PoderData: 25% pretendem comprar presentes de Natal; 41% devem gastar até R$ 100

Pesquisa PoderData mostra que só 25% dos brasileiros pretendem comprar presentes de Natal neste ano. Outros 64% afirmam que não irão gastar com as lembranças. Foram 11% os que não responderam ou disseram ainda não saber.

O levantamento mostra que, dos 25% que irão comprar presentes, 41% pretendem gastar até R$ 100. Outros 21% estimam gasto de R$ 100 a R$ 500 com as lembranças.

Há ainda os que devem gastar mais: 16% afirmam ter a intenção de comprar mais de R$ 500 em presentes. Outros 22% ainda não sabem.

A pesquisa foi realizada pelo PoderDatadivisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é feita em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.

Os dados foram coletados de 7 a 9 de dezembro, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas, em 505 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

Os que mais pretendem comprar presentes são:

  • homens (32%);
  • pessoas de 16 a 24 anos (29%);
  • moradores do Norte (49%);
  • os que têm ensino superior (38%);
  • os que ganham mais de 10 salários mínimos (69%).

Os que afirmam que não devem gastar com as lembranças são:

  • mulheres (73%);
  • pessoas de 16 a 24 anos (66%);
  • moradores do Sudeste (70%);
  • os que têm só o ensino fundamental (75%);
  • os sem renda fixa (73%);

INTENÇÃO DE COMPRA

PoderData analisou o grupo dos que têm a intenção de comprar presentes de Natal, que soma 25% dos entrevistados, e verificou qual estimativa de gastos por sexo, idade, região, escolaridade e renda.

Os que mais afirmam que devem gastar até R$ 100 são:

  • moradores das regiões Centro-Oeste (62%) e da região Nordeste (48%); pessoas de 45 a 59 anos e os que os que têm só ensino fundamental (47% em cada grupo);
  • e os que recebem até 2 salários mínimos (46%).

Os que mais devem gastar de R$ 100 a R$ 500 são:

  • moradores das regiões Sul (37%) e Sudeste (36%);
  • pessoas de 16 a 24 anos (32%);
  • os que recebem de 2 a 5 salários mínimos, de 5 a 10 salários mínimos, mais de 10 salários mínimos (33% em cada grupo);
  • e os que têm ensino superior (26%).

Os que devem gastar mais com presentes, acima de R$ 500, são:

  • os que recebem de 2 a 5 salários mínimos (46%);
  • moradores do Nordeste (38%);
  • pessoas de 60 anos ou mais (35%);
  • os que têm só o ensino fundamental (20%).

Poder 360

No primeiro ano de Bolsonaro, IDH avança lentamente, e Brasil perde posições

 

Aulas à distância durante a pandemia expõem desigualdades na educação

O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) no Brasil em 2019, o primeiro ano do governo Jair Bolsonaro (sem partido), teve um leve aumento. Porém, o resultado é insuficiente para promover um avanço do país no ranking global.

Pelo contrário: o Brasil perdeu cinco posições em um ano, saindo de 79ª colocação para 84ª entre 189 nações avaliadas.

Compõem o índice a expectativa de vida ao nascer, a escolaridade e a renda. O IDH do Brasil ficou em 0,765 em 2019, ante 0,762 em 2018, um acréscimo de 0,39%. No ano anterior, o índice foi de 0,761.

O crescimento é lento e reflete especialmente desigualdades de gênero e de renda, como apontam outros indicadores formulados pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

O ritmo vem derrubando o país no ranking global, de forma continuada.

Em relação a 2014, ano citado no relatório divulgado pelo PNUD para efeito de comparação, o Brasil perdeu duas posições. Os indicadores vão piorar em 2020, em razão dos efeitos da pandemia do novo coronavírus.

O PNUD projeta uma queda generalizada do IDH global neste ano, em proporções muito superiores, por exemplo, ao verificado na crise financeira de 2008.

O valor exato do impacto da pandemia da Covid-19 no desenvolvimento humano em cada país só será conhecido em 2021.

Quanto mais próximo de 1, melhor o IDH de um país. A Noruega, que lidera o ranking do desenvolvimento humano, tem um IDH de 0,957.

A posição intermediária do Brasil ainda o coloca no grupo de países com alto desenvolvimento humano. Estão nesse grupo nações com IDH entre 0,7 e 0,799.

Na América Latina, o Brasil tem IDH inferior a Chile, Argentina, Uruguai, Cuba, México, Peru e Colômbia. O país está à frente de Equador, Paraguai, Bolívia e Venezuela.

A análise da composição do IDH revela um país com alta expectativa de vida ao nascer: 75,9 anos em 2019. O incremento foi de 0,2 em relação a 2018. Em 1990, essa expectativa era de 66,3 anos.

Já os anos previstos de escolaridade estão estagnados desde 2016, em 15,4. A média dos anos de escolaridade teve um leve aumento, de 7,8 para 8.

O país patina na renda per capita da população, sem conseguir equiparar os ganhos alcançados em 2010. Naquele ano, a renda per capita anual alcançou US$ 14.409. Caiu em 2016, e não mais se recuperou aos níveis alcançados.

Em 2019, ficou em US$ 14.263, um aumento de 0,5% em relação a 2018.

O PNUD tem instrumentos para calcular perdas de desenvolvimento humano em razão de desigualdades em um país. Para isso, criou um indicador chamado IDH-D, que faz ajustes no IDH a partir de fatores de desigualdade.

A desigualdade derruba o IDH do Brasil, de 0,765 para 0,570. O Brasil é bem mais desigual do que outros países.

No IDH-D, a posição no ranking global cai de 84ª colocação para 104ª. A perda é mais expressiva do que a verificada na Colômbia, no México e na América Latina como um todo.

Um movimento semelhante ocorre quando se analisa o recorte de desigualdade de gênero. Somente por este recorte, o país ocupa a 95ª posição. São levados em conta fatores como mortalidade materna, gravidez na adolescência e cadeiras ocupadas por mulheres no Legislativo.

Pela primeira, o PNUD calculou o impacto do desenvolvimento humano no meio ambiente. Foi uma forma de tentar aferir o custo ambiental do incremento na qualidade de vida das pessoas.

Para isso, levou em conta emissões de CO² (toneladas per capita) e o uso de recursos materiais por uma população (também em toneladas per capita).

A aplicação desse critério faz o IDH brasileiro cair para 0,710. A queda, porém, não ocorre no mesmo ritmo de outros países, o que significa que o desenvolvimento humano tem um menor custo ambiental no Brasil do que em outras nações.

Levando-se em conta esse recorte, o Brasil subiria dez posições na tabela. A China, por exemplo, cairia 16 posições. Seu IDH é fortemente reduzido, de 0,761 para 0,671.

No relatório do PNUD, o Brasil é citado por diversas vezes em relação à questão ambiental. O documento cita os incêndios no Pantanal neste ano e o desmatamento da Amazônia.

Vegetação nativa se perdeu para a exploração da madeira e para novos usos da terra, conforme destaca o relatório do PNUD. O documento faz uma ressalva: a biodiversidade é preservada em terras indígenas brasileiras, em razão do modo de ocupação desses espaços pelos indígenas.

Pantanal de Mato Grosso do Sul em chamas
Pantanal de Mato Grosso do Sul em chamas

Folhapress

Maia recebe presidentes de partidos e parlamentares para discutir sucessão na Câmara

O presidente da Câmara dos DeputadosRodrigo Maia, recebeu nesta terça-feira (15) na residência oficial presidentes de partidos e parlamentares para discutir a sucessão da presidência da Casa.

Deputados próximos de Maia e representantes de partidos de oposição buscam um nome para disputar em fevereiro a presidência contra Arthur Lira (DEM-AL), candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.

  • o presidente do PDT, Carlos Lupi, o ex-ministro e vice-presidente do PDT Ciro Gomes, e o líder do PDT na Câmara, Wolney Queiroz (PE);
  • o presidente do PSB, Carlos Siqueira, e o líder do partido na Câmara, Alessandro Molon (RJ);
  • a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), o líder da minoria, deputado José Guimarães (PT-CE);
  • o líder do PV na Câmara, Enrico Misasi (SP);
  • o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (DEM);
  • o presidente do MDB e líder do partido na Câmara, Baleia Rossi (SP);
  • o líder do Cidadania na Câmara, Arnaldo Jardim (SP);
  • o líder da Maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), entre outros.

Líderes de seis partidos anunciaram na quarta-feira (9) a formação de um novo bloco na Câmara dos Deputados a partir de 2021.

De olho na disputa pelo comando da Casa, o grupo formado por DEM, PSL, MDB, PSDB, Cidadania e PV reúne 147 deputados. O principal fiador e articulador do bloco é Rodrigo Maia, impedido de concorrer à reeleição pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O escolhido pelo grupo deverá ter como principal adversário o líder do PP e do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro e lançou candidatura na quarta.

Aliado de Bolsonaro, Arthur Lira lança candidatura à presidência da Câmara
Aliado de Bolsonaro, Arthur Lira lança candidatura à presidência da Câmara

Ao deixar a reunião desta terça, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que o partido deve se juntar ao bloco de centro-esquerda e seguir a candidatura escolhida para enfrentar o postulante do Palácio do Planalto.

“O PSB vai fazer respeitar a decisão unânime do partido que por 80 votos a zero [decidiu] que não devemos sequer analisar postulação da candidatura do Lira, por ele representar uma candidatura do Planalto” afirmou. “Nós vamos entrar no bloco dos partidos de esquerda e do centro, não no bloco do Lira” acrescentou.

Ciro Gomes afirmou que os partidos estão tentando construir uma alternativa com outras “forças políticas” para apoiar um nome que faça a “contenção” do governo Bolsonaro.

“O que nós podemos fazer, minoria que somos, é exponencializar nossa força pelo diálogo político com outras forças que tenham conosco pontos de afinidade, quais são eles, do nosso ponto de vista do PDT: a contenção do Bolsonaro nos limites da democracia e da sua institucionalidade”, afirmou Ciro.

“E a contenção de danos nessa agenda antipovo, antinacional e antiliberdades democráticas que também representam o governo Bolsonaro” disse.

A eleição para a presidência da Câmara será em 1º de fevereiro de 2021. O escolhido deverá comandar o plenário da Casa até o fim dos mandatos atuais, em fevereiro de 2023.

Questionado em entrevista à GloboNews sobre quais são os cotados a ser esse candidato, Maia citou os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), Elmar Nascimento (DEM-BA), Luciano Bivar (PSL-PE) e Marcos Pereira (Republicanos-SP).

G1 

Governo propõe salário mínimo de R$ 1.088 em 2021

BRASÍLIA – O governo propôs ao Congresso fixar o salário mínimo em R$ 1.088 em 2021. A previsão consta da nova versão do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que define as bases do Orçamento, encaminhada nesta terça-feira ao Legislativo.

O valor é R$ 21 maior que o proposto em agosto, quando o Ministério da Economia divulgou a proposta orçamentária para o ano que vem. O aumento se deve à revisão da projeção para a inflação medida pelo INPC.

Em agosto, o Ministério da Economia divulgou uma previsão orçamentária na qual previa que o piso nacional fosse reajustado em 2,09%, equivalente à projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) naquela ocasião. Assim, o salário mínimo subiria dos atuais R$ 1.045 para R$ 1.067 no ano que vem.

Com a alta nos preços dos alimentos, essa previsão para o INPC aumentou. O Boletim Macrofiscal divulgado em novembro pela pasta estima que o indicador fechará o ano em 4,1%. Com isso, o piso subiria para R$ 1.087,84 — arredondado para cima, R$ 1.088.

Apesar de um aumento em relação à previsão anterior, o trabalhador ainda não terá alta real do salário mínimo em 2021, já que apenas a inflação será reposta pelo reajuste.

Isso ocorre porque o Brasil deixou de ter uma política de valorização do salário mínimo. Esse mecanismo vigorou no país entre 2011 e 2018 e previa que o piso nacional fosse reajustado pela inflação, acrescido da variação do Produto Interno Bruto (PIB) registrada dois anos antes

Desde 2019, no entanto, o governo tem buscado manter o reajuste do salário mínimo indexado apenas pela inflação, como prevê a Constituição. A medida é uma forma de evitar o crescimento de gastos públicos.

Impacto fiscal de R$ 7,4 bi

A alta acima do previsto no Orçamento deve significar um gasto extra para o governo, já que o valor serve de base para benefícios previdenciários e assistenciais.

Segundo cálculos da equipe econômica, a cada R$ 1 de aumento do mínimo, há um crescimento da despesa pública de R$ 355 milhões.

Um saláio R$ 21 maior que o inicialmente planejado, portanto, representaria um custo extra de R$ 7,4 bilhões para os cofres públicos.

O Globo

Inscritos no Bolsa Família ganham prazo para contestar auxílio negado

Os beneficiários do Bolsa Família que tiveram o auxílio emergencial extensão de R$ 300 (R$ 600 para mães solteiras) cancelado, bloqueado ou negado ganharam um prazo para requererem o benefício, informou hoje (14) o Ministério da Cidadania. A partir de domingo (20) até 29 de dezembro, a revisão do benefício deve ser pedida no site da Dataprev, estatal que processa os requerimentos do auxílio emergencial.

O processo será inteiramente virtual, dispensando a necessidade de ir a uma agência da Caixa Econômica Federal ou a um posto de atendimento do Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

Segundo o Ministério da Cidadania, a pasta promove mensalmente um pente-fino entre os beneficiários do auxílio emergencial para verificar se eles atendem a todos os requisitos definidos pela lei que criou o benefício. Quem não se enquadra em um dos critérios é excluído da lista de beneficiários, mesmo tendo recebido alguma parcela.

De acordo com a pasta, a verificação é necessária para garantir que o público-alvo do auxílio emergencial seja atendido e impedir que pessoas que não precisam do benefício recebam a ajuda. Entre as principais situações verificadas, estão morte, descoberta de irregularidades ou obtenção de emprego formal durante a concessão do auxílio.

Contestações

Na última quarta-feira (9), foram reabertos os prazos de contestação para os trabalhadores informais e inscritos no CadÚnico que tiveram o auxílio emergencial extensão bloqueado, cancelado ou indeferido. O prazo acaba nesta sexta-feira (18).

O Ministério da Cidadania também reabriu o prazo para quem teve o auxílio cancelado por indícios de irregularidade verificados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) ou pela Controladoria-Geral da União (CGU). Os requerimentos podem ser feitos até o dia 20.

A pasta também abriu prazo para a contestação de quem teve a extensão do auxílio emergencial indeferido por não atender aos novos critérios de concessão. Os pedidos poderão ser feitos a partir de quinta-feira (17) até o dia 26. Ao prorrogar o auxílio emergencial por três meses com metade do valor do benefício, o governo endureceu alguns critérios, como a utilização de dados fiscais de 2019, em vez de 2018.

Agência Brasil

Dono da Centauro compra NWB e entra em produção de conteúdo sobre esporte

O grupo SBF, dono da varejista de artigos esportivos Centauro, acaba de anunciar a compra da NWB, produtora de conteúdo sobre esporte dona dos canais Desimpedidos e Acelerados no Youtube. O negócio foi adquirido por 60 milhões de reais. Com a transação, o SBF dá mais um passo para se tornar um ecossistema focado em esporte – a companhia já havia anunciado a aquisição da Nike do Brasil em fevereiro.

“Somos especialistas em esporte e para servir a esse público precisamos entendê-lo melhor. A NWB traz uma máquina de aquisição de audiência, com alcance enorme, capacidade de produzir conteúdo, de gerar uma relação muito próxima com esse público e de ter dados incríveis sobre esses consumidores antes da compra”, afirmou o presidente do Grupo SBF Pedro Zemel, em entrevista exclusiva à EXAME.

Fundada em 2013, a NBW é dona de quatro canais sobre esportes no Youtube, e tem ainda 80 canais afiliados. Juntos, eles somam 81 milhões de seguidores no Instagram e 73 milhões de inscritos no Youtube. Os canais lançam em média 150 vídeos inéditos por semana, que somam 1,9 bilhão de visualizações por ano. Uma das marcas dos programas é unir esporte e humor. “Para nós essa é uma possiblidade de subir de liga, acelerar e ampliar nosso escopo, é uma oportunidade que não podíamos deixar passar”, afirma Rafael Grostein, CEO da NWB. Ele continua à frente da companhia, agora dentro do Grupo SBF, assim como a equipe da NWB.

Com a aquisição, o Grupo SBF enxerga oportunidades de monetização de uma audiência qualificada. Um dos caminhos é buscar levar esse consumidor que consome os conteúdos da NWB para a Centauro. Outro é apostar em um modelo de entretenimento que vende, em que influenciadores que têm uma relação próxima com seu público atuam também como vendedores de produtos. Outras frentes em gestação envolvem promoção de eventos, transmissões ao vivo, conteúdo pago, dentre outros.

Do lado da NWB, além ampliar as frentes de negócio, o fato de fazer parte de um grupo maior ligado ao esporte possibilita aumentar o alcance do negócio já existente e ter acesso a uma infraestrutura de tecnologia mais robusta.

A meta do Grupo SBF é continuar expandindo sua atuação no universo do esporte, seja via aquisições, via projetos desenvolvidos internamente, seja via parcerias. Dentre os pontos importantes para a companhia no momento estão criar mais capilaridade para chegar a cidades menores, construir uma relação mais próxima com a audiência do futebol e desenvolver soluções para quem pratica muito esporte. “Se pararmos só em três frentes de negócio é porque a estratégia deu errado. A ideia é sermos um ecossistema vivo”, afirma Zemel.

Por trás desse apetite está a constatação de que varejistas especialistas no mundo todo quebraram ao enfrentar a concorrência de gigantes que vendem de tudo um pouco, como Amazon, Alibaba e, no Brasil, Magazine Luiza. “O problema não está em ser nicho, o problema está em ser só um agente que troca produto por dinheiro. Isso não é mais suficiente, e é por isso que lutamos para ser mais relevantes na vida dos nossos consumidores”, afirma Zemel.

A aquisição da NWB ainda precisa ser aprovada pelo Cade. Na compra da Nike do Brasil, a Netshoes, principal concorrente da Centauro e que foi comprada pelo Magazine Luiza em 2019, contestou o negócio e entrou com recurso por enxergar possibilidade de discriminação da concorrência.

Exame

Alta de preços recente não afeta inflação futura, diz ministério

A alta recente dos índices de preços, decorrente principalmente do encarecimento dos alimentos, não afetou a inflação futura. A conclusão consta de relatório divulgado hoje (14) pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.

Intitulado Consolidação Fiscal e Inflação Esperada, o documento comparou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ultrapassou o centro da meta de 4% nos 12 meses terminados em novembro, com as taxas dos títulos públicos de dois, cinco e de dez anos, chamada de inflação implícita. A SPE constatou que a piora recente na inflação de curto prazo não se transmitiu para as taxas de longo prazo.

Na avaliação da SPE, o fato de as taxas de longo prazo não terem subido indica que os investidores estão confiantes de que o impacto dos preços dos alimentos sobre a inflação representa um fenômeno temporário. Para o órgão, isso indica que a confiança em relação à gestão da economia não se deteriorou nos últimos meses.

“As séries apresentadas sinalizam que a inflação observada no segundo semestre deste ano é pontual e limitada temporalmente. Pois, apesar da piora das expectativas da inflação de curto prazo, não há repasse da deterioração ocorrida neste ano para os preços dos ativos e expectativas de médio prazo”, ressaltou o relatório.

O estudo também comparou o comportamento do IPCA e dos juros reais (juros nominal menos a inflação) na última década. Segundo a análise, a diferença entre os dois indicadores elevou-se nos últimos meses, mas ainda está inferior a momentos de volatilidade na economia, como em 2015 e 2016.

Segundo a SPE, a continuidade da política fiscal, com reformas estruturais e manutenção do teto de gastos, é essencial para manter as taxas dos títulos de médio prazo sob controle e segurar os juros em níveis baixos. “A maior confiança de que a dívida pública é sustentável dá suporte ao regime de metas de inflação, tornando a política monetária crível. Dessa forma, a consolidação fiscal aumenta a convicção nos objetivos de longo prazo”, ressaltou o documento.

Para a SPE, o processo de consolidação fiscal iniciado em 2016, com a instituição do teto federal de gastos, que limita o crescimento das despesas públicas à inflação, foi essencial para reduzir a inflação implícita, expressa nas taxas de médio prazo, e baixar os juros ao mesmo tempo.

Agência Brasil