Natal e São José do Mipibu foram os municípios mais afetados pelo temporal no RN

Foto: Sílvio Andrade

Com chuvas acima de 200 milímetros nas quatro regiões administrativas da capital, atingindo também municípios da região metropolitana, os municípios mais afetados pelas chuvas foram os de São José do Mipibu, Natal, Brejinho, Goianinha, Extremoz, Parnamirim e Ceará-Mirim. As aulas nas redes estadual e municipal foram suspensas em Natal e em Parnamirim.

Com 60 pessoas desabrigadas e muitas outras desalojadas de suas casas em função do transbordamento de uma lagoa na zona norte e de problemas na malha viária, a Prefeitura do Natal decretou situação de emergência. A central do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte atendeu 109 ocorrências na Grande Natal relacionadas a inundações, alagamentos, desabamentos, capotamento de veículos, animais em perigo e apoios sociais.

Os números se referem ao período compreendido entre as primeiras horas de segunda-feira (27) até meio-dia desta terça-feira, 28 de novembro. Para dar conta da demanda, o Corpo de Bombeiros acionou todo o efetivo de busca e salvamento aquático que estava de folga para trabalhar no atendimento às vítimas das enchentes.

Diante da previsão de continuidade das chuvas, o Governo do Estado instalou um gabinete de crise para monitorar as chuvas e dar assistência técnica aos municípios.

Acumulado de chuvas

O acumulado de chuvas registrado entre 7h de 27/11 às 7h desta terça-feira (28) foi o maior em 24 horas para os meses de novembro, conforme o Sistema de Monitoramento da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn). O boletim da Emparn, atualizado ao meio-dia, mostra a ocorrência de chuvas em 94 postos de monitoramento nas quatro mesorregiões do Rio Grande do Norte.

Os maiores volumes foram nos municípios de Brejinho, com 316 milímetros em 24 horas; Monte Alegre (285), Lagoa Salgada (261), Lagoa de Pedras (250), Passagem (185), Boa Saúde (184) e Ielmo Marinho (180), todas na mesorregião Agreste Potiguar. No Leste Potiguar, as maiores chuvas foram em Nísia Floresta, 355 milímetros; Extremoz (261), Natal, Inmet-UFRN (225), Macaíba (197), São Gonçalo do Amarante (171).

Em São José do Mipibu, a estação automática do Cemaden – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (que não está integrada ao sistema Emparn) – registrou 381 milímetros em 30 horas de chuva. As chuvas atingiram também a mesorregião Central Potiguar. Currais Novos (74mm), Lajes (72), Jardim de Angicos (70). No Oeste, a maior foi em Jucurutu: 33 milímetros.

“Nunca tivemos chuvas com esses volumes no mês de novembro. A chuva no litoral veio acompanhada de trovões e relâmpagos causados por formação de nuvens Cumulus Nimbus, que são formações incomuns em áreas equatoriais e litorâneas”, disse o chefe da unidade de Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, que atribuiu o temporal, atípico para este período do ano, ao fenômeno El Niño.

“A Defesa Civil do Estado, em cooperação com as coordenadorias municipais de proteção e defesa civil, e Corpo de Bombeiros Militar, vem atuando desde o início das chuvas para que toda a população afetada seja atendida no primeiro momento e levada para abrigos ou casas de parentes”, informou o coronel Marcos Carvalho, coordenador da Defesa Civil Estadual. Ele esclareceu as que ocorrências e emergências decorrentes das chuvas devem ser comunicadas, prioritariamente, Centro Integrado de Operações de Segurança Pública – através dos telefones 193 (Corpo de Bombeiros), 190 (Polícia Militar) ou 192 (Samu).

A previsão é de continuidade de chuva na costa leste do Nordeste Brasileiro, principalmente no Rio Grande do Norte. Mas a tendência é de diminuição de intensidade. O Instituto Nacional de Meteorologia emitiu alerta, com baixo risco de alagamentos, na faixa que vai do Rio Grande do Norte até a divisa do Piauí com o Maranhão.