A humanidade ultrajada, descreve Kakay

Sou mais velho que o Tempo e que o Espaço, porque sou consciente. As coisas derivam de mim; a Natureza inteira é a primogênita da minha sensação.
Busco – não encontro.
Quero, e não posso.

– Fernando Pessoa, “Livro do Desassossego”

Quando o desastre da eleição para presidente deste fascista se concretizou, recordo-me bem, uma profunda desesperança se abateu sobre boa parte do povo brasileiro. Uma tristeza indescritível. O Brasil estava dividido. Profundamente dividido. As nossas preocupações eram, dentre outras, as pautas dos costumes, da cultura e da economia. Enfim, sabíamos que todo o horror e o baixíssimo nível vistos no período eleitoral viriam prestigiar o armamento e a falta de prioridade social.

Boa parte de nós tinha a impressão de que fomos vítimas da máquina implacável das notícias falsas, das armações sem limites, dos tais algoritmos das redes sociais que impunham verdades ou mentiras, que faziam e desmanchavam realidades, transformando-as em ilusões; de que estávamos sendo tragados pelos mentores dos bastidores, onde se criava um mundo irreal para nós, mas absolutamente verdadeiro para a máquina de eleger populistas nesse movimento que se iniciou nos anos 2000 na Itália. Como já constatava Giuliano Da Empoli, no livro “Os Engenheiros do Caos”, citando Woody Allen:

“Os maus, sem dúvida, entenderam alguma coisa que os bons ignoram.”

Mas o espírito democrata que habitava em nós teimava em afirmar que essa era a regra do jogo, que a alternância de poderes consolida a democracia formal, que nós, humanistas, nos fortaleceríamos com as provações e adversidades. E fomos acompanhando, perplexos, o desmonte de todas as estruturas que sustentavam o Estado: o desmantelamento do SUS, a falência deliberada da política cultural, a entrega indecente das florestas e de toda a área ambiental, o sucateamento das pesquisas, o abandono da ciência e das universidades, enfim, uma política de terra arrasada para extirpar qualquer pensamento digno de ser chamado de raciocínio. Um show de horror. Uma humilhação.

Tem sido assustador acompanhar as políticas desenvolvidas pelos ministros do governo. Tétricos. Pessoas saídas de um esgoto profundo, das mais obscuras trevas, do lodo. Lembro-me da vergonha que passávamos, quando viajávamos para fora do país, pelo baixo nível do presidente e da sua equipe.

E ainda tínhamos que aguentar as pessoas mais improváveis no nosso dia a dia. Estúpidos de extrema direita, ou simplesmente estúpidos, sem nenhuma formação humanista, que tinham orgasmos múltiplos com o inimputável falando no tal cercadinho na frente do Alvorada. Era uma fase em que ainda se fazia essencial adotarmos certas atitudes, principalmente sair de grupos de WhatsApp e evitar certos ambientes, pois os fascistas estavam com vontade de arrotar a ignorância acumulada.

Reconheço que teve um lado bom nisso tudo: depuramos as relações, bloqueamos os fascistas deslumbrados, cortamos vínculos com aqueles incentivadores da violência, da barbárie e que se travestiam de democratas. Foi uma necessária libertação, que me remeteu ao grande Manuel Bandeira, no seu “Poética”:

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado.

Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.”

Mas, quis o destino que, no meio desse desastre de um governo fascista, como se fosse pouco, tivéssemos que encarar uma pandemia, a mais grave crise sanitária da história. E aí o fascista inculto se esbaldou. Viu a chance de se fortalecer como mito.

Com uma personalidade incapaz de qualquer reflexão, ou de ouvir quem quer que seja, o presidente resolveu enfrentar, fisicamente, individualmente, o vírus da covid. A impressão que tenho é que ele é tão primário que, num primeiro momento, resolveu provar que podia, ele próprio, acabar com o vírus. Não é possível tanta política negacionista, tanta desumanidade, tanta deslealdade à dor do próximo.

O presidente se superou. Fez da morte seu canto de guerra. Da hipocrisia, sua arma de iludir. Do sadismo, sua pretensa superioridade. E da maldade e desprezo à dor do outro, sua marca pessoal. Ao imitar numa live o desespero de uma pessoa com falta de ar pela infecção do vírus, ele se despiu da condição de ser humano. Não só se rebaixou aos ídolos dele, torturadores que venera, mas também disse a todos nós que somos cúmplices se não reagirmos.

impeachment virou um jogo de figurinhas repetidas. Todos, de alguma forma, já se manifestaram no sentido de que o impedimento é inevitável. Hoje em dia, aquela divergência familiar já é rara. Ninguém quer dividir as mãos sujas de sangue com um genocida. Ninguém quer se identificar com um presidente que acaba de ser apontado por uma comissão de especialistas em Direito, criada pelo Conselho Federal da OAB para analisar e sugerir medidas no enfrentamento da pandemia, como uma pessoa que deve ser responsabilizada pelos crimes de homicídio e lesão corporal por omissão imprópria. E por crime contra a humanidade, segundo o artigo 7º do Estatuto de Roma.

Claro que tal proposta ainda não foi votada e aprovada pelo Conselho Federal, mas já está devidamente sacramentada pela comissão, graças à coragem e à independência intelectual dos juristas membros do grupo, que cumpriram o papel que lhes cabia: Carlos Ayres Britto, Miguel Reale Jr, Siqueira Castro, Clea Carpi, Nabor Bulhões, Geraldo Prado, Marta Saad e José Carlos Porciúncula. Tive a alegria de fazer parte da comissão, como um gesto de generosidade do presidente Felipe Santa Cruz.

A proposta elaborada foi técnica e comprovou que o histórico de negação deliberada na compra das vacinas, dentre outras condutas, caracterizou a omissão penalmente relevante. O presidente tinha o dever de zelar pela saúde pública do brasileiro, como garantidor desse bem jurídico, e, ao contrário, optou por violar esse direito.

Ao abandonar a população à própria sorte, fundando uma verdadeira República da Morte, inclusive tentando impedir que outras autoridades tomassem medidas indispensáveis, o presidente revelou ser responsável por ataques generalizados e sistemáticos contra o povo brasileiro. A imputação de crime contra a humanidade por ofensa ao artigo 7º do Estatuto de Roma dá a dimensão da nossa catástrofe.

Espero que essa dimensão do nosso desamparo tenha servido para uma reflexão sobre o monstro que preside o Brasil. Felizmente, já encontro poucos bárbaros a apoiar esse responsável por cerca de 350 mil mortos. Quase todos nós fomos atingidos, sob o prisma pessoal, com o maldito vírus. Cada um faz sua ponderação e, é interessante, encontra uma maneira de fazer o enfrentamento desse maldito vírus fora dos espaços tradicionais.

Está chegando a hora de saber quem tem uma postura cristã, uma visão que prioriza a humanidade e o amor ao próximo, ou que se posiciona pela morte e pelo fascismo. Nunca na história recente da humanidade foi tão fácil definir o comportamento das pessoas. Não há erro. Não há como ter dúvidas. É um raciocínio, por incrível que pareça, binário.

Quem é a favor da vida? Quem apoia a priorização da ciência? Quem coloca a vacina como prioridade absoluta? Quem acredita no isolamento e no uso de máscara como base de tudo? O contrário é o que é: apoia o culto à morte, apoia esse presidente fascista, genocida, bandido.

Homenageio o filósofo Unamuno na guerra civil espanhola, quando o franquista general Millan Astray deu o grito, na Universidade de Salamanca, “Viva la muerte!”, ele respondeu de pronto:

Às vezes o silêncio é melhor do que mentir.

Mas não convencerá. Pois para convencer precisará do que lhe falta: a razão e o direito em sua luta.”

Agora é uma definição simples. É entre a barbárie e a vida, nem é mais uma possível controvérsia com a ciência. É uma definição de vida, de caráter. Ou é bandido, fascista e assassino, no mínimo por omissão, ou é resistente a essa tragédia que se abateu sobre nós. Todos nós! Vale lembrar de Ernst Toller:

Estamos todos vinculados ao mesmo jogo pelo destino.
Estamos todos unidos pela criatura de mil anos de tortura.
A compulsão das trevas rodopiam através das marés para todos nós.
Oh, maldição dos limites!
As pessoas odeiam sem escolha!
Tu, irmão da morte, vai conduzir-nos juntos.”

Poder 360

Vereadora não percebe câmera ligada e faz “sarrada” durante sessão virtual

Durante uma sessão virtual da Câmara Municipal de Cuiabá (MT), a vereadora Michelly Alencar (DEM) fez um passo de dança conhecido como “sarrada”. Ela não tinha percebido que sua câmera estava ligada.

O episódio ocorreu em reunião dessa 5ª feira (15.abr.2021). A vereadora disse que se tratou de um momento de descontração com sua assessora. Michelly afirmou que exerce seu papel na Câmara com “dedicação e profissionalismo”.

Depois de dançar, a vereadora volta a sentar em frente ao computador para continuar participando da sessão. Em seguida, nota que a câmera estava ligada e que os colegas tinham visto.

Ela se assusta, levanta rapidamente e sai da frente do computador.

Eis o vídeo (29s):

Em publicação feita em seu perfil no Facebook, a vereadora disse que foi ao banheiro e, ao retornar, brincou com a assessora.

Mas não desrespeitei ninguém. Pelo contrário, exerço meu papel com muita dedicação e profissionalismo. Nunca faltei a uma sessão sequer, tenho produção legislativa, estou nas ruas fazendo fiscalização e defendendo o direito do cidadão cuiabano. E vejam só, me preparo para as sessões, vou para o gabinete, não faço de qualquer lugar ou de qualquer jeito só porque é de forma on-line”, escreveu.

A Câmara Municipal de Cuiabá tem realizado sessões virtuais desde março de 2020 por conta da pandemia da covid-19. O público pode acompanhar as reuniões em tempo real nas redes sociais da Câmara.

Tenho me esforçado para manter o ambiente de trabalho leve, pois eu e minha equipe trabalhamos com assuntos pesados, vamos para a linha de frente, entramos em hospitais com pacientes de Covid-19, atendemos denúncias. Somos seres humanos e também temos nossos momentos de descontração. É assim que conseguimos lidar”, prosseguiu.

Eu sinto na pele todos os dias o preconceito por ser mulher, parece que temos que trabalhar o triplo para provar nosso valor. E em situações como essa o fardo fica mais pesado.

Poder 360.

Lula amplia vantagem sobre Bolsonaro no 2º turno e venceria por 52% a 34%

Foto: Sérgio Lima/Poder360

Pesquisa PoderData, realizada em todo o Brasil com 3.500 entrevistas nesta semana (12-14.abr.2021), indica que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria 18 pontos de vantagem sobre Jair Bolsonaro (sem partido) num eventual 2º turno na disputa pelo Palácio do Planalto. O petista teria 52% contra 34% do atual presidente.

A eleição presidencial está marcada para 2 de outubro de 2022. Os cenários testados agora devem ser tomados com uma radiografia do momento, em que o país enfrenta o pior impacto da pandemia de coronavírus, muitos Estados mantêm negócios fechados e há incerteza sobre a recuperação da economia.

Nesse contexto, a pesquisa PoderData captou uma piora das intenções de voto para Bolsonaro na comparação com 1 mês antes, quando apenas Lula e Ciro Gomes (PDT) venceriam o atual num eventual 2º turno. Agora, ele já não ganha de ninguém com segurança.

Mas é muito importante registrar que numa conjuntura adversa –com a CPI da Covid quase entrando em funcionamento–, Bolsonaro segue com o apoio fiel de 1/3 do eleitorado. É um sinal de que as vicissitudes não provocaram uma erosão no bolsonarismo de raiz.

Segundo o PoderData, Bolsonaro perderia hoje num confronto direto para Lula (52% X 34%) e para o empresário e apresentador da TV Globo Luciano Huck (48% X 35%).

Contra outros 3 possíveis candidatos testados, Bolsonaro ficaria apenas em situação de empate técnico (a margem de erro da pesquisa é de 1,8 ponto percentual, para mais ou para menos): Bolsonaro 38% X 37% João Doria (PSDB); Bolsonaro 38% X 37% Sergio Moro (sem partido); Bolsonaro 38% X 38% Ciro Gomes.

Chama a atenção a melhora do tucano João Doria, justamente no período em que o governador de São Paulo reduziu os atritos públicos com seu partido (o PSDB) e também quando o Instituto Butantan conseguiu acelerar a vacinação contra a covid-19. O eleitorado reagiu e Doria agora subiu de 31% para 37% em duas semanas numa simulação de 2º turno contra Bolsonaro, segundo o PoderData.

Também foi registrada uma melhora do ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (de 31% para 37%) na simulação de 2º turno. E uma expressiva pontuação de Luciano Huck, que em duas semanas saiu de 40% para 48%. Huck e Moro, além de Doria, são sempre citados como possíveis nomes para satisfazer uma corrente que se autodenomina “de centro” e que gostaria de ter um candidato em 2022 fora da polarização Bolsonaro-Lula.

Além de Bolsonaro, quem coletou um resultado negativo nesta rodada do PoderData foi o pedetista Ciro Gomes. Ele variou negativamente dentro da margem de erro na simulação de 2º turno (de 39% para 38%), mas viu Bolsonaro nesse cenário encostar, saindo de 34% para 38%. Há duas semanas, Ciro venceria. Agora, fica empatado com o atual presidente –talvez um sinal de que seu nome não agrade ao eleitorado situado do centro para a direita do espectro político.

A pesquisa foi realizada pelo PoderData, a divisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é feita em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.

Foram 3.500 entrevistas em 512 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

Para chegar a 3.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

1º TURNO ESTÁVEL NO TOPO
O cenário de 1º turno testado pelo PoderData (só foi testada uma hipótese) apresentou estabilidade no topo da tabela. Bolsonaro tinha 30% duas semanas antes e agora está com 31%, uma variação estritamente dentro da margem de erro de 1,8 ponto percentual. Lula tinha 34% e ficou com o mesmo percentual agora.

Houve algumas variações, entretanto, na parte de baixo da cartela de candidatos, sempre de no máximo 3 pontos percentuais –tudo próximo ou dentro da margem de erro, como mostra o infográfico a seguir:

2º TURNO: HUCK, DORIA, MORO E CIRO
O presidente da República seria derrotado por Luciano Huck no 2º turno. Empataria com João Doria, Sergio Moro e Ciro Gomes.

 

ESTRATIFICAÇÃO
O levantamento do PoderData mostra ainda a estratificação das intenções de voto no 2º turno nas seguintes disputas:

Bolsonaro X Lula:
Bolsonaro é tem mais intenções de voto entre: os que ganham mais de 10 salários mínimos (61%) e dos homens (47%). Lula supera o presidente em todos os outros, com destaque para os jovens (69%) e as mulheres (61%).

Bolsonaro X Luciano Huck:
Bolsonaro tem mais intenções de voto entre: homens (45%), pessoas de 25 a 44 anos (40%); moradores da região Sul (42%); os que têm só o ensino fundamental (39%); e os que ganham mais de 10 salários mínimos (71%);

Huck tem mais intenções de voto entre: mulheres (53%); pessoas de 16 a 24 anos (72%); moradores da região Norte e Nordeste, 50% em cada uma; os que têm só o ensino fundamental (49%); e os que recebem de 5 a 10 salários mínimos (50%).

Bolsonaro X Ciro Gomes
Bolsonaro tem mais intenções de voto entre: homens (39%), pessoas de 16 a 24 anos (49%); moradores da região Sul (45%); os que têm ensino superior (54%); e os que ganham de 2 a 5 salários mínimos (43%);

Ciro tem mais intenções de voto entre: homens (44%); pessoas de 25 a 44 anos (46%); moradores da região Norte (55%); os que têm só o ensino fundamental (40%); e os que recebem mais de 10 salários mínimos (65%).

Fonte: Poder 360

Prefeitura fiscaliza descarte irregular de lixo em Parnamirim

Depois de diversas denúncias de queimadas de lixos domésticos e descartes oriundos da construção civil, foram realizadas em Parnamirim operações de fiscalização em vários bairros da cidade. De acordo com a prefeitura, as queixas foram prontamente atendidas pela equipe da Semur.

Os bairros abordados foram:
Cohabinal, Santos Reis, Monte Castelo, Passagem de Areia, Rosa dos Ventos, Vale do Sol, Parque Industrial e Nova Parnamirim.

A prefeitura ressaltou ainda em suas redes sociais o apelo à população sobre a importância do descarte correto de lixo: “Para combater essa situação é preciso que a população participe. Descartes irregulares criam problemas para toda a comunidade e, além disso, o responsável pode ser punido por crime ambiental.”.

Senado aprova uso de verbas de saúde por estados e municípios

Foto: Agência Brasil

O Senado aprovou hoje (13) o Projeto de Lei Complementar (PLP) 10/2021, que estende até o fim deste ano a autorização concedida a estados, Distrito Federal e municípios para utilizar, em serviços de saúde, verbas remanescentes de anos anteriores dos fundos de saúde. Essas verbas devem ter sido repassadas pelo Ministério da Saúde. A matéria ainda precisa de sanção presidencial para ter validade.

Esse projeto altera a Lei Complementar 172, de 2020, que permitiu que cerca de R$ 6 bilhões ociosos ao final de 2019 nas contas dos fundos de saúde de estados, Distrito Federal e municípios fossem alocados em ações de enfrentamento da pandemia em 2020.

Para o relator da matéria, Esperidião Amin (PP-SC), o projeto é generoso, tendo em vista que os gestores de saúde e assistência social terão mais liberdade para aplicar os recursos “que não foram poucos e que remanesceram”.

“Isso mostra que 2020 não foi um ano com recursos escassos para saúde e assistência social. Tomara que neste ano possamos ter esse atendimento prioritário para salvar vidas”, disse o senador.

*Com informações da Agência Senado

Fonte: Agência Brasil

Vereador Wolney França apresenta Câmara ao diretor geral do IFRN Parnamirim*

Nesta terça-feira (13), o presidente da Câmara Municipal de Parnamirim, vereador Wolney França, apresentou a casa legislativa para o diretor geral do IFRN Parnamirim, Paulo Vitor Silva e sua equipe.

O objetivo foi tratar sobre o processo de convênio entre as duas instituições.

No mês de fevereiro, Wolney França realizou uma visita ao campus, juntamente com o vereador Thiago Fernandes, para conhecer os principais projetos desenvolvidos e as estruturas dos laboratórios do Instituto.

“Com esse convênio iremos avançar com projetos importantes, tais como: automação das nossas sessões, capacitação de servidores, instalação do nosso processo eletrônico e sistema de reconhecimento facial para controle de acesso, entre outros. Seguimos empenhados com o objetivo de modernizar a Câmara Municipal, para que ela seja ainda mais transparente, econômica e eficiente.”, afirmou o vereador em suas redes sociais.

86 profissionais da saúde morreram de Covid-19 no RN desde o início da pandemia

Foram registrados quase 10 mil casos confirmados entre os profissionais da saúde. Dados são do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador. Maior pico de contaminação aconteceu em julho de 2020. Há ainda outras 12 óbitos sendo investigados.

O médico João Joaquim Cavalcante Neto, de 61 anos, conhecido como Doutor João, trabalhava em Natal como pediatra nas UPAs do Potengi e de Cidade da Esperança, além do Hospital dos Pescadores e da UBS de Mãe Luiza durante pandemia da Covid-19. No início de março deste ano, ele contraiu o vírus e não resistiu à doença, morrendo no dia 29 – após 19 dias de internação no Hospital de Campanha.

A família do médico ainda viveu o drama de ver a filha dele, a estudante de medicina Emilly Cavalcante Belarmino, de 25 anos, morrer dois dias depois do pai, também vítima da doença.

Em janeiro deste ano, a enfermeira mossoroense Suely Gurgel, de 40 anos, também perdeu a vida depois de quase dois meses internada lutando contra a Covid-19. Ela morreu sem saber da morte da mãe, um mês antes.

Doutor João e Suely estão entre os casos recentes do total de 86 profissionais de saúde que morreram de Covid-19 em todo o Rio Grande do Norte desde o início da pandemia. Os dados constam em um relatório do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest/RN) e foram repassados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) ao G1.

Segundo a pasta, ainda há 12 óbitos de profissionais da saúde sendo investigados, para saber se ocorreram por Covid-19. Os dados são referentes até o dia 4 de abril. Seis profissionais estão internados no momento.

Em relação aos casos de Covid-19, o Rio Grande do Norte registrou, ao todo, 9.816 casos confirmados da doença em profissionais de saúde, o que corresponde a uma parcela de 4,9% de todos os casos registrados no estado. Além disso, há 1.586 casos que seguem como suspeitos, além de 7.902 inconclusivos.

Segundo o relatório do Cerest, houve um aumento de casos confirmados em meados de junho de 2020, “o que permite afirmar, que neste período houve uma intensa campanha para testagem dessas categorias, utilizando os testes rápidos”.

O pico de contaminação entre os profissionais da saúde foi no início do mês de julho. O relatório do Cerest diz que esse momento acompanhou “o pico da Covid-19 na população em geral, sendo assim, a causa, a maior aglomeração nas unidades de saúde, e por consequência, maior número de profissionais da saúde contaminados”.

O documento aponta também que a categoria que mais se contaminou foi a de técnicos e auxiliares de enfermagem, com 3.247 casos confirmados – aproximadamente 33% do total dos mais de 9 mil casos entre os profissionais de saúde do RN.

Os enfermeiros estão em segundo lugar entre os contaminados: foram 1.553 casos confirmados, que representam cerca de 15,8%. Entre os médicos, foram 789 – 8% do total.

Casos de Covid-19 por profissionais de saúde no RN (até 1% do total)

Casos confirmados %
Técnico ou auxiliar de enfermagem 3.247 33%
Agente comunitário de saúde 491 5%
Gestores e especialistas de operações em empresas, secretarias e unidades de serviços de saúde 254 2,5%
Outro tipo de agente de saúde ou visitador sanitário 231 2,3%
Tecnólogo ou técnico em métodos de diagnóstico e terapêutica 145 1,4%
Agente de combate a endemias 145 1,4%
Psicólogos e psicanalistas 137 1,4%
Técnico ou auxiliar em odontologia/saúde bucal 116 1,1%
Técnico de laboratório de saúde ou banco de sangue 109 1,1%
Técnico em farmácia e manipulação farmacêutica 108 1,1%

O relatório indica ainda que “cerca de 87% dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde que conseguimos contato desenvolveram apenas sintomas leves e/ou moderados e outros 58% já apresentam cura”. Além disso, 93% dos profissionais disseram que havia EPIs em “quantidade e qualidade adequadas”. Outros 7% alegaram falta desses equipamentos nas unidades da saúde.

Natal foi o município que mais teve profissionais da saúde contaminados pela Covid-19. Ao todo, foram 3.970 casos confirmados no município. Esse número representa cerca de 37,7% dos casos entre os trabalhadores da saúde no RN.

A cidade de Parnamirim, na Região Metropolitana, foi a segunda com mais casos: 843, cerca de 8,5% do total de casos no estado. Mossoró com 681 casos confirmados – cerca de 5,4% – é a terceira na lista de profissionais contaminados e Caicó, com 410, representando cerca de 4,1% do total, é a quarta.

No recorte das regiões de saúde, a Região Metropolitana é que mais acumula casos: 5.338. Além do maior número absoluto de casos e da incidência, o relatório aponta que “esta também é a região com maior número de trabalhadores e trabalhadoras nos serviços e foi onde menos se pontuou sobre a disponibilidade de EPIs”.

A faixa etária de profissionais de saúde entre 30 e 49 anos foi a que mais teve casos confirmados de Covid-19: cerca de 60% do total. Os casos nessa faixa podem “ser um indicador no que se refere à maior incidência de casos leves e moderados, uma das razões para a baixa mortalidade”, cita o relatório.

Além disso, os profissionais mais infectados foram as mulheres – cerca de 71,10% do total. O Cerest cita no relatório que esse número “não surpreende, visto que a grande maioria dos profissionais da saúde são do sexo feminino”.

O relatório também indica que 36,5% dos profissionais infectados são brancos e 36,2% são pardos. O centro informou que essas informações foram autodeclaradas por meio da ficha de notificação.

O relatório diz que os profissionais têm mais acesso aos exames e que isso faz com que a categoria seja a mais testada e, por consequência, a com mais resultados positivos. Por outro lado, o documento reforça que “os trabalhadores e trabalhadoras da saúde encontram-se entre os principais grupos de risco de infeção pelo Covid-19, principalmente pelo seu papel no contato com os usuários que apresentam sintomas de infeção e procuram os serviços de saúde em busca de atendimentos”.

G1.