Febraban diz não ter proposto ataques ao governo em manifesto

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A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) declarou nesta 2ª feira (30.ago.2021), por meio de nota, não ter participado “da elaboração de texto que contivesse ataques ao governo ou oposição à atual política econômica”. O comentário tem o objetivo de reacomodar a relação do sindicato dos bancos com o governo de Jair Bolsonaro, sobretudo com a área econômica, e se descolar da iniciativa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) de reescrever o texto.

A elaboração desse manifesto em prol da pacificação política em Brasília, porém, provocou reação imprevista.

A notícia de que a Febraban, em parceria com a Fiesp marcaria sua posição em favor do diálogo entre os Três Poderes antes das manifestações de 7 de Setembro levou os comandos da CEF (Caixa Econômica Federal) e do BB (Banco do Brasil) a ameaçar com a saída do sindicato dos bancos.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que seria aceitável um documento favorável à democracia. Mas não aquela redação crítica ao governo, como foi sua interpretação do rascunho do manifesto.

“O conteúdo do manifesto pedia serenidade, harmonia e colaboração entre os Poderes da República e alertava para os efeitos do clima institucional nas expectativas dos agentes econômicos e no ritmo da atividade”, explicou a federação dos bancos em sua nota. “A Febraban submeteu o texto a sua própria governança, que aprovou ter sua assinatura no material”, completou.

A Febraban sublinhou ainda que seu conselho aprovou o texto submetido pela Fiesp. Indicou, com isso, não ter havido aval ao conteúdo reescrito pela federação das indústrias. Também assinalou que a publicação dessa segunda versão “não é decisão da federação dos bancos”.

A nota da Febraban foi divulgada depois de a Fiesp ter decidido deixar o manifesto para depois de 7 de Setembro, quando se esperam manifestações populares a favor e contra o governo Bolsonaro.

Se vier a ser publicado, o manifesto provavelmente trará um tom menos crítico sobre a atual tensão entre o Executivo e o Judiciário. Também tenderá a corrigir tópicos como os relacionados à criação de postos de trabalho e ao crescimento da economia neste ano.

Eis a íntegra da nota da Febraban:

Nota de Esclarecimento da Febraban

O manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, articulado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e apresentado na última quinta-feira às entidades empresariais com prazo de resposta até 17 horas da sexta-feira, é fruto de elaboração conjunta de representantes de vários setores, inclusive o financeiro, ao longo da semana passada.

Desde sua origem, a FEBRABAN não participou da elaboração de texto que contivesse ataques ao governo ou oposição à atual política econômica. O conteúdo do manifesto pedia serenidade, harmonia e colaboração entre os Poderes da República e alertava para os efeitos do clima institucional nas expectativas dos agentes econômicos e no ritmo da atividade.

A FEBRABAN submeteu o texto a sua própria governança, que aprovou ter sua assinatura no material. Nenhum outro texto foi proposto e a aprovação foi específica para o documento submetido pela FIESP. Sua publicação não é decisão da federação dos bancos. A FEBRABAN não comenta sobre posições atribuídas a seus associados.

Fonte: Poder 360