Por Kakay.
“Você acha que este Congresso é ruim? Espere o próximo.”
Ulysses Guimarães
O melhor da política é ler e ouvir os comentários mais desencontrados sobre o que pode ocorrer com o país. Advoguei para 4 presidentes da República, mais de 90 governadores e dezenas de ministros e senadores. Sempre me diverti com os comentaristas políticos fazendo análises, muitas vezes, completamente divergentes da realidade. Até por isso, permito-me também dar meus pitacos, sem nenhuma pretensão, mas metendo a colher de pau na discussão após as eleições municipais.
Acho graça das afirmativas peremptórias sobre a provável derrota do PT em 2026. Penso ser importante lembrar que existe, no Brasil, um fenômeno chamado Lula. Ele se elegeu presidente da República em 2003, foi reeleito e conseguiu eleger sua sucessora, a presidenta Dilma (PT), que não era propriamente uma candidata popular. Qualquer político teria sido eleito com o apoio dele. É preciso recordar a história para entender esse fenômeno, o fundador e quase, esse um grande problema, dono do PT. Enfrentou um impeachment covarde, criminoso e irresponsável da presidenta Dilma. Hoje, todos admitem que não houve crime. Ou seja, retiraram da Presidência da República uma presidenta honesta e legitimamente eleita pelo voto popular para atender a interesses políticos escusos. Crime. Golpe.
Nesse contexto, é possível imaginar um governador como Tarcísio de Freitas (Republicanos), que comanda o orçamento de São Paulo, só menor do que o da União, afastar-se do cargo, deixando o governo do Estado mais poderoso da Federação, e não tentar uma reeleição razoavelmente tranquila para enfrentar o velho Lulinha paz e amor?! Só que agora com uma pitada de maldade. Não devemos nos esquecer de que em 2018, com Lula na prisão e o PT sendo demonizado, Fernando Haddad teve 44.87% dos eleitores, ou seja, 47.038.963 votos. E isso tendo demorado muito a sair candidato, pois parte significativa das pessoas queria Lula, mesmo ele estando preso. Agora, olha eu aí fazendo conjecturas como se fosse analista político: é esperar a vitória do Lula em 2026 e depois pavimentar a eleição de Haddad para Presidência da República em 2030. Ele é novo e brilhante. Já conquistou a Faria Lima, só falta conquistar o Nordeste.
Sempre nos lembrando de Nietzsche: “Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida – ninguém, exceto tu, só tu”.