CEO do Carrefour no Brasil pede desculpas em comunicado na TV

O CEO do Grupo Carrefour no Brasil, Noel Prioux, se pronunciou neste sábado (21.nov.2020) sobre a morte do autônomo João Alberto Freitas, de 40 anos, conhecido como Beto, que foi assassinado durante a abordagem de seguranças de uma loja da empresa, em Porto Alegre, na noite de 5ª feira (19.nov.2020).

O comunicado foi exibido inicialmente na TV Globo, durante o intervalo do Jornal Nacional, e replicado posteriormente na internet. Em pouco mais de 1 minuto, Prioux e o vice-presidente de Recursos Humanos do grupo, João Senise, afirmaram que o caso de João Alberto não representa os valores da empresa.

Prioux pediu desculpas à família de João Alberto. Classificou o espancamento como tragédia e afirmou que não tinha condições de compreender completamente o tamanho da dimensão do caso.

“O que aconteceu na loja do Carrefour foi uma tragédia de dimensões incalculáveis, cuja extensão está além da minha compreensão, como homem branco e privilegiado que sou. Então, antes de tudo, meus sentimentos à família de João Alberto e meu pedido de desculpas aos nossos clientes, à sociedade e aos nossos colaboradores”, disse Prioux.

Senise afirmou que mais da metade dos colaboradores do Carrefour no Brasil são negros e negras. Também garantiu que mais de 30% dos gestores se autodeclaram pretos ou pardos. “O que aconteceu em nossa loja não representa quem somos e nem os nossos valores. Cinquenta e sete por cento dos nossos colaboradores são negras e negros e mais de um terço dos nossos gestores se autodeclaram pretos ou pardos. Mas estamos conscientes que precisamos de mais ações concretas e efetivas para o fortalecimento da nossa cultura de diversidade”, disse.

No vídeo, o Prioux também afirmou que a morte de João Alberto servirá como estímulo ao compromisso da empresa em combater o racismo estrutural no Brasil.

“Reforço meu compromisso com todas as famílias brasileiras. Se uma crise como essa está acontecendo conosco é porque temos a responsabilidade de mudar isso na sociedade. A morte de João Alberto não pode passar em vão. E é por isso que assumimos hoje o compromisso de ajudar a combater o racismo estrutural. Comunicaremos nos próximos dias todas as nossas iniciativas e o comitê dedicado exclusivamente a esta causa. Mais uma vez, minhas sinceras desculpas”, afirmou.

Assista (1min45s):

Poder 360.