Feriados quebram ciclo de vendas e prejudicam faturamento de lojistas

Embora os feriados sejam esperados pelos trabalhadores e favoreçam o turismo local, os comerciantes não são beneficiados pelas datas. Isso porque com o feriado, muitos lojistas fecham os seus negócios e perdem a oportunidade de faturar. Neste ano, ao todo serão 13 feriados, sendo 9 nacionais, 1 estadual e 3 municipais. 6 datas serão consideradas pontos facultativos.

Mensalmente, o Alecrim fatura em média R$ 3 milhões, de acordo com o presidente da Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (AEBA), Matheus Feitosa. Para ele, os feriados aumentam a cada ano e isso resulta em prejuízos para os comerciantes. “O Alecrim perde muito com dias de feriado, principalmente quando eles acontecem nos dias de semana. Além de prejudicar um dia de faturamento e trabalho, muitas vezes quebra um ciclo de uma semana normal e afasta os clientes do comércio de rua”, afirma o presidente.

No Alecrim, os comerciantes se dividem em manter a loja aberta e deixar fechada. Os que decidem fechar, dizem perder um dia de lucro. Enquanto os que preferem abrir, precisam pagar hora-extra aos funcionários que são escalados para trabalhar. Esse é o caso da Loja +Make Atacado. O local vai continuar aberto no feriado do Dia de Reis, neste sábado (6), mas vai pagar o dia para os colaboradores que estarão trabalhando. Enquanto a Loja Emanuelle vai seguir com as portas fechadas na data, assim como outros comércios do Bairro Alecrim.

De acordo com estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), em todo o País, o comércio amargará um prejuízo de R$ 28 bilhões com os feriados de 2024. O levantamento mostrou também que a perda vai ser 4% menor do que a registrada em 2023.

No ano passado, o comércio do Alecrim teve que se reorganizar por conta das datas. Para continuar lucrando e realizando os desejos dos clientes que pretendiam fazer as compras, a estratégia encontrada foi manter as lojas abertas nos feriados que não fossem nacionais ou, até mesmo, nos que teriam menos adesão dos proprietários, colaboradores e clientes.

O presidente da AEBA diz que no ano passado também adotaram campanhas para os lojistas aderirem às estratégias. “Organizamos também até dias de domingo para que dessa forma pudéssemos tentar estratégias diferentes. Mas não é fácil. O esforço é muito grande com trabalho de divulgação na empresa e canais de comunicação como redes sociais e telefone ou aplicativos como o WhatsApp”, completa.

Concordando com Matheus Feitosa, o comerciante José Eudes, pensa o mesmo sobre manter a loja aberta. Para ele, o movimento aumenta, pois muitos clientes aproveitam o dia para realizarem as compras. “Se eu decido não abrir, alguns clientes que vierem comprar podem se aborrecer. Além disso, o prejuízo que eu levo é de aproximadamente R$ 1.000 por dia. Mas dependendo do feriado eu mantenho minha loja fechada”, disse. O lojista continua dizendo que o melhor meio que encontrou foi abrir até às 12h, pois assim ele aproveita metade do dia para lucrar e o restante para descansar.

Para os comerciantes do Alecrim que querem ficar de portas abertas tanto aos feriados quanto aos domingos, é necessário informar os sindicatos sobre o funcionamento. Feitosa diz que a cultura e burocracia para que uma empresa também funcione em um feriado ou domingo só aumenta. “Também temos que pagar uma taxa de R$ 10,00 por colaborador que trabalha e 100% de hora extra trabalhada. Se o empresário não fizer um esforço muito grande ou planejar muito bem, a empresa dificilmente vai abrir em um feriado ou domingo”, ressalta.

Neste ano, a Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim pensa em projetos que ajudem o comércio. Uma das ideias é fazer um domingão do Alecrim aberto pelo menos uma vez no mês. Outra tática pensada foi juntar a loja física e digital para incentivar as empresas a criarem seus canais virtuais de vendas.

“É uma estratégia de vender mais também e assim ter menos perdas em relação aos feriados e a concorrência no digital que cresce todos os dias. Algumas empresas ainda não estão prontas, mas estamos sempre incentivando e mostrando que é uma alternativa de faturar e manter clientes fidelizados e atrair novos clientes. A Internet nesse momento pode ser um aliado forte para as empresas que tiverem condições de investir em equipe, estrutura e logística, mas as que não tiverem esse acesso é recurso financeiro irá ter prejuízos”, esclarece Matheus Feitosa.

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