Federação Nacional dos Jornalistas repudia Globo pela cobertura de desfiles de Carnaval

Imagem: reprodução/Globoplay

A Globo vem sofrendo diversas críticas nas redes sociais pela cobertura dos desfiles de Carnaval de 2024. Internautas condenaram a falta de informações transmitidas na televisão, como o histórico das escolas e problemas que ocorreram ao longo do percurso.

Para este ano, a transmissão do Carnaval do Rio de Janeiro da emissora é uma parceria da área de entretenimento com o esporte, setores que são flexíveis com publicidade, algo não permitido na área de jornalismo. Karine Alves e Alex Escobar coordenaram, do estúdio, a comunicação com quem estava na avenida, trabalho exercido este ano por influenciadores.

A Federação Nacional dos Jornalistas emitiu uma nota em que repudia a cobertura de Carnaval da Globo e afirma que, com apresentadores despreparados e desinformados, a transmissão teve erros.

“Ao abrir mão de repórteres, a emissora detentora do direito comercial de transmissão deixou os espectadores sem informações cruciais sobre a festa. A entidade enfatiza a importância essencial do trabalho jornalístico na cobertura deste evento tão importante para a cultura nacional.”

A nota destaca ainda a importância do trabalho dos jornalistas, que fornece análises e contextos históricos sobre os desfiles.

“Por meio de reportagens, os repórteres oferecem uma visão abrangente das tradições, dos desafios e das transformações do Carnaval, proporcionando uma reflexão crítica sobre seu impacto na sociedade e enriquecendo a compreensão pública do evento.”

Procurada pelo F5/Folha de S. Paulo, a Globo não respondeu ao pedido de posicionamento.

F5/Folha de S. Paulo

Mídia 24 horas: vai dar merda!

operadores de mesa em estúdio de TV

O mundo mudou muito em, relativamente, pouco tempo. Sou de uma época em que, telefonar para uma pessoa fora da sua cidade, significava ir à sede da telefônica solicitar uma chamada e esperar às vezes por horas a ligação completar. A funcionária que trabalhava coordenando as chamadas sabia tudo da vida de todos. Era preciso falar alto, quase gritando. Pelo menos não havia como grampear as mensagens, até porque elas não existiam.

Todos liam jornais e era prazeroso ver matérias nas quais se percebia a cuidadosa pesquisa do tema. Em Paris, a gente tinha que ir até uma sede da Varig para ler os periódicos de 2 ou 3 dias atrás. E lia Jornal do Brasil. Eram momentos prazerosos e cada um, claro, tinha seus jornalistas preferidos.

Eram um luxo os cadernos de cultura e literatura. A gente era feliz e sabia. E que dádiva, na minha cidade no interior de Minas Gerais não havia televisão. A 1ª que chegou foi instalada na praça principal e um funcionário da prefeitura abria uma caixa onde ela ficava, trancada com cadeado, e ligava das 20 às 22 horas. Quase nunca dava para ouvir, era ótimo.

Depois de um tempo, já advogando, a grande importância eram as revistas de finais de semana. Os repórteres trabalhavam dias, eventualmente semanas, num determinado tema. As revistas fechavam a edição na 6ª feira e as matérias não ficavam velhas. Podiam ser maturadas.

Lembro-me de uma vez que, numa 5ª feira à noite, recebi telefonema do chefe de Redação da Veja querendo entrevistar um cliente. A reportagem iria sair, mas ele, sério e competente, queria ouvir o outro lado, não só pro forma. Eu disse que deixaria meu cliente falar, interessava para o caso, desde que fosse a capa. Ele retrucou que a capa já estava fechada. Disse, então, que não teria a entrevista. Na madrugada, viajamos para o Rio de Janeiro e meu cliente foi capa, com falas que interessavam à defesa. Jogo jogado.

Sempre respeitei muito a imprensa e, em cada caso importante que tinha apelo midiático, cuidava de me dedicar 2 ou 3 horas para falar com os jornalistas. Faz parte da defesa expor sua tese. Deixar o cliente sangrar sem ter o outro lado favorece o massacre midiático e a pré-condenação. Depois, resolvi criar uma lista de transmissão no WhatsApp com 800 nomes de profissionais: uma nota técnica me poupa 3 horas de trabalho.

Certa vez, o dono de um grande grupo de comunicação resolveu proibir que meu nome fosse veiculado em seus jornais. À época, estava advogando em relevantes processos, recordo-me de ter saído 2 entrevistas minhas no mesmo dia no Jornal Nacional, mas, no tal grupo, a menção era “segundo o advogado”, sem citar meu nome. Os jornalistas de lá me entrevistavam, às vezes constrangidos, mas se rendiam à censura do dono.

Passados 2 anos, o empresário me chamou para conversar e o diálogo foi hilário. Ele me disse, propondo um acordo: “Faz 2 anos que meus jornais não citam seu nome.” Respondi: “Sério? Não notei. Nunca leio nada do seu grupo!”. Mais 2 anos sem ser citado. Lembrando-nos do grande Victor Hugo:

“Aquilo que causa a noite dentro de nós também pode deixar estrelas”.

Hoje, o mundo mudou e, obviamente, a mídia também. Recordo-me de quando recebi a informação de que seria inaugurada a GloboNews, que contaria com 24 horas de notícias. Uma amiga me ligou dizendo que seria uma das jornalistas. Eu avisei: “vai dar merda!”.

Ela fez um belo trabalho e a mídia ao vivo virou uma febre. Muitas vezes, sem tempo para investigar, a sede do “furo” continua pautando as redações. Alguns programas, que duram horas, são como bate-papos informais de botequins, uma prazerosa conversa na qual as opiniões são a tônica e ditam verdades, por vezes, sem nenhum contato com a realidade. Talvez, por isso, os mais jovens não acompanhem nunca os programas de televisão.

Nesta semana, a imprensa divulgou, fartamente, e não poderia ser diferente, a decisão (PDF – 169 kB) do ministro Dias Toffoli que determinou a abertura de uma investigação sobre a ONG Transparência Internacional –que de transparência só tem o nome. O nível de desconhecimento de grande parte das reportagens assustou.

Em um 1º momento, jornalistas com grande alcance midiático afirmavam que ele havia determinado a apuração de ofício. De maneira criminosa, diziam que o despacho era uma retaliação. Quase ninguém se preocupou em realmente averiguar e entender o contexto. As viúvas da Lava Jato se alvoroçaram. Levantaram teses que fariam corar qualquer estudante de jornalismo. E tomem opiniões sobre tudo sem a menor preocupação com sua excelência: o fato!

A desinformação foi tal que o ministro tomou uma atitude rápida: retirou o sigilo da investigação, até porque boa parte tinha vazado. É importante ressaltar que a regra é a publicidade. E aí pôde-se constatar que o despacho não teria sido de ofício, muito ao contrário, foi no curso de uma apuração que estava instaurada desde 28 de fevereiro de 2021. E que começou a tramitar no Superior Tribunal de Justiça, inclusive com decisão do ministro Humberto Martins. Só mudou a competência para o Supremo Tribunal por manifestação do então procurador-geral da República Augusto Aras.

Distribuído o inquérito para o ministro Dias Toffoli, ele fez o trivial, o óbvio, determinou o prosseguimento das investigações, sob pena de prevaricar se quedasse inerte. Sem prejulgar. Sem nenhuma medida cautelar que afastasse direitos individuais. Foram horas de massacre midiático. Vez ou outra, com uma virulência que, provavelmente, não caberia em programas nos quais o tempo de investigar fosse priorizado.

Esses tempos estranhos deixam, muitas vezes, um gosto amargo na boca de quem, colocando a liberdade de imprensa como valor máximo, ainda valoriza a verdade a ser desnudada. Tristes tempos.

Fonte: poder 360

Jornalista Ediana Miraglia é agredida no Bairro do alecrim durante reportagem e Sindjorn emite nota

Sindjorn emite nota contra agressão verbal a qual jornalista Ediana Miglia foi vítima. Foto: Reprodução.
Foto: Reprodução.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte (Sindjorn) emitiu uma nota de solidariedade à repórter Ediana Miraglia, que, segundo a entidade, foi agredida durante o exercício da profissão, na última segunda-feira (5), em matéria no bairro do Alecrim, zona Leste de Natal. O comunicado foi emitido nesta terça-feira (6).

Conforme o Sindjorn, uma mulher agrediu, xingou e proferiu palavrões contra Ediana. Em seguida, a suspeita foi encaminhada à delegacia e liberada. Confira o posicionamento na íntegra:

NOTA DE SOLIDARIEDADE

O Sindicato dos jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte se solidariza com a jornalista da TV Tropical, Ediana Miralha, que foi agredida covardemente no bairro do Alecrim quando estava no exercício profissional, por uma mulher que ainda a ameaçou e também a agrediu com palavrões e xingamentos. A mulher já foi identificada e levada à delegacia, mas pela legislação não ficará presa.

O Sindicato pede à TV Tropical o acompanhamento de perto sobre esse caso, se possível com apoio jurídico, para tomar medidas cabíveis na proteção da profissional quando na realização do exercício legal da profissão. O SINDJORN se coloca à disposição da jornalista.

Por fim, solicita aos órgãos de Segurança Pública o apoio necessário, em caso de ocorrências envolvendo profissionais da imprensa, para a manutenção da ordem, tranquilidade para o profissional, bem como o direito democrático à informação.

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte

A Liberdade FM e a Rádio Trampolim farão a maior cobertura das Eleições 2022

No próximo domingo (02), a Liberdade FM, Blog do GM e a Rádio Trampolim comandarão a maior cobertura multiplataforma das Eleições 2022 no Rio Grande do Norte.

Serão mais de 12 horas de cobertura ao vivo pelo YouTube, redes sociais e streaming, levando aos ouvintes todos os detalhes sobre o processo eleitoral.

A cobertura especial começará no domingo (2), com uma edição especial do “Dia D das eleições gerais 2022”.

O programa trará também análises, detalhamentos e projeções, com uma bancada sob o comando dos jornalistas Gilson Moura, Valdemir Tapioca, Jarbas França, Aristelson Alves, Walter Fernandes, Jorge Cunha, dentre outros.

A cobertura começará às 8h, com as primeiras movimentações nos locais de votação e nas ruas.

A bancada fará a análise das eleições e os repórteres trazem tudo o que está acontecendo na cidade, onde também acompanham os votos dos candidatos em flashes ao vivo direto dos hospitais, delegacia e também da justiça eleitoral.

A cobertura segue durante todo o dia e contemplará a apuração dos votos em todo país.

Ao vivo, no início da apuração dos votos, a bancada vai informar, em tempo real, a nova composição da Assembleia Legislativa e da bancada federal do RN no Congresso, além de trazer tudo sobre a apuração para Governo do Estado e Presidência da República.

Ao final da programação, você vai conferir as falas dos eleitos e da Justiça Eleitoral, as análises sobre o futuro do Rio Grande do Norte após a eleição.

É a Liberdade FM, em sua 2° eleição consecutiva trazendo todas informações ao vivo para todos ouvintes.

Vereador e mãe de Henry são presos por morte do menino no Rio de Janeiro

Foto: Reprodução/TV Globo

O vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho (Solidariedade), foi preso na manhã desta 5ª feira (8.abr.2021), na capital fluminense, por suspeita de participação na morte do menino Henry Borel Medeiros. A mãe da criança e namorada do vereador, Monique Medeiros da Costa e Silva, também foi detida.

Os 2 foram alvos de mandados de prisão temporária por 30 dias, expedidos na 4ª feira (7.abr) pela juíza Elizabeth Louro Machado, do 2º Tribunal do Júri da Capital.

Segundo as investigações, o vereador agredia o menino de 4 anos e Monique tinha conhecimento das agressões desde pelo menos 12 de fevereiro. Henry morreu na madrugada de 8 de março.

O casal é suspeito ainda de atrapalhar as investigações e de ameaçar testemunhas.

A polícia monitorava a residência onde o casal estava desde 2ª feira (5.abr). Na noite dessa 4ª (7.abr), os agentes descobriram que os 2 não dormiriam no local. O vereador saiu da casa do pai com uma mochila e buscou Monique na casa dos pais dela. Eles seguiram para outra residência para passar a noite.

O CASO

Segundo inquérito, Henry chegou ao condomínio onde morava levado pelo pai, Leniel Borel de Almeida, na noite de 7 de março.

Por volta de 3h30 da madrugada de 8 de março, Monique e Jairinho disseram ter encontrado o menino caído no chão do quarto que dividia com a mãe. Henry estaria com pés e mãos gelados e olhos revirados.

Os 2 levaram a criança ao Hospital Barra D’Or. Médicas que atenderam Henry afirmaram que ele já chegou morto e com as lesões apontadas pelo laudo de necropsia.

O documento mostra que a criança teve hemorragia interna e laceração hepática provocada por ação contundente. O corpo do menino apresentava equimoses, hematomas, edemas e contusões.

Monique disse, ao prestar depoimento, que acredita que o filho tenha acordado, ficado em pé sobre a cama e caído no chão ao se desequilibrar ou tropeçar.

O vereador declarou no inquérito que ouviu os gritos de Monique e, ao entrar no quarto, notou que Henry estava gelado e parecia respirar mal. Henry não teria respondido à respiração boca a boca ou aos estímulos feitos no caminho ao hospital. Jairinho disse que, apesar de ter formação em Medicina, nunca exerceu a profissão.

O delegado Henrique Damasceno, responsável pela investigação, ouviu familiares, vizinhos e funcionários da família, entre outras testemunhas. Uma ex-namorada do vereador declarou que, durante a relação, ela e a filha, de 3 anos à época, sofreram agressões de Jairinho.

Fonte: Poder 360

Facebook vai voltar a publicar notícias em sua plataforma na Austrália

SYDNEY – O Facebook anunciou nesta terça-feira que suspenderá nos próximos dias o bloqueio das páginas de notícias na Austrália , depois que o governo aceitou fazer emendas à lei que pretende obrigar os gigantes tecnológicos a pagarem os meios de comunicação por seus conteúdos.

O secretário australiano do Tesouro, Josh Frydenberg, e o diretor-geral do Facebook Austrália, Will Easton, afirmaram que chegaram a um acordo sobre um dos pontos cruciais da lei, a primeira do tipo no mundo e que tem a firme oposição dos gigantes da Internet.

— Como resultado das mudanças, agora podemos trabalhar para estimular nosso investimento em jornalismo de interesse público e restabelecer nos próximos dias as notícias no Facebook para os australianos — declarou Easton.—Estamos felizes por fechar um acordo com o governo australiano e apreciamos as discussões construtivas que tivemos.

Enquanto isso, na Europa, a Microsoft e grupos de mídia europeus pediram aos reguladores da UE que exijam que as plataformas on-line busquem arbitragem em questões sobre como dividir as receitas com os editores de notícias, um ponto crítico na disputa entre o Facebook e a Austrália.

As regras de direitos autorais reformuladas da UE em 2019, que forçam o Google e outras plataformas on-line a assinar acordos de licenciamento com músicos, autores e editoras de notícias para usar seu trabalho, não são suficientes, disseram a Microsoft e as editoras.

— Esta iniciativa é um próximo passo que é lógico — disse o vice-presidente da Microsoft, Casper Klynge, acrescentando que a empresa já divide as receitas com as editoras por meio de seu produto Microsoft News.

O apelo da Microsoft, junto com a European Magazine Media Association, a European Newspaper Publishers Association, o European Publishers Council e o News Media Europe, surge no momento em que os legisladores da UE se preparam para negociações com a Comissão Europeia e os países da UE sobre as regras para controlar os gigantes da tecnologia dos EUA.

O Globo

Austrália: projeto obriga Facebook a pagar conteúdo jornalístico

O Facebook passou a proibir, a partir desta quinta-feira (18), a leitura e partilha de notícias por parte dos utilizadores na Austrália. Várias páginas informativas de departamentos governamentais, serviços de emergência e instituições de caridade foram também afetadas.

Essa é a resposta da rede ao Código da Negociação para a Comunicação Social, proposta apresentada pelo governo federal que obriga Google, Facebook e outras plataformas a chegarem a acordo para o pagamento de conteúdos jornalísticos às empresas que os produzem.

O ministro australiano das Finanças, Josh Frydenberg, acusa a empresa de Mark Zuckerberg de ação “autoritária”, e o primeiro-ministro, Scott Morrison, diz que se tratou de uma tentativa de intimidação, num momento em que ainda falta discutir e aprovar a lei no Senado.

A Austrália transformou-se, nos últimos meses, em um campo de batalha, onde se digladiam as empresas de big tech contra o governo e a comunicação social. O Código da Negociação para os Media, apresentado pelo governo, prevê que as plataformas online, como Facebook e Google, paguem às empresas de comunicação social pelos conteúdos noticiosos que acolhem e agregam.

Horas depois da aprovação da proposta do Executivo australiano na Câmara dos Representantes, mas antes de começar a discussão no Senado, o Facebook decidiu banir a leitura e partilha de conteúdos noticiosos a partir de hoje. Foram também afetadas várias contas do governo ligadas ao combate à pandemia, páginas de meteorologia, em plena época de incêndios, e ainda dezenas de contas de instituições de caridade e organizações não governamentais.

“O Facebook esteve mal. As ações do Facebook foram desnecessárias, autoritárias e vão prejudicar a sua reputação aqui na Austrália”, disse o ministro das Finanças em entrevista coletiva.

Frydenberg acrescentou que “o bloqueio a páginas do governo – com informação de apoio durante a pandemia, sobre saúde mental, serviços de emergência ou o bureau de meteorologia – não têm nada que ver com o código de negociação para os media”.

“Não seremos intimidados”

Ontem, o Facebook anunciou, em comunicado, a restrição da leitura e partilha de notícias por utilizadores e páginas, incluindo conteúdo internacional, em resposta ao código de negociação para os media, ainda em discussão.

“A lei que é proposta [pelo governo australiano] interpreta de forma errada a relação entre a nossa plataforma e os editores que a usam para compartilhar os conteúdos noticiosos. Isso deixa-nos perante uma escolha difícil: tentar cumprir uma lei que ignora a realidade desse relacionamento ou parar de permitir conteúdos noticiosos nos nossos serviços na Austrália. É com um peso no coração que escolhemos a última hipótese”, anunciou William Easton, responsável pela Facebook na Austrália e Nova Zelândia.

Para o primeiro-ministro, as ações do Facebook, ao cortar serviços de informação essenciais sobre saúde e serviços de emergência, foram tão arrogantes quanto decepcionantes. “Estou em contato regular com os líderes de outras nações sobre essa questão”, disse Morrison em post publicado no Facebook.

“Não seremos intimidados pela big tech (empresa de tecnologia) que está tentando pressionar o nosso Parlamento enquanto vota o importante Código de Negociação para os Media (News Media Bargaining Code). Da mesma forma que não ficamos intimidados quando a Amazon ameaçou deixar o país, ou quando a Austrália se juntou a outras nações para combater a publicação de conteúdos de terrorismo nessas plataformas”, acrescentou o governante.

Google e News Corp chegam a acordo

A proposta do governo australiano – que recebeu luz verde da câmara baixa, mas ainda terá de ser aprovada pelos senadores – tem por objetivo garantir a retribuição monetária às organizações de comunicação social pelo conteúdo produzido.

Prevê-se, com o Código da Negociação para a Comunicação Social, que as plataformas digitais cheguem a acordo com as empresas de media para o pagamento de um determinado valor. Caso não haja um entendimento, esse valor será definido por lei.

A News Corporation, gigante dos media controlada por Rupert Murdoch, chegou a acordo com a Alphabet Inc para a difusão e partilha de notícias por meio das ferramentas da Google, e passa assim a receber “pagamentos significativos” da plataforma para o uso de conteúdos multimídia.

Robert Thomson, presidente da News Corp, elogiou o governo australiano pelo “apoio firme ao país e ao jornalismo” ao promover a partilha das receitas dessas plataformas com as empresas de comunicação social. Na Austrália, a Google já chegou a acordo com a Seven West Media e continua a negociar com a Australian Broadcasting Corp o pagamento dos conteúdos.

Facebook

“Entendemos que muitos possam perguntar por que é que as plataformas respondem de forma diferente. A resposta é que as nossas plataformas têm uma relação fundamentalmente diferente com os conteúdos noticiosos. A ferramenta de pesquisa da Google está intrinsecamente ligada às notícias, e os editores não providenciam este conteúdo de forma voluntária, diz o Facebook em comunicado. Por outro lado, os editores optam, de boa vontade, por partilhar as notícias no Facebook, uma vez que isso lhes permite obter mais subscrições, aumentar a audiência e as receitas de publicidade”, lê-se no comunicado da empresa da Mark Zuckerberg.

Oportunidade para a desinformação

O porta-voz do Facebook frisou que a empresa foi “forçada” a bloquear o conteúdo noticioso uma vez que o projeto de lei, ainda por aprovar, “não fornece orientações claras sobre a definição de conteúdos de notícias”. Acrescentou que foi adotada uma definição ampla para respeitar a lei.

“A nossa ação concentra-se na limitação de editores e utilizadores na Austrália em partilhar ou ler noticias australianas ou internacionais”, esclareceu o porta-voz, citado pela agência Reuters.

Sobre as páginas governamentais, de emergência, meteorologia ou de caridade que foram indevidamente bloqueadas, o porta-voz garante que a informação desses sites afetados será revertida em breve.

*Com informações da RTP – Rádio e Televisão de Portugal

Agência Brasil