Sem celular e internet, mais pobres não recebem auxílio do governo, diz FGV

Auxílio Emergencial, aplicativo da Caixa Econômica Federal (CEF) para o pagamento digital em 2021. Sérgio Lima/Poder360 06.04.2021.

O Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira (FGVcemif) fez um levantamento, ao qual o UOL teve acesso, que aponta reclamações relacionadas à exclusão digital pelas pessoas mais pobres na hora de fazer o cadastro do auxílio emergencial.

As classes D e E são as que mais têm dificuldades de acesso a celular e internet de qualidade. Segundo o estudo da FGV, pessoas que tentaram sem sucesso receber o auxílio emergencial em 2020 alegaram barreiras tecnológicas e problemas ao baixar ou utilizar o aplicativo da Caixa.

“Isso acaba sendo um problema, já que as pessoas dessas classes são justamente aquelas que estão em maior condição de vulnerabilidade social e precisam de políticas de transferência de renda”, disse Lauro Gonzalez, coordenador do FGVcemif, ao UOL.

De acordo com o site, foram realizadas 2.408 entrevistas (95% por questionários na internet e 5% por telefone), com pessoas de 16 anos ou mais, entre 29 de julho e 20 de agosto de 2020.

Nesta 3ª feira (25.mai.2021), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a prorrogação do auxílio emergencial, defendida por congressistas, depende da evolução da pandemia de covid-19.

“Depende da pandemia. Se a pandemia continuar conosco, nós temos que ir renovando as camadas de proteção. Se a pandemia recua, nós podemos já passar ao Bolsa Família, afirmou Guedes, ao ser questionado por jornalistas sobre o assunto, na saída de um evento do BTG Pactual.

O auxílio emergencial voltou a ser pago em abril e tem quatro parcelas previstas neste ano. Segundo o Ministério da Cidadania, 39,1 milhões de famílias estão recebendo o auxílio, que varia de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375 dependendo da formação familiar. O programa tem um orçamento de R$ 44 bilhões, que foi liberado pela PEC Emergencial e está fora do teto de gastos. Uma eventual prorrogação do auxílio pode exigir a ampliação desse orçamento.

poder 360.

Governadores estudam acionar o STF para suspender convocação da CPI

Governadores estudam entrar com uma ação coletiva no STF (Supremo Tribunal Federal) para não prestarem depoimentos à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado.

A comissão aprovou nessa 4ª feira a convocação de 9 governadores, além do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga. Leia a lista abaixo.

Uma das possibilidades é apresentar a ação via Colégio Nacional de Procuradores-Gerais dos Estados. O grupo argumenta que convocar chefes de executivos estaduais à CPI infringe a Constituição.

Estamos estudando essa possibilidade. Os governadores não têm problemas de irem por convite à CPI. A preocupação é com o precedente de convocação sem amparo legal”, declarou o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), ao jornal O Globo. Ele é um dos convocados pela CPI.

Os gestores estaduais chamados a prestar depoimento são aqueles cujos Estados foram alvos de operações da Polícia Federal para investigar mau uso do dinheiro destinado ao combate à pandemia.

Eis a lista:

  • Wilson Lima (PSC), governador do Amazonas;
  • Helder Barbalho (MDB), governador do Pará;
  • Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal;
  • Mauro Carlesse (PSL), governador do Tocantins;
  • Carlos Moisés (PSL), governador de Santa Catarina;
  • Waldez Góes (PDT), governador do Amapá;
  • Wellington Dias (PT), governador do Piauí;
  • Marcos Rocha (PSL), governador de Rondônia;
  • Antônio Denarium, governador de Roraima.

A convocação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), estava na pauta, mas foi retirada antes da reunião. Segundo Alessandro Vieira (Rede-SE), o pedido foi revisto porque o governador não é alvo de investigação relacionada à pandemia.

Além dos governadores, de Queiroga e de Pazuello, a comissão aprovou ainda a convocação de profissionais de Saúde que defendem e que não defendem o uso da hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada para a covid-19.

Também foram convocados:

  • Daniela Reinehr, vice-governadora de Santa Catarina;
  • Wilson Witzel (PSC), ex-governador do Rio de Janeiro;
  • Arthur Weintraub (ex-assessor da Presidência da República);
  • Filipe Martins (assessor da Presidência da República);
  • Airton Antônio Soligo (ex-funcionário do Ministério da Saúde);
  • Marcos Erald Arnoud (prestou serviços ao Ministério da Saúde);
  • Carlos Wizard (empresário);
  • Paulo Baraúna (empresário);
  • Luana Araújo (ex-secretária do Ministério da Saúde).
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Devolvam nossas cores !


É difícil definir o que nos foi levado primeiro. A esperança, dirão alguns; a alegria, outros; o futuro, quase todos. Mas algo permeia quem ainda tem lucidez e uma expectativa nos invade. Há um estranho e indefinido sentimento de perplexidade no ar. O Brasil deixou de ser o país que, mesmo com profundas contradições e o fosso abissal de desigualdade, acalentava o sonho da mudança para se tornar mais justo e igualitário.

Aqui dentro e no exterior, o Brasil secou. E virou uma pátria triste, sem ar, sem charme. O futuro não chegou sequer a ser sonhado, foi tragado pela mesmice e pela obviedade de um bando de bárbaros que assaltou as instituições e saqueou o Estado.

Nos dias de hoje, o grande trunfo é ter vivido e poder ter histórias para contar. O passado é nosso companheiro nos infinitos momentos de solidão. Quem foi feliz começa a se achar poderoso e a imaginar uma hipótese de viver com o crédito de vidas passadas. O futuro deixou de ser um capital, a juventude é um susto contido, e a vida, enfim, é uma incógnita diária.

Nesse contexto, todos nós temos que nos reinventar para enfrentar e conviver com a extrema direita obtusa, vulgar e criminosa que está no poder. É indescritível o número de absurdos que se materializam. Se fosse ficção, todos nós acharíamos de uma inimaginável criatividade surrealista. Mas é a vida real, sem viés, que vem se apresentando como uma pantomima.

O dia a dia tem sido de uma mediocridade irritante. Imagine que a Fundação Palmares excluiu monumentos da nossa história da lista de personalidades negras, como Gilberto Gil, Martinho da Vila, Milton Nascimento e tantos outros; removeu do site os links de biografia de ícones da literatura, como da Carolina de Jesus. Sem contar o fato escandaloso que foi a retirada da estátua de Zumbi dos Palmares da entrada da sede da Fundação. E hoje, numa confusão que nos envergonha, anuncia que excluirá qualquer referência a Carlos Marighella pois seus textos “são como escritos de Hitler.”

Ao mesmo tempo, uma secretária do Ministério da Saúde diz, sob juramento à CPI, que existe um “pênis na porta da Fiocruz”. Num país onde o presidente da República frequentemente se ampara em piadas chulas, provavelmente trata-se da manifestação de um desarranjo sexual exteriorizado por uma pseudossegurança sexual. Parece que a sua família anda permanentemente no limiar do armário e do divã. E o pênis é o fetiche dos seguidores bolsonaristas.

Mas, no meio de todas nossas lutas diárias, que nos mobilizam e nos definem, eis que surge a hipótese de exercer um espaço real. E ainda assim temos dúvidas. No sábado, 29 de maio, os brasileiros que não suportam mais esse governo que cultua a morte, que se posta de costas à vida, que menospreza a dor das pessoas e que tem a desfaçatez de ridicularizar os que sofrem pela falta de oxigênio, os que, enfim, querem deixar de ser prisioneiros do obscurantismo e do atraso irão às ruas para demonstrar sua indignação.

Será uma manifestação pacífica na qual as pessoas ocuparão as ruas em sinal de inconformismo com a política genocida do governo Bolsonaro. Organizado pelos movimentos sociais, o protesto tomou corpo pela tristeza e revolta generalizadas pelo caos das nossas vidas diárias. Marcharão com os manifestantes, lado a lado, num abraço invisível e de mãos dadas, as memórias de 452 mil brasileiros que foram levados pelo vírus. Boa parte deles em razão da irresponsabilidade criminosa do presidente da República e seus asseclas.

Andará junto a cada um de nós a memória dos familiares, dos amigos, dos conhecidos e até dos desconhecidos. Um silêncio de dor e saudade será ouvido mais forte do que qualquer grito de inconformismo. Nada fala mais alto aos nossos corações do que a falta de um ser querido.

Não tenhamos, porém, a pretensão de sermos percebidos pelos bolsominions. Como ficou evidente na CPI, eles vivem em um mundo imaginário originado pela mentira e suportado pela hipocrisia. A insensibilidade criou um fosso intransponível e, do lado de fora de um círculo de giz invisível, ficaram a solidariedade, o humanismo e a empatia. Nós, enfim.

A importância do movimento é mostrar para nós mesmos que é possível resistir. Que não perdemos a capacidade de nos indignar. E de sonhar por um mundo, de novo, justo e igual. É difícil a decisão de sair em passeata, pois a aglomeração é a arma dos fascistas. É uma decisão pessoal, vista como um ato de legítima defesa própria e de terceiros. No silêncio das nossas casas estamos presenciando um genocídio, um massacre, um extermínio. Talvez das ruas, com distanciamento e máscaras, possamos mostrar ao mundo que nossa dor é nossa, mas que a indignação é de todos.

Eu, vacinado, irei, mas não convoco ninguém. Respeito os que decidirem, por coerência, resistir no isolamento. Consigam uma maneira de se manifestar como, aliás, temos feito nos últimos tempos. Todos estaremos juntos, inclusive os 452 mil brasileiros mortos pela condução criminosa da pandemia, pelos quais vale a pena sair às ruas.

E vou de verde e amarelo. Os fascistas, que roubaram a dignidade, a esperança, o presente e o futuro, se apropriaram inclusive das nossas cores, que passaram a representar certa vergonha nacional. Será também uma maneira de dizer não a esses incultos. Voltar a usar o verde e amarelo é também uma maneira de dizer não a essa barbárie, de resistir. Sem medo de ser feliz.

Recorro-me ao poeta Torquato Neto, no poema Marginália II:

“Eu brasileiro confesso
Minha culpa meu pecado
Meu sonho desesperado
Meu bem guardado segredo
Minha aflição
Eu, brasileiro, confesso.”

o dia.

Variante detectada na Índia foi identificada em ao menos 53 países

A variante de covid-19 detectada pela 1ª vez na Índia foi oficialmente sinalizada em 53 países, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). As informações são da Al Jazeera.

A OMS também recebeu informações de fontes não oficiais de que a variante B.1.617 foi identificada em mais 7 territórios, elevando o total para 60.

De acordo com o relatório semanal de atualização epidemiológica da agência de saúde da ONU, divulgado nesta 4ª feira (26.mai.2021), a B.1.617 mostrou maior transmissibilidade e características que podem tornar as vacinas menos eficazes.

VARIANTE INDIANA NO BRASIL

Os 6 primeiros casos da nova cepa foram confirmados em São Luís do Maranhão na última 5ª feira (20.mai). São tripulantes do navio Mv Shangon Da Zhi, ancorado no Estado.

O Ministério da Saúde enviou 600 mil testes rápidos de detecção da covid para o Maranhão neste domingo (23.mai). O objetivo é aumentar a testagem no Estado em pontos estratégicos para realizar um bloqueio para tentar conter a variante indiana no país.

Até o momento, o Maranhão nega transmissão local da variante indiana. O Ceará monitora 2 possíveis casos de infecção pela nova cepa.
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Câmara Informa: vereadores Diego Américo, Léo Lima e Vavá Azevedo prestam contas dos seus mandatos

A Câmara Municipal de Parnamirim publicou um informativo com a prestação de contas dos mandatos dos vereadores Diego Américo, Léo Lima e Vavá Azevedo.

O projeto do vereador Diego Américo visa a publicação da lista de espera dos usuários da Central de Regulação do município. Já o vereador Léo Lima aprovou uma indicação que institui o vacinometro em Paranamirim. O vereador Vavá Azevedo, por sua vez, apresentou o projeto que torna essencial as atividades exercidas pelos restaurantes, bares e estabelecimentos similares.

Confira:

Os queijos do Seridó potiguar

Padre João Medeiros Filho

Segundo alguns pesquisadores – dentre eles, Olavo Medeiros, Oswaldo Lamartine e Paulo Balá – os queijos seridoenses datam do alvorecer do século XVII, bem antesda consolidação de sua manufatura em Minas Gerais. Trata-se de mais um legado da cultura neerlandesa à nossa gente. De acordo com etimólogos, a palavra queijo deriva de uma raiz indo-europeia “kwat (fermentar), passando para o latim vulgar comocaseus. Por sua vez, originoukaas (holandês), käse (alemão), cheese (inglês) equeso (espanhol). Em italiano e francês o termo alude ao formato de seu recipiente. Daí, provêm os vocábulosformaggio e fromage.  Porém, não há certeza sobre o berço da queijaria. Sem dúvida, parece ser bem antigo, pois o Livro do Gênesis descreve: “Então, o Senhor tomou coalhada e queijo fresco e colocou-os diante deles” (Gn 18, 8). Plínio, o Velho, refere-se ao seu uso na Europa, anterior ao Império Romano. Conforme a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO, as queijarias produzem anualmente mais de vinte milhões de toneladas desse laticínio. França, Holanda, Alemanha,Suiça e Itália estão entre os grandes produtores. Estudos recentes mostram a Grécia como o maior consumidor  mundial  com 27 kgper capitaanuais. Segue-se aFrança com 24 kg por habitante, ao ano.

Vários estudiosos atestam que as queijariascomeçaram a despontar no Seridó com a chegada dos holandeses. Câmara Cascudo, em sua História da Alimentação no Brasil, não registra a sua fabricação pelos colonizadores portugueses, em terras potiguares, nosséculos XVI-XVII. Há os que pretendem ligar a origem de nossos queijos aos da Serra da Estrela. Arrimam-se na afirmação do escritor Gil Vicente para quem a iguaria era alimento trivial dos lusitanos mais abastados. Entretanto, outros pesquisadores contestam, afirmando que o “Serra da Estrela” tem por base o leite de ovelha ou cabra. A produção tradicional do Seridó é feita com leite de vaca, apesar de não excludente. Até hoje, não há tradição de uma ovino-caprinocultura relevante em nossas propriedades. Nos Países Baixos, a área cultivável é exígua. Por isso, muitos habitantes dedicavam-se à pecuária. Em determinados aspectos, o Seridó apresentavacaracterísticas análogas. Pela aridez do clima, adaptava-semaissem o advento das técnicas modernas – à bovinocultura. As queijarias nasceram, especialmente, para aproveitar o leite não consumido.

Há outros fatores que nos levam à conclusão de que nossos produtos têm influência holandesa. Dentre avariedade de queijos produzidos por aquela nação (Gouda, Edam, Maasdammer, Leerdammer, Meikass etc.), há dois que guardam fortes traços com os seridoenses: o“boerenkass” e o graskass. Este último é derivado doleite das primeiras ordenhas. A ele assemelha-se o nosso queijo de manteiga. O “boerenkaas é artesanal, feito comleite cru, apesar do cozimento da massa por alguns fabricantes. Dele aproxima-se o nosso coalho. Erampreparados para resistir aos rigores do inverno europeu. Osnossos foram concebidos, em princípio, para suportar os períodos de estiagem e os longos trajetos dos tangedores de gado. Convém lembrar o incentivo e a visão social de Dom José de Medeiros Delgado, primeiro bispo de Caicó, para o aperfeiçoamento de nosso plantel bovino. Adquiriucabeças de gado da raça Holstein-frísia para melhoria dorebanho da região. Conseguiu aumentar a nossa bacia leiteira. As instituições de ensino e culturais, governos, parlamentos e igrejas deverão zelar por esse patrimôniocultural e tradição alimentar.

Nossos queijos são retangulares, enquanto os holandeses e outros, redondos. Isto por uma razão práticae simples. O vasilhame seridoense, à época, erainsuficiente e de cerâmica (barro), não se prestandoadequadamente à maturação do laticínio. Inspirados nas formas de tijolos, os queijeiros criaram os cinchos retangulares de madeira. Verifica-se igualmente umasemelhança do preparo seridoense com o holandês. Após a solidificação, marcava-se a produção com as datas e iniciais do seu fabricante. Disso advém o nosso costume – ainda vigente na produção artesanal – de “engomar” os queijos (criando uma crosta protetora) e gravar com a identificação (ferro) do fazendeiro. A Bíblia cita o seu valor calórico e nutricional: Trouxeram coalhada e queijo de leite de vaca, pois sabiam que estávamos cansados,com fome e sede no deserto.” (2Sm 17, 29).

Edir Macedo está decepcionado com Bolsonaro


Edir Macedo está irritado com Jair Bolsonaro, que ainda não resolveu o problema da Universal em Angola
. Integrantes da igreja foram indiciados por lavagem de dinheiro e 34 missionários foram deportados da África por ordem do governo angolano.

“Em 14 de maio, Marcos Pereira, presidente do Republicanos, entrou ao vivo na TV Templo e classificou como um ‘descaso’ a postura do governo diante do caso. No mesmo dia, Renato Cardoso, genro do fundador da Universal e atual número dois da igreja, falou em ‘decepção’ com a ‘omissão’ do governo em entrevista exibida na TV Record”, diz o Globo.

Segundo o jornal, o Itamaraty está mobilizado para tentar limpar a barra da Universal no país africano, mas não tem tido sucesso.

Parece que Bolsonaro precisará de um milagre para impedir a debandada dos evangélicos para o lado de Lula em 2022.
O antagonista.