Alíquota para compra de modelos no exterior aumentará de 10% para 18% em julho; a tarifa alcançará 35% até 2026.
O custo de importação de veículos elétricos no Brasil vai aumentar a partir desta 2ª feira (1º.jul.2024). A alíquota para compra desses carros no exterior subirá dos atuais 10% para 18%, segundo o cronograma iniciado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Esse crescimento não significa que o preço dos veículos nas concessionárias ficará mais alto, já que as marcas têm estoques de veículos. Diante da previsibilidade do calendário de retomada do imposto, muitas empresas anteciparam as importações para manter o ritmo de vendas.
O aumento na alíquota de importação também atinge veículos híbridos, plug in e caminhões elétricos, mas em valores diversificados.
A tributação de veículos eletrificados vai aumentar de forma progressiva até julho de 2026.
Em 2024, as vendas de veículos 100% elétricos têm aumentado sua participação no quadro geral de comercialização de automotivos. Como mostrou o Poder360, a venda de veículos elétricos no Brasil superou a quantidade de unidades comercializadas em 2023 já em maio deste ano.
Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), cerca de 26.000 unidades de automóveis 100% elétricos foram emplacados nos primeiros 5 meses de 2024, o que representa um aumento de 34% ante a totalidade do ano passado.
Pela 1ª vez na história do setor automotivo brasileiro, os veículos elétricos devem superar uma participação superior a 1% de todas as vendas de automóveis no Brasil no consolidado do ano. No acumulado de janeiro a maio de 2024, os veículos elétricos representaram 3% do mercado de vendas no país.
De olho nesse crescimento na participação de elétricos importados, especialmente da China, no mercado automotivo brasileiro, a Anfavea pleiteia junto ao governo uma antecipação da alíquota de 35%, que só seria alcançada em 2026, para o mais breve possível.
Ao Poder360, o presidente da Abve (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), Ricardo Bastos, disse que considera o pleito de aumento na alíquota de importação de carros elétricos um “absurdo”.
Na visão do executivo, uma antecipação da tributação quebraria a previsibilidade de investimento de companhias que já articulam investimentos no país.
Além disso, Bastos afirmou que ainda é cedo para avaliar a política pública do aumento regressivo da tributação de importações desses veículos. Ele declarou que o aumento de 8 pontos percentuais na alíquota já é “bastante expressivo” e balizará a eficácia da medida para os próximos meses.
Sobre o desempenho do setor em 2024, Bastos disse que estima um volume de 150 mil carros elétricos vendidos até o final do ano. Esse número representa um crescimento de 80% ante o registrado em 2023.
Já para o ano que vem, Bastos declarou que duas montadoras devem iniciar a operação de suas fábricas no Brasil no 1º semestre: a BYD, em Camaçari (BA), e a GWM, em Iracemápolis (SP).
O presidente da Abve informou que novos investimentos dessas montadoras para o país devem ser feitos dentro das próximas semanas, porque as empresas aguardavam a sanção do programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação) para intensificar o aporte de recursos no Brasil.
Por: www.poder360.com.br/