Bolsonaro agora quer culpar as farmacêuticas

Jair Bolsonaro mais uma vez quer terceirizar a responsabilidade sobre a ausência de vacinas disponíveis para os brasileiros, enquanto o resto do mundo imuniza suas populações.

Ele disse a apoiadores há pouco no Palácio da Alvorada, antes de viajar para Guarujá:

“O Brasil tem 210 milhões de habitantes. Um mercado consumidor, de qualquer coisa, enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles, então, não apresentam documentação na Anvisa? Pessoal diz que tenho que…Não, não. Quem quer vender… Se eu sou vendedor, eu quero apresentar.”

Numa disputa planetária por imunizantes efetivos, governos de todo o mundo se anteciparam em acordos que garantissem a compra da produção das farmacêuticas.

Bolsonaro passou o tempo brigando com João Doria, dizendo que a pandemia já acabou e que vacinas podem transformar as pessoas em jacarés. Agora, sentiu o bafo quente do impeachment.

O Antagonista

China condena jornalista a 4 anos de prisão por relatar vírus em Wuhan

Um tribunal chinês impôs hoje (28) uma pena de quatro anos de prisão a uma jornalista que noticiou da cidade de Wuhan, no auge do surto de coronavírus do ano passado, acusando-a de “induzir brigas e provocar confusão”, disse o advogado da condenada.

Zhang Zhan, de 37 anos, a primeira jornalista cidadã que se sabe ter sido julgada, é parte de um punhado de pessoas cujos relatos em primeira mão de hospitais lotados e ruas vazias pintaram um quadro mais sombrio do epicentro da pandemia do que a narrativa oficial.

“Não entendo. Tudo que ela fez foi dizer algumas palavras verdadeiras, e por isso pegou quatro anos”, disse Shao Wenxia, a mãe de Zhang, que acompanhou o julgamento com o marido.

O advogado de Zhang, Ren Quanniu, disse à agência de notícias Reuters: “Provavelmente apelaremos”.

“A senhorita Zhang acredita que está sendo perseguida por exercitar sua liberdade de expressão”, havia dito ele antes do julgamento.

Governo tenta minimizar

Críticos dizem que a China fez com que o julgamento de Zhang acontecesse durante as festas de fim de ano ocidentais deliberadamente para minimizar a atenção e a vigilância do Ocidente.

“A seleção do período sonolento entre o Natal e o Ano Novo sugere que até Pequim está constrangida por condenar a jornalista cidadã Zhang Zhan a quatro anos de prisão por ter registrado a versão sem censura do surto de coronavírus de Wuhan”, tuitou Kenneth Roth, diretor-executivo da entidade Human Rights Watch, sediada em Genebra.

As críticas à maneira como a China lidou inicialmente com a crise foram censuradas, e pessoas que contaram o que estava acontecendo, como médicos, foram advertidas. A mídia estatal creditou o sucesso do país na contenção do vírus à liderança do presidente Xi Jinping.

Pro-democracy supporters protest to urge for the release of 12 Hong Kong activists arrested as they reportedly sailed to Taiwan for political asylum and citizen journalist Zhang Zhan outside China's Liaison Office, in Hong Kong
Populares pediram na China a libertação da jornalista condenada a quatro anos de prisão por noticiar a covid-19 – (Reuters/TYRONE SIU//Direitos reservados)

O vírus se disseminou em todo o mundo, já infectou mais de 80 milhões de pessoas e matou mais de 1,76 milhão, paralisando as viagens aéreas, enquanto nações erguiam barreiras de proteção que transtornaram indústrias e meios de subsistência.

Em Xangai, a polícia reforçou a segurança diante do tribunal onde o julgamento começou sete meses após a detenção de Zhang, mas alguns apoiadores não se intimidaram.

Um homem de cadeira de rodas, que disse à Reuters que saiu da província central de Henan para mostrar apoio a Zhang como irmão de fé e cristão, escreveu o nome dela em um pôster, mas foi afastado por policiais.

Jornalistas estrangeiros foram impedidos de ingressar no tribunal “devido à epidemia”, disseram autoridades de segurança da corte.

Agência Brasil

Bruno Covas sanciona lei que aumenta seu próprio salário em 46%

O projeto de lei que estabeleceu o aumento foi aprovado ontem (23) em segunda votação na Câmara Municipal de São Paulo, com 34 votos a favor, 17 contra e uma abstenção. Segundo a casa legislativa, a atualização proposta no projeto está abaixo da inflação acumulada no período.

A prefeitura de São Paulo disse, em nota, que “o novo teto salarial do município, que só entrará em vigência em 2022, está defasado desde 2012, ano da última correção. Nesse período, que completa 8 anos, a inflação acumulada chegou a 63,11% pelo IPCA e 100,41% pelo IGP”.

Além do salário do prefeito, a lei estabelece novos salários para o vice, passando de R$ 21,7 mil para R$ 31.915,80, e para os secretários municipais, de R$ 19.340,40 para R$ 30.142,70.

A vereadora eleita Erika Hilton informou em suas redes sociais que, junto à bancada do PSOL da Câmara de São Paulo, acionou a Justiça paulista nesta quarta-feira (23) contra o aumento salarial do prefeito reeleito Bruno Covas (PSDB), de seu vice Ricardo Nunes (MDB) e dos secretários municipais.

O deputado estadual Gil Diniz (PSL) informou, também em rede social, que impetrou um mandado de segurança para derrubar o aumento salarial aprovado pela Câmara.

Agência Brasil

Ramagem admite reunião com defesa de Flávio, mas nega produção de relatórios

O diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, admitiu ao Supremo que participou de reunião no Palácio do Planalto com advogadas de Flávio Bolsonaro, mas negou que a agência tenha produzido relatórios instruindo a defesa sobre como anular o inquérito da rachadinha.

“Após a reunião, não houve qualquer ação decorrente, seja por parte do GSI, conforme apontam as notas destacadas, seja no âmbito da ABIN, por não se tratar de assunto de segurança institucional, mas de tema de cunho interno da Receita Federal, já tratado no âmbito da Corregedoria daquele órgão”, afirmou Ramagem.

Ele respondeu a uma ordem da ministra Cármen Lúcia, relatora de uma ação da Rede que proibiu o uso da inteligência do governo para fins particulares. Mais cedo, o chefe do GSI, Augusto Heleno, também negou produção de relatórios para a defesa de Flávio.

Os dois pediram à ministra que exija do jornalista Guilherme Amado a entrega dos relatórios citados em reportagem de Época na semana passada.

Segundo a revista, os documentos orientam os advogados a abrirem uma apuração especial na Receita para descobrir acessos imotivados a dados fiscais que serviram de base para o inquérito da rachadinha. O objetivo seria apontar irregularidades e anular a investigação.

“Cumpre à ABIN obter acesso aos ditos ‘relatórios’ que embasaram a matéria, a fim de adotar medidas judiciais tendentes ao restabelecimento da verdade. A par1r do acesso aos relatórios,
obtidos judicialmente, será possível comprovar que tais documentos não foram emi1dos pela ABIN, já que não houve qualquer ação ins1tucional decorrente da reunião man1da com as advogadas do Senador”, afirmou Ramagem na manifestação enviada à ministra.

O Antagonista

Maia recebe presidentes de partidos e parlamentares para discutir sucessão na Câmara

O presidente da Câmara dos DeputadosRodrigo Maia, recebeu nesta terça-feira (15) na residência oficial presidentes de partidos e parlamentares para discutir a sucessão da presidência da Casa.

Deputados próximos de Maia e representantes de partidos de oposição buscam um nome para disputar em fevereiro a presidência contra Arthur Lira (DEM-AL), candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.

  • o presidente do PDT, Carlos Lupi, o ex-ministro e vice-presidente do PDT Ciro Gomes, e o líder do PDT na Câmara, Wolney Queiroz (PE);
  • o presidente do PSB, Carlos Siqueira, e o líder do partido na Câmara, Alessandro Molon (RJ);
  • a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), o líder da minoria, deputado José Guimarães (PT-CE);
  • o líder do PV na Câmara, Enrico Misasi (SP);
  • o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (DEM);
  • o presidente do MDB e líder do partido na Câmara, Baleia Rossi (SP);
  • o líder do Cidadania na Câmara, Arnaldo Jardim (SP);
  • o líder da Maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), entre outros.

Líderes de seis partidos anunciaram na quarta-feira (9) a formação de um novo bloco na Câmara dos Deputados a partir de 2021.

De olho na disputa pelo comando da Casa, o grupo formado por DEM, PSL, MDB, PSDB, Cidadania e PV reúne 147 deputados. O principal fiador e articulador do bloco é Rodrigo Maia, impedido de concorrer à reeleição pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O escolhido pelo grupo deverá ter como principal adversário o líder do PP e do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro e lançou candidatura na quarta.

Aliado de Bolsonaro, Arthur Lira lança candidatura à presidência da Câmara
Aliado de Bolsonaro, Arthur Lira lança candidatura à presidência da Câmara

Ao deixar a reunião desta terça, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que o partido deve se juntar ao bloco de centro-esquerda e seguir a candidatura escolhida para enfrentar o postulante do Palácio do Planalto.

“O PSB vai fazer respeitar a decisão unânime do partido que por 80 votos a zero [decidiu] que não devemos sequer analisar postulação da candidatura do Lira, por ele representar uma candidatura do Planalto” afirmou. “Nós vamos entrar no bloco dos partidos de esquerda e do centro, não no bloco do Lira” acrescentou.

Ciro Gomes afirmou que os partidos estão tentando construir uma alternativa com outras “forças políticas” para apoiar um nome que faça a “contenção” do governo Bolsonaro.

“O que nós podemos fazer, minoria que somos, é exponencializar nossa força pelo diálogo político com outras forças que tenham conosco pontos de afinidade, quais são eles, do nosso ponto de vista do PDT: a contenção do Bolsonaro nos limites da democracia e da sua institucionalidade”, afirmou Ciro.

“E a contenção de danos nessa agenda antipovo, antinacional e antiliberdades democráticas que também representam o governo Bolsonaro” disse.

A eleição para a presidência da Câmara será em 1º de fevereiro de 2021. O escolhido deverá comandar o plenário da Casa até o fim dos mandatos atuais, em fevereiro de 2023.

Questionado em entrevista à GloboNews sobre quais são os cotados a ser esse candidato, Maia citou os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), Elmar Nascimento (DEM-BA), Luciano Bivar (PSL-PE) e Marcos Pereira (Republicanos-SP).

G1 

ÚLTIMASMourão diz que há ‘hipocrisia’ em retardar aulas: “As pessoas vão para bares, mas não para aula”

O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, afirmou nesta quinta-feira (3) que há “hipocrisia” na recusa de reitores a retomar as aulas presenciais em universidades federais.

“Isso é um assunto controverso porque acho que até tem certa hipocrisia. As pessoa saem para a rua, vão para bares, restaurantes, mas não podem ir para aula”, declarou, ao chegar ao Planalto.

A declaração ocorre após o Ministério da Educação ter publicado na quarta-feira (2), conforme noticiou o Conexão Política, uma portaria para determinar a retomada das aulas presenciais em universidades a partir de janeiro.

No entanto, reitores estão se manifestando contrários ao retorno das atividades.

“Lá no Espírito Santo eles estão com aula presencial. Vai metade da turma em um dia, metade no outro, de modo que você tenha o distanciamento na sala de aula. Com boa vontade e a gente consegue”, acrescentou Mourão.

Conexão Política

Pela primeira vez, Trump diz que deixará Casa Branca com vitória de Biden

O presidente americano, Donald Trump, disse pela primeira vez nesta quinta-feira 26 que deixará a Casa Branca se Joe Biden for confirmado oficialmente como o vencedor das eleições, mas repetiu que pode nunca admitir a derrota.

Trump liderou uma empreitada sem precedentes ao contestar os resultados da eleição de 3 de novembro, espalhando teorias insanas sobre cédulas roubadas e lançando contestações legais sem fundamento que foram rejeitadas por tribunais de todo o país.

Ao responder às primeiras perguntas de jornalistas desde a eleição, o presidente chegou mais perto de aceitar que teria apenas um mandato antes da posse de Biden, em 20 de janeiro. Quando perguntado se deixaria a Casa Branca caso o Colégio Eleitoral confirme a vitória de Biden, Trump respondeu: “Certamente irei. E vocês sabem disso”.

Mas, “se o fizerem, terão cometido um erro”, afirmou, acrescentando que “será uma coisa muito difícil de admitir”. “Esta foi uma grande fraude”, declarou o republicano sobre o resultado da eleição, novamente sem fornecer qualquer evidência.

Durante a coletiva de imprensa nesta quinta, feriado de Ação de Graças, ele comparou a infraestrutura de votação dos Estados Unidos à “de um país do terceiro mundo”.

Mais cedo, no Twitter, o governante afirmou que “esta foi uma eleição 100% manipulada”. Na quarta-feira, incentivou seguidores do partido a “reverter” os resultados.

Falta de provas

O presidente eleito Biden disse na quarta-feira que os americanos “não aceitarão” tentativas de sabotar o resultado da eleição. Com sua relutância em ceder a Biden, Trump, que quebrou inúmeras regras em seus quatro anos no cargo, parece estar moldando seu terreno político.

Apoiadores do presidente de 74 anos sugerem que ele já está considerando anunciar que se candidatará à presidência em 2024.

Entre suas várias reclamações sobre as eleições está a de que as urnas removeram deliberadamente milhões de seus votos, apesar das autoridades eleitorais dos Estados Unidos afirmarem que foram as eleições “mais seguras” da história do país.

Após pressão de líderes influentes de seu partido, Trump acabou dando avalo para iniciar oficialmente a transição para a mudança de comando, o que implica permitir que Biden tenha acesso a todas as informações de que precisa.

Já Biden apresentou oficialmente suas equipes para a diplomacia e segurança nacional e disse que “a América está de volta, pronta para liderar o mundo.” “Esses servidores públicos restaurarão a liderança moral e global da América”, garantiu o líder democrata de 78 anos, ao apresentar os colaboradores.

Biden disse que em seus primeiros 100 dias na Casa Branca se dedicará a combater a crise da Covid-19, eliminando as políticas de Trump que considera “prejudiciais” ao meio ambiente e propondo leis que ofereçam a milhões de residentes sem documentos um caminho para a cidadania.

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