O governo admitiu “relevante piora” na crise hídrica enfrentada pelo Brasil. Em reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), realizada nesta 3ª feira (24.ago.2021), foi decidido que todos os recursos disponíveis para geração de energia e retenção de água nos reservatórios devem ser acionados, incluindo os mais onerosos.
O encontro foi realizado em caráter extraordinário para avaliar as condições de suprimento energético ao SIN (Sistema Interligado Nacional).
“Conforme destacado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a exemplo do verificado nos últimos meses, predomina a degradação dos cenários observados e prospecções futuras, com relevante piora, fazendo-se imprescindível a adoção de todas as medidas em andamento e propostas, destacadamente a alocação dos recursos energéticos adicionais e flexibilizações de restrições hidráulicas”, diz nota emitida pelo comitê. Eis a íntegra do documento (610 KB).
Nesse sentido, o ONS apresentou uma proposta para flexibilização temporária na operação do Rio São Francisco. A medida quer priorizar o uso da água na geração de energia elétrica, em detrimento de outros usos.
O CMSE discutiu regras referentes ao nível mínimo de armazenamento das hidrelétricas. O grupo abordou a necessidade de utilizar o estoque hídrico armazenado nos reservatórios. O tema será discutido nesta 5ª feira (25.ago) em reunião da CREG (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética).
O Ministério de Minas e Energia também apresentou uma proposta de um programa de incentivo à redução voluntária do consumo de energia elétrica, que propõe descontos a consumidores residenciais que economizarem energia. O assunto também será pauta da reunião da CREG. A previsão é que as regras sejam divulgadas no início de setembro.
Por fim, o CMSE reiterou o seu papel de no monitoramento permanente das “condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País, adotando as medidas para a garantia do suprimento de energia elétrica”.
Fonte: poder 360.