No RN, 64% dos prefeitos concorrem à recondução

Foto: TSE

Cerca de 2,4 milhões de eleitores irão às urnas para a escolha de prefeitos em 167 municípios do Rio Grande do Norte, onde 107 candidatos ou 64% dos atuais chefes de Executivos tentam à reeleição, contando inclusive com aqueles que assumiram mandatos em decorrência de afastamentos, cassação de mandados, renúncia ou desistência de disputa do cargo por diversos motivos.

Pelo menos 26 prefeitos eleitos pela primeira vez em 2016 deixaram de concorrer à reeleição, alguns por motivação política, mas também houve dois casos de prefeitos que faleceram no exercício do mandato, Targino Pereira, em Nova Cruz e Patricia Targino, em Pedro Velho. Os vice-prefeitos que os substituíram, Flávio Nogueira (MDB) e Derjelane Macedo (PSDB), respectivamente, tentam novo mandato nas eleições de hoje.

Também há casos de municípios que acordos políticos levaram à substituição de candidatos, como em Rodolfo Fernandes, na região Oeste, onde o prefeito Wilson Filho passou a apoiar Wilton Monteiro, prosseguindo com o rodizio iniciado em 2016, quando o então prefeito Monteiro Neto não disputou a reeleição para que o atual prefeito apoiasse o irmão de Wilton Monteiro (MDB) em 2020.

Singular foi o caso do prefeito de Encanto, Atevaldo Nazário da Silva, que não criou as condições políticas para passar na convenção do Republicanos, até a sua mãe, teria votado contra ele.

Em Água Nova o afastamento da prefeita Rafaela Carvalha possibilitou que Francisco Ronaldo de Souza (DEM) assumisse o cargo e disputasse a reeleição agora, mesma coisa ocorreu com Nixon Baracho (DEM), que assumiu o posto do afastado prefeito Abelardo Rodrigues Filho, que por sua vez, emplacou o filho, Abelardo Neto, como candidato a vice na chapa de Baracho.

Também concorre à reeleição o prefeito de Ceará Mirim, Júlio César Câmara (PSD), eleito em pleito suplementar depois do afastamento do reeleito Marconi Barreto. Em Galinhos o afastamento do prefeito Fábio Rodrigues elevou o Francinaldo Silva da Cruz (PL) ao cargo, possibilitando sua candidatura de reeleição, bem como a cassação de Alda Romão em São José de Campestre, onde é candidato à reeleição Joseilson Borges (MDB).

Caso inusitado ocorreu em Guamaré, onde Francisco Adriano Holanda também desistiu de disputar mandato, depois de assumir a prefeitura devido o afastamento de Mozaniel Rodrigues de Melo, que agora volta a disputar a eleição, para se concentrar no esforço de administrar o município durante a pandemia de coronavirus.

Pendência é outro município onde o prefeito eleito em pleito suplementar, Flaudivan Martins Cabral (MDB), habilitou-se a um segundo mandato no lugar do afastado Fernando Antonio Bezerra.

Outros municípios que passaram por processos de cassação de mandatos ou afastamentos dos prefeitos são os seguintes – Parazinho, Carlos Veriano de Lima (PP) assumiu o posto depois da cassação da prefeita Rita de Luzier Martins, que tentou obter registro de candidatura nas eleições deste ano, mas renunciou em razão da “Lei da Ficha Limpa”, além de Ivanildo Ferreira Filho (PSDB) que assumiu o cargo de prefeito em Santa Cruz com o afastamento da prefeita Fernanda Costa Bezerra por abuso de poder econômico.

José Alexandre Sobrinho (MDB) é outro a tentar à reeleição depois sair vitorioso em eleição suplementar no município de Pedro Avelino por conta da cassação do mandato da prefeita Neide Suely Costa devido abuso de poder econômico nas eleições de 2016.

Mesma coisa aconteceu em João Câmara, na região do Mato Grande, com o afastamento do prefeito eleito em 2016, Maurício Caetano Damascena, substituído por Manoel dos Santos Bernardo (DEM), que hoje tenta o segundo mandato.

Já em Santana do Matos, a prefeita Maria Alice Silva (Repúblicanos), que vai para a disputa do segundo mandato, assumiu a chefia do Executivo depois da renúncia do médico Edvaldo Guimarães Júnior para assumir o cargo de professor na UFRN.

Em Natal, a renúncia do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves para disputar o governo do Estado em 2018, deixou a disputa pela reeleição para o prefeito Álvaro Dias (PSDB).

Outros prefeitos que desistiram da reeleição por outras motivações políticas ou pessoais, foram Bráulio Cunha, em Arez, até pela idade, porque tem mais de 80 anos; Lúcia Fernandes do Nascimento, em Baraúna, além de Ludmila Carlos de Amorim em Rafael Godeiro e Lídice de Medeiros Brito, em São João do Sabugi; Mariana Fernandes em Luís Gomes e José Gaudêncio, em São Miguel, que atendeu o irmão, deputado Galeno Torquato, na formação de uma chapa puro sangue do PSD para as eleições de hoje. Outra desistência foi a de Polion Maia, em São Fernando e Iracema Pereira, em São Vicente e ainda Stela Sena, em Senador Georgino Avelino.

Já em Afonso Bezerra, o prefeito Chico Bertuleza emitou nota à população, justificando porque renunciou à disputa eleitoral: “Essa decisão foi tomada por razões exclusivamente pessoais e familiares, vou honrar os compromissos que assumi com o povo de governar a cidade por quatro anos”.

Tribuna do Norte