A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer em parceria com a alemã BioNTech parece funcionar contra mutações do novo coronavírus. Esse é o resultado de um estudo clínico realizado pela farmacêutica norte-americana e pela University of Texas Medical Branch.
Os resultados do estudo ainda não foram revisados por pares da farmacêutica e cientistas da universidade. As informações são da Reuters.
Novas variantes do Sars-CoV-2, coronavírus responsável pela covid-19, foram descobertas no Reino Unido e na África do Sul. Diversos países já registraram casos de infecção pelas mutações.
No Brasil, o laboratório Dasa informou em dezembro que identificou 2 casos em São Paulo. Segundo a empresa, é a mesma cepa encontrada no Reino Unido. Rio de Janeiro e Bahia registraram um caso cada da mutação E484K, descoberta na África do Sul.
O cientista da Pfizer Phil Dormitzer disse que o imunizante da farmacêutica se mostrou eficaz contra a mutação N501Y, considerada uma das mais transmissíveis, e outras 15 variantes testadas anteriormente.
“Testamos 16 mutações diferentes, e nenhuma delas teve um impacto significativo [na eficácia da vacina]. É uma boa notícia“, declarou. “Isso não significa que a 17ª [mutação] não terá”.
Ele informou que os pesquisadores planejam realizar novos testes para ter conclusões mais detalhadas da eficácia da vacina nas mutações encontradas no Reino Unido e na África do Sul. Segundo ele, a variante E484K, encontrada no país africano, preocupa pela sua alta taxa de transmissão.
Resultados da fase 3 de testes da vacina da Pfizer/BioNTech, feita com 44.000 participantes, mostraram que o imunizante tem 95% de eficácia na proteção da covid-19. São necessárias duas doses, com intervalo de 3 semanas entre elas.
A vacina foi aprovada para uso definitivo em Canadá, Arábia Saudita e Bahrein. Estados Unidos, União Europeia e mais 13 países aprovaram o uso emergencial do imunizante.
Cada dose custa de US$ 14,76 a US$ 19,50 –um dos valores mais elevados entre os imunizantes desenvolvidos no mundo contra a covid-19. Além do preço, o imunizante da Pfizer tem outra desvantagem com relação às vacinas de outras farmacêuticas: a temperatura de armazenamento.
A vacina precisa ser armazenada de -80°C a -60°C. Pode permanecer por 5 dias em temperaturas de 2°C a 8°C.
O Brasil chegou a negociar a compra de 70 milhões de doses, mas o acordo ainda não foi finalizado. Em entrevista concedida nessa 5ª feira (7.jan.2021), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, criticou as exigências da farmacêutica. Afirmou que as negociações continuam.
“Amanhã tem novas reuniões. O que nós queremos é que ela nos dê o tratamento correspondente com nosso país, que ela amenize essas cláusulas. Nós não podemos assinar desta forma”, declarou.
O ministro afirmou que a empresa exige ser isenta de qualquer responsabilidade, caso a vacina produzida por ela apresente alguma falha ou reação adversa grave em um ou mais pacientes.
Poder 360.