Marielle era monitorada por ex-bombeiro desde agosto de 2017, meses antes do crime


Delator participou diretamente das tratativas para descarte do carro usado no crime

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz encontraram com Maxwell, no Meier, com o objetivo de se livrar do carro usado no crime. De acordo com o delator, eles já teriam outra placa em mãos e fizeram a trocaram, além de uma varredura no veículo para tirar qualquer vestígio do crime. Maxwell, então, teria ficado em Rocha Miranda para tratar do descarte do Cobalt com Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como “Orelha”.

Segundo MPRJ, crime foi praticado por conta também das causas defendidas por Marielle

PF e MP do RJ dão entrevista sobre investigação do assassinato de Marielle

PF e MP do RJ dão entrevista sobre investigação do assassinato de Marielle (Foto: Reprodução)

De acordo com o promotor de Justiça e integrante da força-tarefa Eduardo Morais Martins, na denúncia consta que o crime foi cometido devido às causas defendidas pela vereadora. No dia do crime, a parlamentar deixava a Casa das Pretas, após cumprir uma agenda com uma roda de conversa. Ela estava acompanhada pelo motorista e pela assessora quando sofreram os ataques.

— Desde a denúncia de Ronnie e Élcio, já se coloca na denúncia que o crime foi praticado por conta também das causas defendidas por Marielle. Isso não exclui outras possíveis motivações. Isso está na denúncia e permanece.

Ex-bombeiro Maxuell ajudou a trocar placas do carro e a sumir com as armas usadas no crime

Além da vigilância de Marielle, o ex-bombeiro Maxwell Corrêa também participa da manutenção do carro, segundo informou o promotor de Justiça e integrante da força-tarefa, Eduardo Morais Martins. No dia seguinte ao crime, ele auxiliou os executores do assassinato a trocar as placas do veículo, a contactar a pessoa que responsável por picotar o veículo e a se livrarem das armas, jogando ao mar.

Acusados usavam aplicativo que destrói mensagens logo após leitura

Na delação, Elcio Queiroz disse que para conversas mais confidenciais ele e Ronnie Lessa usavam o aplicativo Confide, que ofereceria “tripla confidencialidade”. Nesse aplicativo a mensagem criptografada é destruída imediatamente após a leitura. Na investigação, com a quebra de sigilo de dados de “nuvem”, ficou comprovada a utilização desse aplicativo por parte dos dois.

Segundo a PF, Marielle era seguida por ex-bombeiro pelo menos sete meses antes do crime

Na coletiva, o delegado da PF Guilhermo Catramby disse que Marielle era seguida pelo ex-bombeiro Maxwell Corrêa desde 2017. Em delação premiada, Élcio Queiroz confessou que dirigiu o carro usado no ataque e confirmou que Ronnie Lessa fez os disparos. O delator afirmou ainda que Maxwell fez campanas para descobrir a rotina da parlamentar.

— O Élcio detalha algumas coisas em relação ao planejamento, e esses detalhes, e apesar de saber, não tem maiores informações, porque a efetiva participação foi a parti de 14 de março de 2018, e a participação do Suel foi ainda em agosto de 2017.

De acordo com as investigações, o ex-bombeiro deu suporte logístico, realizou monitoramentos e ainda destruiu uma das provas do homicídio — o carro que foi utilizado também para transporte de armas.

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MPRJ diz que delação de Élcio Queiroz foi corroborada por levantamentos

Em coletiva no Rio de Janeiro na manhã desta segunda-feira, o promotor de Justiça e integrante da força-tarefa Eduardo Morais Martins afirmou que a delação premiada de Élcio Queiroz foi corroborada por levantamentos feitos pela investigação.

— A novidade que houve foi a colaboração, que não é por acaso. Fruto de trabalho de revisão, melhoramos o arcabouço probatório para que pudesse investir numa linha estratégica de delação. Foi corroborada com levantamento. Não adianta receber informação por si só. Só adianta quando é corroborada. Se mostrou, em vários momentos, completamente de acordo. A versão a presentada foi confirmada de forma bem taxativa — disse o promotor.

Fonte: o globo