“O presidente do Conselho Federal de Medicina parece esquecer o mais importante do juramento médico: primeiro, não fazer mal”, dizem a microbióloga Natalia Pasternak e o infectologista Mauro Schechter, a propósito do tratamento precoce bolsonarista.
“Estimular o uso de drogas comprovadamente ineficazes, mas que podem fazer mal — vide excesso de óbitos com uso de cloroquina em estudos clínicos, fila de transplante hepático por uso indiscriminado de ivermectina e possíveis malformações congênitas —, é conceder carteira de registro médico de número 007, com licença para matar (…).
Se, no início, sendo bastante generosos, havia algum motivo para que o CFM defendesse a ‘autonomia do médico’ para prescrever qualquer coisa, porque, afinal, mal não faria, essa afirmação não mais se sustenta diante dos dados há muitos meses disponíveis. Some-se a isso a recente denúncia de médicos forçados a prescrever o ‘kit covid’. Quem defende a autonomia dos médicos coagidos?
Enquanto durar a atual postura do CFM, a Medicina no Brasil estará, na prática, sem regulamentação. Estamos diante do desmonte da Medicina brasileira.”
O antagonista.