A chegada da pandemia trouxe à tona uma crise antiga e não resolvida na saúde do RN. Os hospitais com os corredores lotados já faz parte do cotidiano. Agora, em função da gravidade dessa pandemia, parece sensibilizar o governo, então tem-se a necessidade de buscar soluções eficientes e eficazes no menor tempo possível, pois o coronavírus não espera por uma preparação prévia. Uma solução mais humanizada, prática e de baixo custo para o RN seria utilizar as dependências do Hotel Barreira Roxa, propriedade do Estado, para transformá-las em um hospital de campanha para atender as vítimas do covid-19. Nesse período emergencial, essa transformação do prédio do Barreira Roxa seria uma solução menos onerosa e mais ágil, além disso evitaria a exposição de pacientes, com o quadro de saúde critico, a ambientes de improviso, por exemplo, o hospital que pretende ser implantado em um estádio de futebol. Nosso estado tem verão o ano inteiro, portanto a temperatura é de no mínimo 27ᵒ, não há piso apropriado neste ambiente, não há instalações elétricas prontas entre outros fatores. É inegável que o governo tem ciência desse cenário, mas parece que não quer economizar e prefere expor seres humanos debilitados debaixo de um plástico, nessa temperatura escaldante que há em Natal. O Barreira Roxa tem condições de comportar, pelo menos, 130 leitos em seus 57 apartamentos, em sua estrutura já existe ar condicionado, camas, cozinha, restaurantes, grande área livre para circulação de profissionais, 3 prédios de administração, certamente, significativo espaço para circulação de ar, como recomenda a Organização Mundial de Saúde e o melhor essa estrutura já está pronta. Infelizmente, embora fique claro a real possibilidade de uso de um prédio do estado para sanar uma demanda emergencial, há a lógica política por trás de todo esse cenário, para tal é preciso aparecer, parecer que houve uma imensa contribuição do estado neste cenário de crise. Assim, mais vale usar um espaço alheio, com um investimento exorbitante, a adaptar minimamente um prédio próprio e já equipado.
O vizinho estado do Ceará já projetou colapso em seu sistema de saúde no início de maio. O RN parece não estar no caos, mas o mês de maio já foi confirmado por especialistas como o pico da pandemia, então a governadora do RN precisa agir o mais rápido possível, ela participa de um grupo de governadores do Nordeste, em que há assessores com vasto conhecimento e esses, certamente, poderão orientá-la, mas ela insiste em seguir exemplos de outros lugares que nem de longe se assemelham com a nossa realidade ou parece insistir em ficar ouvindo a estrofe do hino nacional “deitado eternamente em berço esplêndido ao som do mar e à luz do céu profundo”.