O ex-deputado estadual Carlos Maia vai mesmo para Junta Comercial do Estado. Algumas pessoas ligadas ao político têm estranhado tanta demora no anúncio da sua nomeação e tem tranquilizado o ex-deputado dizendo que a governadora só irá fazer a nomeação quando algumas questões ligadas ao regimento interno da entidade forem sanadas, por exemplo, as indicações do conselho de contabilidade e da ordem dos advogados. Vale destacar que o vice-governador que também é advogado e presidente do PCdoB estaria tratando em dialogar com essas entidades para só assim, a nomeação ser publicada no diário oficial e não causar transtornos ao governo. Carlos Maia aproveita esse período para conversar política, mas reafirma que irá sim presidir o órgão e só aguarda sanar essas pendências jurídicas regimentais para estrear no governo Fátima Bezerra.
Categoria: Política

Solidariedade x Governo do Estado. A batalha apenas começou
Juiz indefere pedido da bancada do solidariedade, mas a ação popular continua tramitando. Os deputados, Alinson Bezerra Kelps Lima e Cristiane Dantas, entraram na justiça contra o Governo do Estado do Rio Grande do Norte e a governadora Maria de Fátima Bezerra. Os parlamentares querem que a governadora efetue o pagamento dos vencimentos e proventos relativos aos meses de novembro e dezembro de 2018, assim como décimos terceiros salários de 2017 e 2018, em ordem cronológica dos débitos, destinando para tanto, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) dos saldos financeiros que tenham sobrado, nas contas públicas do Estado do Rio Grande do Norte, no mês de janeiro de 2019 e meses subsequentes”. O juiz da sexta vara da fazenda pública,
FRANCISCO SERÁPHICO DA NÓBREGA COUTINHO, decidiu por não conceder a liminar em desfavor ao Estado do Rio Grande do Norte. Veja a decisão.
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE NATAL
SEXTA VARA DA FAZENDA PÚBLICA
D E C I S Ã O
AUTOS Nº: 0803993-57.2019.8.20.5001.
NATUREZA DO FEITO: AÇÃO POPULAR.
PROMOVENTE: KELPS DE OLIVEIRA LIMA,CRISTIANE BEZERRA DE SOUZA DANTAS e ALLYSON LEANDRO BEZERRA SILVA.
PROMOVIDO: ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE e MARIA DE FATIMA BEZERRA.
KELPS DE OLIVEIRA LIMA, CRISTIANE BEZERRA DE SOUZA DANTAS e ALLYSON LEANDRO BEZERRA SILVA ajuizam AÇÃO POPULAR ORDINÁRIA COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA em desfavor do ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE e de MARIA DE FATIMA BEZERRA, para: “impor que os Réus apresentem os extratos bancários de todas as contas públicas do Estado do Rio Grande do Norte no período de 1.º a 31 de janeiro de 2019, assim como atualizem, de imediato, as informações no Portal da Transparência do Governo do Estado” e “determinar que os Réus efetuem o pagamento dos vencimentos e proventos relativos aos meses de novembro e dezembro de 2018, assim como décimos terceiros salários de 2017 e 2018, em ordem cronológica dos débitos, destinando para tanto, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) dos saldos financeiros que tenham sobrado, nas contas públicas do Estado do Rio Grande do Norte, no mês de janeiro de 2019 e meses subsequentes“.
É o relatório.
D E C I D O :
No caso vertente, o autor pretende demonstrar que existe “saldo financeiro no mês de janeiro de 2019” e que “não é legítimo tampouco juridicamente aceitável que os servidores e aposentados do Estado continuem sem receber os proventos que se encontram em atraso” (ID 38720030).
A Ação Popular, segundo o art. 1º, da Lei nº 4.717/65, é o meio colocado à disposição de qualquer cidadão, tem por objeto o ato ilegal e/ou lesivo ao patrimônio público, buscando desconstituí-lo.
Dessa maneira, a ação popular protege interesses não só de ordem patrimonial, como também de ordem moral, cívica e ambiental. O objetivo, pois, da ação popular não é apenas restabelecer a legalidade, mas também punir ou reprimir condutas de imoralidade administrativa e de lesão ao meio ambiente. É o que se observa da leitura do art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição República, a seguir transcrito:
“qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”.
Assim, a pretensão a ser formulada pela via da ação popular deve sempre estar atrelada a algum interesse transindividual, configurando-se, portanto, como uma espécie do gênero ação coletiva em sentido amplo.
No caso dos autos, a parte demandante entende que a parte promovida fere a legalidade e moralidade, pois desrespeita a ordem cronológica de pagamentos e retem dolosamente o pagamento de salários e proventos, com o fim de formação de “caixa” para fazer frente a dívidas futuras. Fundamenta sua pretensão em (i) notícias da impressa local; (ii) em requerimentos do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público da Administração Direta do Estado do Rio Grande do Norte – SINSP-RN para utilização de sobras de recursos para iniciar o pagamento de salários atrasados e de informações; e (iii) de demonstrativo de distribuição de arrecadação.
A norma de regência, sobre tutela provisória de urgência, dispõe que:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Assim, a parte promovente deve convencer o Juízo da probabilidade do direito e do perigo de dano ou do resultado útil do processo.
Ao salientar a probabilidade do direito, não quis o Legislador, evidentemente, submeter o Juiz, que utiliza cognição sumária, a um profundo exaurimento instrutório, nem, tampouco, procurou-se relegar a concessão da antecipação da tutela ao mero alvedrio de uma decisão despida de legítimo fundamento. Ora, como explica Cândido Rangel Dinamarco, “ o grau de probabilidade será apreciado pelo Juiz, prudentemente e atento à gravidade da medida a conceder. A exigência de prova inequívoca significa que a mera aparência não basta e que a verossimilhança exigida é mais do que o fumus boni iuris exigido para a tutela cautelar. Isso significa que o Juiz deve buscar um equilíbrio entre os interesses dos litigantes. Não se legitima conceder a antecipação da tutela ao autor quando dele possam resultar danos ao réu, sem relação de proporcionalidade com a situação lamentada ( In. A Reforma do Código de Processo Civil, pp. 145/146 ). ”
A questão trazida ao Judiciário, em cognição sumária própria deste momento processual, envolve a apresentação de extratos bancários e de atualização de informações no Portal da Transparência, além de determinação de pagamento de salários atrasados, pois estaria a parte demandada causando prejuízo ao erário e violando a legalidade, moralidade e impessoalidade.
As medidas pretendidas, em especial a de pagamento de remunerações atrasadas, exigem amplo aprofundamento e conhecimento da situação fiscal e orçamentária do Estado do Rio Grande do Norte, e estão inviabilizadas pela ausência de elementos que permitam essa aferição e de documentos probatórios à substanciar o pedido cautelar.
A ação ora proposta não veio acompanhada de informações ou de documentos hábeis a demonstrar a existência de superávit financeiro no mês de janeiro de 2019 ou, ainda, da comprovação de que o Portal da Transparência do Governo do Estado está desatualizado. Não se especificou, na inicial, quais informações não constam no referido Portal.
Outrossim, na forma do art. 1º, da Lei nº 4.717/1965, a parte autora não se desobrigou de justificar a ausência de requerimento, na via administrativa, da atualização do portal da transparência e de fornecimento dos extratos bancários de todas as contas públicas do Estado do Rio Grande do Norte no período de 1.º a 31 de janeiro de 2019, limitando-se a ingressar no Judiciário sem tais informações, além de requerer o deferimento de medidas cautelares.
Em síntese, os documentos acostados aos autos não comprovam o alegado, de que existe um saldo financeiro e de que o Governo do Rio Grande do Norte está fazendo “caixa para fazer frente a dívidas futuras”, restando inviabilizada a pretensão cautelar de apresentação de extratos e de atualização do portal da transparência por ausência de verossimilhança das alegações, o que prejudica, inclusive, a análise do pedido cautelar sucessivo de pagamento de salários, proventos e pensões atrasadas, além de tornar prescindível a aferição do requisito do “periculum in mora“.
Registre-se, ainda, que o pedido de pagamento de salários possui natureza satisfativa e pode causar o exaurimento da prestação jurisdicional, com total perda do objeto da ação e provável perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão (art. 300, § 3º, do Código de Processo Civil), por se tratar de verba de natureza alimentar, antes mesmo de ser oportunizada a formação do contraditório e sem qualquer substrato probatório mínimo a conferir verossimilhança às alegações.
POSTO ISSO, considerando a ausência do requisito da verossimilhança das alegações, na forma prevista no art. 300, do Código de Processo Civil, INDEFIRO o pedido de tutela provisória formulado na inicial porKELPS DE OLIVEIRA LIMA, CRISTIANE BEZERRA DE SOUZA DANTAS e ALLYSON LEANDRO BEZERRA SILVA formulado em desfavor do ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE e de MARIA DE FATIMA BEZERRA, regularmente qualificados, na Ação Popular nº 0803993-57.2019.8.20.5001.
Citem-se a Governadora do Estado do Rio Grande do Norte, MARIA DE FATIMA BEZERRA, pessoalmente, e o ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, de forma eletrônica, para, querendo, apresentar contestação, no prazo de 20 (vinte) dias.
Havendo arguição de matéria preliminar ou juntada de documentos, cumpra-se o disposto no art. 351, do Código de Processo Civil.
Decorrido o prazo legal, com ou sem resposta, vista dos autos ao Ministério Público.
Após, conclusos.
Publique-se. Intimem-se. Cumpra-se.
Natal/RN, 08 de fevereiro de 2019.
FRANCISCO SERÁPHICO DA NÓBREGA COUTINHO
Juiz de Direito
(documento assinado digitalmente na forma da Lei n°11.419/06)

Kátia Pires será a voz de Taveira na câmara.
A vereadora de Parnamirim, Kátia Pires (PTC), que sonhava em ser candidata a prefeita da cidade Trampolim da Vitória, assumiu a liderança de Taveira na Câmara. Kátia que demonstrou força no último pleito quando obteve 11.063 votos para deputado estadual, concentrando sua liderança no bairro de Nova Parnamirim, maior colégio eleitoral da cidade, agora começa a se render ao poderio do executivo. As principais lideranças da resistente oposição à gestão de Taveira, ver esse movimento da vereadora como um recuo do seu projeto majoritário e uma vitória pessoal do prefeito rumo ao comando mais uma vez da cidade. A missão da experiente vereadora é ajudar a diminuir a tensão entre Taveira e o presidente da câmara, vereador Irani Guedes, outro que anda se movimentando nos bairros em busca de ampliar sua atuação política, buscando um fortalecimento para chegar forte em 2020. Observadores da cena política acreditam que essa tarefa da nova líder será difícil, pois o presidente da câmara tem ainda como seu aliado político o ex-prefeito Maurício Marques, derrotado na última eleição para deputado estadual, com uma votação pouco expressiva de 4.851, mas ainda exerce influência junto a Irani. Detalhe, Maurício Marques anda chateado com Taveira e não esconde de ninguém sua irritação, especialmente depois de ver sua administração ser entregue para uma investigação ao ponto de ameaçar a sua paz e seus direitos políticos. Todavia, diante desse cenário, Mamãe, como é carinhosamente chamada por alguns amigos Kátia Pires, não esconde para os interlocutores que ainda vai lutar para disputar a eleição de 2020 na chapa majoritária, nem que seja como vice-prefeita.
DEM no comando da Câmara e do Senado
Com 42 votos, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito hoje (2) em primeiro turno presidente do Senado para os próximos dois anos. O principal opositor de Alcolumbre, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), retirou a candidatura na tarde de hoje.
Renan Calheiros teve 5 votos. Espiridião Amin (PP-SC) ficou com 13 votos, Ângelo Coronel (PSD-BA) teve 8 votos, Reguffe recebeu (sem partido-DF) 6 votos e Fernando Collor (Pros-AL) ficou com 3 votos
Senador de primeiro mandato, Alcolumbre teve uma atuação discreta nos primeiros quatro anos de mandato no Senado. Na disputa pelo comando da Casa, revelou-se um hábil articulador, congregando os adversários de Renan Calheiros e os aliados do governo federal.
O novo presidente contou com o apoio do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também filiado ao DEM.
Aos 41 anos, o senador estreou na política no início deste século. Foi vereador em Macapá, três vezes deputado federal e chegou ao Senado em 2015. Nas eleições de outubro passado, concorreu ao governo do Amapá e ficou em terceiro lugar.
É um dos mais jovens senadores a assumir a presidência da Casa.
Eleição
A eleição para a presidência do Senado foi marcada por um embate sobre se a votação seria aberta ou secreta. Ontem (1º), após cinco horas de sessão, a maioria dos parlamentares decidiu pelo voto aberto. Mas uma decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli determinou que a votação deveria ser secreta.
A eleição foi feita em cédulas e teve que ser realizada duas vezes, pois na primeira apuração foi encontrada uma cédula a mais na urna. Após ser suspensa ontem, a sessão começou hoje por vota das 12h.
Transparência
Em seu discurso ainda como candidato, Alcolumbre prometeu, se eleito, ampliar a transparência dos atos legislativos e de todos os fatos envolvendo o Senado. “O Senado deve se balizar pelos pilares da independência, transparência, austeridade e protagonismo. Os desafios do atual momento brasileiro são imensos. Por um lado, a complexa crise fiscal exige reformas urgentes a fim de corrigirmos as distorções. Por outro, é preciso reverter a profunda crise política que minou a confiança nos políticos”, disse Alcolumbre, acrescentando que o povo clama por um novo modelo de fazer político. “Mais igualitário, mais democrático e com ampla participação cidadão”.
Em nota, a Presidência da República cumprimentou Alcolumbre e o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), reeleito ontem (1º) presidente da Câmara dos Deputados.
“A Presidência da República cumprimenta o Dep Rodrigo Maia e o Senador Davi Alcolumbre pelos resultados obtidos nas eleições das presidências da Câmara e do Senado, consolidando nossa tradição democrática e certos do compromisso das duas casas com os anseios do povo e com o melhor interesse do Brasil.
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TOFFOLI ANULA VOTAÇÃO NO SENADO; ELEIÇÃO SERÁ SECRETA
Em plena madrugada, numa decisão assinada às 3h45, Dias Toffoli concedeu liminar anulando a votação desta sexta-feira (1º) no Senado.
O presidente do STF, que atendeu ao pedido de Renan Calheiros e seus aliados, também determinou que a votação para a presidência da Casa seja feita por voto secreto –tornando sem efeito a sessão presidida por Davi Alcolumbre.
Na liminar, Toffoli alega que a questão de ordem em favor do voto aberto “operou verdadeira metamorfose casuística” do regimento interno do Senado, que prevê expressamente votação secreta.
Os senadores voltam a se reunir às 11h de hoje.
Antagonista

Análise: fustigado por rolos do filho, Bolsonaro dá cartada em Maduro
Quando retornar de Davos, o presidente Jair Bolsonaro encontrará o ambiente político diferente no Brasil e na América Latina. Nos últimos dias, a série de revelações sobre seu filho Flávio, senador eleito pelo PSL, descortinou um mundo de benesses com dinheiro público nos gabinetes da família. Mostrou, também, ligações perigosas com personagens procurados pela polícia fluminense.
Na América Latina, o agravamento da crise na vizinha Venezuela – com apoio do Brasil, EUA e outros países aos opositores de Nicolás Maduro – sacode a geopolítica regional e cria condições para Bolsonaro buscar protagonismo no cenário externo.
Em entrevista concedida na noite dessa quarta-feira (23/1) à TV Record, o presidente agiu na defensiva ao comentar os problemas de Flávio. Genericamente, disse que as acusações são “infundadas” e tentou proteger o primogênito.
Também não mencionou os empregos dados pelo filho a familiares de milicianos nem fez referência ao seu expressivo aumento patrimonial. “Não é justo usar o garoto para tentar me atingir”, argumentou.
Para agir na sublevada Venezuela, Bolsonaro mostrou-se de prontidão. “Estamos no limite do que podemos fazer para restabelecer a democracia naquele país”, afirmou.
As notícias corrosivas para Flávio e a mobilização contra Maduro turvaram os movimentos da comitiva brasileira em Davos. Flagrado enquanto almoçava sozinho em um bandejão, Bolsonaro também deixou má impressão na imprensa internacional pelo discurso curto – e superficial – na abertura do fórum e por ter faltado a uma entrevista coletiva agendada para essa quarta (23).
Sobre o cancelamento do encontro com jornalistas, mais tarde, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, explicou que a mudança se deu para permitir que o presidente, perto de fazer mais uma cirurgia no abdômen, descansasse um pouco naquele momento.
Apesar dos tropeços, mais um recorde na Bolsa brasileira e a queda de 1% do dólar deram mote para o presidente fazer, na entrevista à TV, um balanço positivo sobre a viagem à Suíça. A atuação do ministro da Fazenda, Paulo Guedes, nos contatos com agentes externos, também deu fôlego para o discurso brasileiro.
Mesmo assim, a repercussão das apresentações dos brasileiros entre os investidores estrangeiros foi discreta. A falta de anúncios claros sobre a reforma da Previdência e a indefinição do perfil da privatização preparada pelo governo contribuíram para a cautela dos interlocutores.
Na volta ao Brasil, na esfera familiar, Bolsonaro terá de encarar os enroscos de Flávio. Como primeira tarefa, tentará estancar os efeitos negativos das descobertas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e da imprensa sobre a imagem do filho.
Do ponto de vista político, o presidente vai trabalhar para evitar que a onda contra o senador eleito avance sobre o Congresso no momento da aprovação dos projetos de interesse do governo. Pelo histórico recente do Congresso, em decorrência do desgaste da família Bolsonaro, pode-se imaginar deputados e senadores mais arredios na hora de apreciar as propostas do Palácio do Planalto.
Por fim, vale observar que, por mais que a Venezuela seja relevante para a estabilidade do Brasil, o futuro do governo depende, primeiramente, da capacidade da equipe de Bolsonaro em resolver nossos desajustes internos. Nesse sentido, um episódio sul-americano serve como exemplar referência.
Em 1982, o então ditador da Argentina, Leopoldo Galtieri, ocupou as Malvinas e declarou guerra contra a Inglaterra, que domina essas ilhas no Atlântico. Com a ação, o militar buscava o apoio da população para seu governo sanguinário.
No final, a Inglaterra derrotou a Argentina, Galtieri foi destituído e condenado a 12 anos de prisão por incompetência na invasão das Malvinas. Moral dessa história: não adianta se meter nos problemas dos outros países se não for capaz de comandar a política interna.
Metrópoles

Mourão planeja usar termelétricas caso Venezuela interrompa energia
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, afirmou que o abastecimento de termelétricas pode ser uma alternativa caso a Venezuela venha interromper o fornecimento de energia para Roraima, estado brasileiro que faz fronteira com o país vizinho.
Nessa quarta-feira (23/1), o líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, se declarou presidente interino da Venezuela durante as manifestações no país pela renúncia do presidente Nicolás Maduro. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e outros chefes de Estado, inclusive o presidente Jair Bolsonaro (PSL), reconheceram Guaidó como presidente de fato do país.
“Plano de contingência são as termelétricas que existem lá, aí teria que abastecer mais essas termelétricas com óleo”, disse Mourão, quando questionado sobre a hipótese de a Venezuela “apagar as luzes” de Roraima.
Mourão declarou ainda que o Brasil está preparado se o fluxo de venezuelanos para entrar no país aumentar a partir de agora. “Estamos preparados, estamos recebendo todo mundo lá”, disse o presidente em exercício, relatando que estão entrando de 400 a 500 venezuelanos diariamente pela fronteira.
De Davos, Bolsonaro tomou a decisão de reconhecer o líder opositor conjuntamente com outros países americanos, destacou Hamilton Mourão. Ele disse que agora é preciso aguardar as “consequências” do cenário.
Metrópoles