Mesmo com acordo por MDB, PSD vai disputar controle de comissão de Orçamento

Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza reunião deliberativa com 14 itens. Na pauta, o PLS 374/2015-Complementar, que cria regime alternativo para estados fazerem rateio do ICMS entre municípios. Em destaque, senador Angelo Coronel (PSD-BA). Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O PSD no Senado não desistiu de disputar a eleição para a presidência da CMO (Comissão Mista de Orçamento). Um acordo com o MDB na Casa indicava que a cadeira ficaria com a senadora Rose de Freitas (MDB-ES).

O Poder360 apurou que Angelo Coronel (PSD-BA), entretanto, deve pedir que a decisão seja feita pelo voto dos integrantes do colegiado. A presidência é de um senador em um ano e de um deputado no outro. Em 2020 o posto cabia à Câmara.

Quando há acordo, a escolha é por aclamação, sem disputa. O PSD, força emergente no Senado, movimenta-se para tentar ampliar sua influência sobre o Orçamento. Coronel tem dito a aliados que tem maioria dos votos da comissão. A instalação da CMO está marcada para esta 4ª feira (7.jul.2021) às 10h.

Os emedebistas têm ao seu lado a tradição de que, entre senadores, o principais cargos devem ser ocupados por integrantes do partido com mais representantes. Congressistas ouvidos pelo Poder360avaliam que a sigla conseguirá se impor e alçar Rose à presidência da CMO.

O desafio à dominância do MDB no Senado tem ficado mais comum depois das eleições de 2018. De lá para cá o partido perdeu a eleição para presidente da Casa para 2 adversários diferentes: Davi Alcolumbre(DEM-AP), em 2019, e Rodrigo Pacheco(DEM-MG), neste ano.

O último não emedebista a ser eleito presidente do Senado antes de Alcolumbre foi Antonio Carlos Magalhães, do então PFL da Bahia.

O PSD manifestou, nas negociações que culminaram na eleição de Pacheco, a vontade de presidir a CMO. Integrantes do partido têm dito, nos bastidores, que a sigla foi a principal responsável pela vitória do demista e agora cobram seu apoio.

O MDB demorou para aderir à candidatura de Pacheco. Embarcou apenas quando a vitória do mineiro já parecia inevitável. Simone Tebet (MDB-MS) concorreu contra o atual presidente, mas sem o apoio da sigla, ainda que tenha recebido votos de alguns emedebistas.

O PSD tinha apenas 4 senadores no início da legislatura passada, em 2015. No começo de 2019, passou para 7. Agora, tem 11 e é a 2ª força da Casa. O MDB passou de 19 no início de 2015 para 12 no começo de 2019.

Nos últimos meses o partido conseguiu filiar outros senadores e agora são 15 emedebistas na Casa. No começo de 2011, eram 21.
Fonte: poder 360.