narrativas que não ajudam a imagem do País no exterior, como declarações de cunho conservador.

“Bolsonaro não parece entender a economia e parece disposto a assumir posições ideológicas mesmo quando elas prejudicam os brasileiros”, disse ele ao Estado. Para o brasilianista, coautor do livro Entendendo o Brasil Contemporâneo, Bolsonaro deve trabalhar para construir uma base no Congresso e deixar de elogiar ditadores, como Alfredo Stroessner, do Paraguai.

As mensagens da administração Bolsonaro são um tanto quanto confusas e contraditórias. O discurso economicamente liberal, que parece ser o principal pilar da agenda de reformas, está sendo obscurecido por dois outros discursos, um socialmente conservador e outro que é nostálgico para a ditadura de 1964-85. Isso pôde ser visto quando o presidente Bolsonaro foi para os Estados Unidos. Na entrevista com a jornalista Shannon Bream, da Fox News, ele falou sobre o relacionamento comercial com os Estados Unidos por cerca de 40 segundos.

O restante da entrevista foi marcado pelo presidente defendendo suas visões de negros, mulheres e gays, e negando que ele tivesse algo a ver com o assassinato da vereadora Marielle Franco. A Fox apoia Donald Trump e não é um meio de comunicação que o presidente Bolsonaro descreveria como ‘esquerdista’ ou criador de ‘notícias falsas’, mas ainda assim fez essas perguntas ao presidente. Isso mostra que, fora do Brasil, o discurso econômico está sendo superado por outras narrativas, que não ajudam o Brasil internacionalmente.

Quais são as perspectivas para os próximos meses?

Acredito que o governo está em um momento difícil. Há grandes expectativas de que a reforma da Previdência seja bem-sucedida e comece a reduzir o déficit orçamentário, colocando o Brasil em uma trajetória de crescimento e criação de empregos. No entanto, a reforma proposta pode ser diluída. Além disso, as relações entre o Executivo e o Congresso não parecem ideais.

Bolsonaro é geralmente comparado a Donald Trump. Quais diferenças e semelhanças você vê entre eles?

Ambos usam a mídia social de forma agressiva, gostam de antagonizar os adversários e aumentar o medo e a raiva. Mas em termos de ideologia, políticas e seus partidos, eles são muito diferentes. Trump é um nacionalista econômico e acredita que seu protecionismo está preservando e criando empregos.

Bolsonaro tenta vender a ideia de que seu governo é economicamente liberal, que reduzirá o déficit orçamentário por meio da reforma previdenciária, tarifas mais baixas, privatização de empresas estatais e atração de investimentos estrangeiros. Trump não é altamente ideológico. É um negociador, tenta defender setores-chave da economia dos EUA, como aço, automóveis, agronegócio e alta tecnologia. Já Bolsonaro não parece entender a economia e parece disposto a assumir posições ideológicas mesmo quando elas prejudicam os produtores brasileiros.

E na parte política?

O presidente Trump tem o apoio de uma poderosa máquina partidária, o Partido Republicano. O controle dos republicanos sobre o Senado é o motivo pelo qual o presidente Trump não deve perder o cargo se houver um pedido de impeachment. Bolsonaro não tem tal máquina e deve trabalhar muito mais para construir uma maioria no Congresso do que Trump teve que fazer.

Desde o golpe de 1964 nunca houve tantos militares em um governo civil. O presidente, o vice, ministros de Estado e importantes assessores têm origem no Exército. O que isso significa?

O governo e as Forças Armadas se beneficiam mutuamente. Mas há um risco: se o governo falhar, a imagem das Forças Armadas pode ser prejudicada. A deferência que muitas pessoas parecem ter com os militares é uma fraqueza potencial da democracia brasileira. Reflete falta de confiança em políticos civis e disposição potencial para aceitar a tutela militar sobre o governo, o que equivale à tutela militar sobre a soberania popular. Isso é perigoso. Em última análise, o povo é quem garante a democracia.

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Anthony Pereira estuda o Brasil desde 1985 Foto: Robson Ventura/Estadão

Em viagens ao exterior, o presidente costuma criticar a esquerda, a ideologia de gênero e dizer que quer combater o comunismo, mesmo discurso usado da campanha. Como isso é visto?

Muitas pessoas acham esse discurso desconcertante e anacrônico, algo muito mais relevante para a Guerra Fria do que para as sociedades de hoje. A esquerda tem um papel a desempenhar na democracia. Igualdade de direitos, independentemente de raça, etnia, religião, orientação sexual não é uma ideia comunista.

É claro que é um ideal que não é totalmente realizado em qualquer lugar – pessoas marginalizadas nas democracias capitalistas sabem disso muito bem –, mas sugerir que não é digno como um ideal parece ser um grande retrocesso. Isso divide o Brasil desnecessariamente e também vai contra a Constituição e a jurisprudência do Brasil.

Bolsonaro já elogiou ditadores como Augusto Pinochet (Chile) e Alfredo Stroessner (Paraguai). Há uma percepção de que ele ainda não entendeu a ‘liturgia do ofício’. O senhor concorda?

Avalio que as críticas estão corretas. O discurso autoritário do presidente obscurece uma grande conquista brasileira dos últimos quarenta anos, que é o desenvolvimento de organizações da sociedade civil e a criação de instituições democráticas viáveis. Também desafia outro ideal que foi reafirmado na transição de regime na década de 1980, que é que a violência do Estado deveria estar sujeita ao estado democrático de direito, e que não deveria ser exercido arbitrariamente. É desconcertante quando o presidente sugere que as ditaduras, incluindo a brasileira, são melhores do que as democracias. Isso enfraquece sua própria autoridade.

Estadão.

Menos de 10% da Câmara rejeita reforma da Previdência

 

BRASÍLIA – Quase metade da Câmara, 241 deputados, vê necessidade de aprovar alguma reforma da Previdência, embora nem todos concordem com o texto apresentado pelo governo Jair Bolsonaro. Por outro lado, 49 (menos de 10% da Câmara) não consideram que é preciso mexer nas regras de aposentadoria e pensão, segundo o Placar da Previdência.

Esses 49 cairiam no diagnóstico de “internação” do ministro da Economia, Paulo Guedes. “Quem acha que (a reforma da Previdência) não é necessária, é um problema sério. É caso de internamento. Tem de internar”, afirmou Guedes em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na semana passada.

Reforma da Previdência está mobilizando a Câmara neste início de mandato Foto: Dida Sampaio/Estadão

A fala de Guedes gerou reação de parlamentares contrários à proposta e deflagrou um dos momentos de bate-boca na sessão. “Eu não estou dizendo que precisa internar quem não aprovar essa reforma (de Bolsonaro). Tem de internar quem não entender que precisa haver uma reforma”, disse o ministro.

Congressistas de sete partidos estão entre os que não veem a necessidade de uma reforma: 28 do PT (pouco mais da metade da bancada), nove do PSOL (de uma bancada de dez), quatro do PCdoB, três do PDT, três do PSB, um do PROS e um do Avante. No total, 95 deputados são contra a proposta do presidente Jair Bolsonaro, mesmo que haja alteração. No entanto, desses, 46 consideram que uma reforma da Previdência é necessária.

Estados

Em calamidade financeira por causa do acelerado crescimento das despesas com inativos, os quatro Estados em pior situação ainda não conseguiram engajar suas bancadas para a aprovação da reforma que também vai beneficiá-los, uma vez que as regras aprovadas valerão também para servidores estaduais. Menos da metade dos deputados eleitos por Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Goiás se declaram favoráveis à proposta.

Em Minas, sob comando de Romeu Zema, do Novo (partido que apoia a reforma), só 17 dos 53 deputados se dizem a favor. No Rio Grande do Sul, governado por Eduardo Leite (PSDB), 12 de 31 parlamentares apoiam a proposta. Os servidores aposentados gaúchos já estão em maior número do que os funcionários da ativa, o que tem agravado o desequilíbrio nas contas do Estado.

No Rio, governado por Wilson Witzel (PSC), 18 dos 46 deputados se declararam favoráveis. O Estado já aderiu ao programa de recuperação fiscal e precisou contratar empréstimos para conseguir colocar os salários em dia. Dos Estados em pior situação, o maior endosso vem da bancada de Goiás. O governador Ronaldo Caiado (DEM) tem sido um dos maiores apoiadores da reforma, ao mesmo tempo em que negocia um socorro de curto prazo com o governo. Na bancada do Rio Grande do Norte, governado por Fátima Bezerra (PT) e que também enfrenta grave crise, apenas um dos oito parlamentares se diz a favor da reforma.

Entre as bancadas que dão mais votos à mudança nas regras estão Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. Em Santa Catarina, governado por Carlos Moisés (PSL), 75% da bancada disseram ser favoráveis à proposta. A mesma parcela é encontrada na bancada de Mato Grosso do Sul, governado por Reinaldo Azambuja (PSDB). No Espírito Santo, de Renato Casagrande (PSB), seis em cada dez apoiam a reforma.

 

Estadão.

32% aprovam e 30% desaprovam o governo Bolsonaro, diz Datafolha

 

Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (7) pelo jornal “Folha de S.Paulo” mostra os seguintes percentuais de avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL):

Ótimo/bom: 32%Regular: 33%Ruim/péssimo: 30%Não sabe/não respondeu: 4%

A pesquisa ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos, em 130 municípios, nos dias 2 e 3 abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

É a pior avaliação para um presidente da República no início de primeiro mandato desde 1990. Fernando Collor (então no PRN) tinha 19% de reprovação após três meses, contra 16% de FHC (PSDB), 10% de Lula (PT) e 7% de Dilma (PT).

A ex-presidente é quem tinha a melhor avaliação: 47% de ótimo/bom em 2011. Lula tinha 43%, contra 39% de FHC e 36% de Collor.

Na manhã deste domingo, na entrada do Palácio da Alvorada (residência oficial da Presidência, em Brasília), Bolsonaro foi questionado sobre o resultado da pesquisa.

“Datafolha? Não vou perder tempo para comentar pesquisa Datafolha que disse que eu ia perder para todo mundo no segundo turno. Tem um item lá que diz que Lula e Dilma são mais inteligentes do que eu. Valeu Datafolha”, afirmou.

Expectativa

A expectativa com o futuro do governo, após três meses de mandato, é a pior desde 1995: 59% esperam que Bolsonaro faça um governo ótimo ou bom, contra 48% de FHC, 76% de Lula e 77% de Dilma.

Antes da posse, 65% esperavam que Bolsonaro fizesse um governo ótimo ou bom, contra 17% de regular e 12%, ruim ou péssimo. Hoje, os que acreditam em um governo regular são 16% e ruim/péssimo, 23%.

Imagem do presidente

Metade dos entrevistados pelo Datafolha julga que o presidente “trabalha pouco”:

Jair Bolsonaro

Trabalha muito: 42%Trabalha pouco: 50%É muito inteligente: 58%É pouco inteligente: 39%

Dilma Rousseff

Trabalha muito: 54%Trabalha pouco: 29%É muito inteligente: 85%É pouco inteligente: 9%

Luiz Inácio Lula da Silva

Trabalha muito: 70%Trabalha pouco: 21%É muito inteligente: 69%É pouco inteligente: 24%

O Datafolha também perguntou aos entrevistados sobre outras características de Bolsonaro:

É preparado: 52%É despreparado: 44%É autoritário: 57%É democrático: 37%Respeita mais os ricos: 57%Respeita mais os pobres: 24%É decidido: 56%É indeciso: 42%

Homens e mulheres

O Datafolha apurou que a aprovação a Bolsonaro é maior entre homens que entre mulheres:

Homens

Ótimo/bom: 38%Regular: 33%Ruim/péssimo: 26%Não sabe: 3%

Mulheres

Ótimo/bom: 28%Regular: 34%Ruim/péssimo: 33%Não sabe 5%

Faixas de renda

A aprovação do governo Bolsonaro (percentuais de ótimo/bom)por faixa de renda é a seguinte, de acordo com a pesquisa Datafolha:

Até dois salários mínimos: 26%Mais de dois a cinco salários mínimos: 36%Mais de cinco a dez salários mínimos: 43%Mais de dez salários mínimos: 41%

Regiões

A pesquisa indica que Bolsonaro sofre a maior rejeição (percentuais de ruim/péssimo) é o Nordeste:

Nordeste: 39%Sudeste: 30%Sul: 22%Centro-Oeste/Norte: 22%

As maiores taxas de aprovação (percentuais de ótimo/bom) de Bolsonaro estão nas regiões Sul (39%) e Centro-Oeste/Norte (38%).

Religião

Entre os segmentos religiosos, evangélicos são os que mais aprovam Bolsonaro: 42% consideram o governo ótimo ou bom. Entre os católicos, esse índice é de 27%.

O que fez pelo país

O Datafolha perguntou aos entrevistados se o que Jair Bolsonarofez pelo país em três meses de mandato é mais ou menos do que se esperara. Os resultados são os seguintes:

Fez pelo país menos do que você esperava: 60%Fez pelo país o que você esperava que fizesse: 22%Fez pelo país mais do que você esperava: 13%Não sabe: 4%Outras respostas: 1%

Nos três primeiros meses do primeiro mandato de Dilma Rousseff, em 2011, os resultados foram os seguintes:

Fez pelo país menos do que você esperava: 39%Fez pelo país o que você esperava que fizesse: 37%Fez pelo país mais do que você esperava: 12%Não sabe: 10%Outras respostas: 2%

Nos três primeiros meses do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silvaem 2003, os resultados foram os seguintes:

Fez pelo país menos do que você esperava: 45%Fez pelo país o que você esperava que fizesse: 34%Fez pelo país mais do que você esperava: 12%Não sabe: 7%Outras respostas: 2%

Vice-presidente

A pesquisa Datafolha avaliou o desempenho do vice-presidente,Hamilton Mourão. Os resultados são os seguintes:

Ótimo/bom: 32%Regular: 32%Ruim/péssimo: 18%Não sabe 18%

De acordo com a pesquisa, 59% dos entrevistados não sabiam o nome do vice-presidente; 37% sabiam; e 4% indicaram outros nomes.

Ministros

As taxas de aprovação dos ministros (percentual de ótimo/bom) são as seguintes, de acordo com o Datafolha:

Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública): 59%Paulo Guedes (Economia): 30%Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos): 25%Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional): 21%Onyx Lorenzoni (Casa Civil): 18%Ricardo Vélez Rodríguez (Educação): 13%Ernesto Araújo (Relações Exteriores): 13%Marcelo Álvaro Antonio (Turismo): 11%

G1

Partido verde sendo reconstruído em Parnamirim

De olho na eleição de 2020 e tentando se organizar para ocupar um espaço na política de Parnamirim, o Partido Verde (PV) juntamente com o novo presidente, o Empresário da da construção civil e da educação – Santana, vem promovendo encontros da sigla na cidade, objetivando fortalecer seu grupo, bem como debater os problemas da cidade. O primeiro passo começou pela reconquista de figuras históricas da legenda. O presidente estadual Bertone Marinho se reuniu com Santana e deu sinal verde para tornar o partido atraente, no intuito de reviver o seu protagonista de vitórias em Parnamirim. A missão de Santana agora é atrair pessoas que desejam disputar uma vaga de vereador e formar uma chapa competitiva na eleição proporcional do próximo ano. O PV teve um papel importante na política parnamirinense, pois em 2008, disputou a prefeitura e conseguiu eleger dois vereadores, Clênio e Siderley Bezerra. Já em 2012, com muita luta, manteve a cadeira do vereador Clênio e agora está sem representante na câmara.

Abidene está muito calado, mas pronto para eleição de 2020

O vereador Abidene Salustino circula silenciosamente nos corredores da política parnamirinense, sem ser notado por muitos que militam nessa área. Abidene aprendeu na eleição de 2018 como funciona a montagem de um grupo vitorioso e revelou-se como um estrategista de primeira. Essa eleição também o tornou um profundo conhecedor do novo cenário político de Parnamirim. Lideranças, como o ex-prefeito Maurício Marques, ex-deputado estadual Carlos Maia e o prefeito Taveira, foram surpreendidas com o desempenho desse vereador na última eleição, consolidando-se como o primeiro suplente de deputado estadual, sendo o mais votado na cidade Trampolim da Vitória. Os políticos tradicionais tomaram um susto e não ficaram satisfeitos com o comportamento do eleitorado ao proporcionar derrotas inimagináveis em seus principais colégios eleitorais e uma vitória grandiosa ao até então desconhecido vereador do PSC. Por outro lado, esse pleito revelou um novo modelo de conquistar votos em Parnamirim. Com o sucesso na eleição do ano passado, Abidene credenciou-se a disputar um espaço na chapa majoritária em 2020. Ele não fala sobre o assunto, mas ninguém confunda o seu silêncio com falta de ação, pois vontade e coragem para disputar uma vaga na chapa majoritária, o vereador já provou que tem! Sua votação o coloca em todos os cenários de disputa e será uma peça decisiva no xadrez da política local e nenhum dos grupos poderá excluir a figura do vereador Abidene e mais seu partido já está construindo um movimento capaz de eleger três vereadores no próximo pleito. Como já dizia ‘rabo cheio’, o poder do homem é grande.

“O Brasil optou por um idiota”

Em evento na Universidade Harvard, Ciro Gomes afirmou nesta sexta-feira que o Brasil “optou por um idiota” ao eleger Jair Bolsonaro.

“Hoje, o governo Bolsonaro está na antecedência de uma grande confusão. É o que vem por aí. Não é impeachment, não há organização para isso. Estamos na iminência de uma brutal confusão”, afirmou.

Segundo o Estadão, Ciro foi aplaudido quando afirmou que “o Brasil optou por um idiota”.

“Não é idiota como palavrão, é como está nos dicionários: uma pessoa com incapacidade de raciocinar.”

Antagonista.

Proposta de capitalização da Previdência ‘não é essencial’ no momento, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro participa da cerimônia de assinatura dos contratos de concessão para a construção de novas linhas transmissão de energia elétrica.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (5) que a proposta de capitalização da Previdência “não é essencial” no momento.

Bolsonaro deu a declaração durante uma entrevista coletiva enquanto caminhava para um evento no Palácio do Planalto (leia detalhes sobre a entrevista mais abaixo).

Mais cedo, nesta sexta-feira, o presidente participou de um café da manhã com alguns jornalistas. Durante o encontro, disse que a proposta de capitalização pode ficar para um “segundo momento”.

“A capitalização, presidente, é melhor deixar para lá para facilitar a reforma?”, indagou uma repórter a Bolsonaro na tarde desta sexta.

“Não queremos complicar o andamento da reforma que está aí, é isso que estou falando. Não quero desidratar nada, tá? Mas não é essencial isso no momento. A ideia era botar na PEC e depois regulamentar lá na frente, que seria via parlamento”, respondeu o presidente.

A proposta de capitalização é um dos itens da reforma da Previdência Social enviada pelo governo em fevereiro ao Congresso Nacional.

A capitalização é uma espécie de poupança que o próprio trabalhador faz para assegurar a aposentadoria no futuro.

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“Não nasci para ser presidente, nasci para ser militar”, diz Bolsonaro a jornalistas

Outros pontos

Saiba quais outros pontos foram abordados pelo presidente durante a entrevista coletiva desta sexta-feira:

‘Não nasci para ser presidente’:”Desculpem as caneladas, não nasci para ser presidente, nasci para ser militar, mas no momento estou nessa condição de presidente e, junto com vocês, nós podemos mudar o destino do Brasil. Sozinho não vou chegar a lugar nenhum”.Paulo Guedes na CCJ: “Sei que funciona dessa maneira a oposição. Aquilo não é oposição, aquilo é um pelotão de fuzilamento. Esse pessoal não quer o bem do Brasil, quer o pior. Eles têm tudo para apresentar uma proposta alternativa, se a nossa não for boa”.Situação do ministro da Educação: “Eu estou com a aliança na mão direita. Na segunda-feira [8], passa para a esquerda ou para a gaveta, só isso. Tem reclamações, etc., mas a gente está conversando já para ver se resolve o problema. Eu estou noivo ainda, como vou começar com uma namorada, cara? Dá um tempo ainda.”Situação do ministro do Turismo:”O que acertei com todos os ministros desde o começo, conversei também com o ministro Moro: em havendo um final de um inquérito, uma prova robusta, uma conclusão final do inquérito, vamos tomar uma decisão. Por enquanto, não é o caso”.Base aliada no Congresso: “Não existe esse partido mais ou menos fiel do que o outro. O que eu tenho ouvido dos partidos é que cada matéria a ser votada haverá um entendimento. não haverá um alinhamento automático com o governo federal”.Acordo do Mercosul com a União Europeia: “A questão do Mercosul com a Europa, a França que está dando contra, porque ela quer proteger as suas commodities. Se chegar num meio termo, a gente assina o Mercosul com a Europa, sem problema nenhum”.

G1