Com protesto de estudantes, Bolsonaro cancela ida ao Mackenzie

Estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie realizaram um protesto na manhã desta quarta, 27, contra uma visita do presidente Jair Bolsonaro. Apoiadores do presidente, por sua vez, foram a outra entrada da universidade realizar uma manifestação favorável a ele. O Palácio do Planalto alegou questões de segurança para transferir o evento de local. A medida teve como objetivo evitar possíveis confrontos com os manifestantes que estavam na universidade.

O presidente viajou para São Paulo, onde passa por exames médicos, e havia expectativa de que ele pudesse comparecer ao lançamento da Mackgraphe, centro de pesquisas sobre grafeno ligado à universidade.

O estudante Mateus Weber, de 24 anos, membro da diretoria do Diretório Central de Estudantes (DCE), conta que soube pelas redes sociais do próprio presidente que ele iria à universidade. Após a informação, os alunos se mobilizaram para apresentar pautas estudantis ao governo. Mais investimentos em educação, repúdio à diminuição de vagas do ProUni e do Fies e às falas do ministro Vélez Rodríguez de que universidades seriam um espaço da elite intelectual são algumas das críticas. O protesto teve apoio da União Nacional dos Estudantes e da União Estadual dos Estudantes de São Paulo.

Segundo Weber, por não haver confirmação do horário em que o presidente estaria no local, houve organização de protestos de manhã, tarde e noite. Weber afirma que vídeos circularam com testes de segurança, bloqueio de entradas da universidade e colocação de tapumes. “Então, tivemos a surpresa de que ele não viria, de que tinha cancelado. Para a gente, fica claro que ele tem medo de enfrentar debates com a opinião pública. Durante a eleição, ele não ia para debate e, agora, como presidente em agenda pública, não participa”, opina Weber.

O ato dos estudantes também aborda críticas à ditadura militar. Nesta semana, o Estado revelou que Bolsonaro tem incentivado comemorações pelos 55 anos da data que marca o início da ditadura no País – 31 de março de 1964. Em vídeos publicados nas redes sociais, alunos chamaram Bolsonaro de “fascista” e gritam “ditadura nunca mais”.

Após a mudança na agenda do presidente, professores do Mackenzie apresentaram o projeto sobre grafeno na sede do Comando Militar do Sudeste, no bairro Paraíso. Uma comitiva com duas vans e um ônibus da universidade chegou ao local por volta de 14h.

Ainda na capital paulista, Bolsonaro passa por exames médicos no Hospital Albert Einstein, após o evento no Comando Militar, segue para um evento beneficente com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em prol dos projetos sociais da Unibes (União Brasileiro-Israelita do Bem Estar Social).

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