Nos últimos dias, Guaidó esteve na Colômbia, no Brasil, Paraguai, Argentina e Equador, desafiando uma determinação do Tribunal Supremo venezuelano, que o havia proibido de deixar o país no final de janeiro
O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, voltou à Venezuela nesta segunda-feira (4), para participar das manifestações contra o governo de Nicolás Maduro.
Ele foi recebido por uma multidão no Aeroporto de Maiquetía, que atende a capital, e depois foi até uma praça onde era esperado por seus apoiadores.
O retorno do opositor de Maduro contraria ordem judicial que o proibia de deixar o seu país. Durante a última semana, ele se reuniu com os presidentes da Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador.
“Entramos na Venezuela como cidadãos livres, que nada nos diga o contrário. Já sentindo o sol de La Guaira, o brilho da cidade que nos esperava aqui”, disse.
Em seu discurso em Caracas, Guaidó agradeceu o apoio dos países vizinhos e pediu que os apoiadores não cedam à desesperança. “Hoje a Venezuela insiste em avançar”.
No domingo (3), Guaidó fez uma transmissão ao vivo pela internet durante a qual se comprometeu a participar dos protestos que convocou para esta segunda e esta terça na Venezuela, e disse ter dado instruções para aliados internacionais caso seja preso.
“Se o usurpador (Maduro) e seus cúmplices ousam tentar me deter, será um dos últimos erros que estará cometendo. Deixamos um caminho claro, com instruções claras a serem seguidas por nossos aliados internacionais e irmãos parlamentares. Estamos muito mais fortes do que nunca e não é hora de fraquejar”, afirmou.
Maduro desafiado
O retorno de Guaidó, que na semana passada também visitou Colômbia, Brasil, Paraguai e Argentina, representa um desafio para o presidente Nicolás Maduro, que deve decidir se vai mandar prendê-lo e provocar uma forte reação internacional, ou deixá-lo entrar no país com tranquilidade, minando a autoridade do Poder Judiciário.
“O desafio chegou longe demais. Se entrar e o prenderem, vão gerar fortes reações internas e internacionais. Maduro está em risco permanente”, assegurou à AFP o analista político Luis Salamanca.
O autoproclamado presidente interino da Venezuela é reconhecido por mais de 50 países como presidente da Venezuela, e saiu do país no dia 23 de fevereiro, para capitanear uma tentativa – frustrada – de envio de ajuda humanitária ao país a partir da fronteira com a Colômbia. Em seguida, partiu para um giro pelo exterior em busca de apoio à oposição ao governo de Maduro.
Neste sábado (2), Guaidó pediu ao povo venezuelano que tome as ruas na segunda e na terça-feiras. “Apesar de também ser carnaval na Venezuela”, considerando que “temos pouco para comemorar e muito para fazer, por isso vamos pedir protestos nesses dias. Sempre dentro da Constituição”.
O vice-presidente americano Mike Pence postou no Twitter que o retorno seguro do opositor de Maduro à Venezuela é da “mais alta importância” para os EUA e ameaçou com “rápida resposta” se houver qualquer tipo de ameaça ou intimidação contra ele.
G1