Empresa Potiguar faz lançamento no Nordeste com agência Ratts Ratis

A empresa potiguar Indústria Álcool Farma contratou a agência Ratts Ratis para planejar um grande lançamento, em todo o Nordeste, da sua linha de perfumes Sol e Flora, com fragâncias inspiradas na biodiversidade e na riqueza do bioma do sertão nordestino. A coleção inicial se chama Aromas do Sertão, com seis fragrâncias, e representa a vida, a alegria, o brilho do sol e a energia das plantas do Nordeste do Brasil, transformando sua biodiversidade em cosméticos naturais de alta performance, se posicionando como uma marca inovadora e natural, que une brasilidade e autenticidade.

Para a empresária Mirelle Soares, farmacêutica e fundadora da marca, “a Sol e Flora vai levar o Nordeste para todas as pessoas, não apenas como referência estética, mas como um movimento de valorização do nosso bioma e de seus ativos naturais” enfatizou, complementando que “a agência Ratts Ratis tem larga experiência em posicionamento de mercado e está cuidado de todos os detalhes do lançamento”. Quer conhecer um pouco mais sobre o que a Ratts Ratis pode fazer pelo posicionamento da sua marca? Entre em contato pelo perfil @rattscom ou manda um zap para 99215-9781, e agende uma visita à nova sede. Sua marca vai ganhar um grande reforço de posicionamento.

Plano Diretor de Natal completa três anos com R$ 2,9 bi em valor de vendas

Considerada uma das principais políticas públicas urbanas discutidas na capital nos últimos anos, a sanção do Plano Diretor de Natal (PDN) já gera reflexos em várias áreas três anos após as novas regras entrarem em vigor, fato que aconteceu em 7 de março de 2022, data da sanção da lei. Neste período, a Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) emitiu 96 alvarás de licenciamento para empreendimentos, que juntos somam um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 2,9 bilhões. Parte desses empreendimentos já estão em fase de construção, gerando emprego e renda na cidade.

Além dessas questões, especialistas e interlocutores do setor imobiliário e construção civil do Rio Grande do Norte ouvidos pela TRIBUNA DO NORTE apontam dois fatores estratégicos proporcionados pelo novo Plano Diretor de Natal: a geração de emprego, renda e impostos para a cidade e o retorno de imobiliárias e construtoras à capital. Entre os alvarás emitidos pela Semurb, a maioria deles são de projetos residenciais, mas o secretário Thiago Mesquita conta que há projetos de lojas, mini-shoppings e empreendimentos comerciais. A pasta desenvolveu um mapa interativo com acesso às prescrições urbanísticas da cidade.

Entre as principais mudanças na legislação estão a ampliação do potencial construtivo em diversas regiões, mudança de gabaritos e a possibilidade de verticalização em áreas que antes tinham restrições mais rígidas. Segundo a pasta, os bairros que até aqui foram mais impactados com as mudanças são Petrópolis, Tirol, Lagoa Nova, Capim Macio, Ponta Negra, Candelária, Pajuçara, Redinha, entre outros.

Segundo números do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) e da Semurb, em março de 2022 a cidade de Natal empregava um total de 13 mil pessoas diretamente na construção civil. Em 2024 esse número saltou para 18.950, gerando um acréscimo de novos 5.950 empregos. Em média, cada empreendimento gera de 200 a 250 empregos.

“Criamos nas áreas adensáveis, que têm infraestrutura, um grande estímulo para o mercado de construções e estamos com 96 alvarás emitidos do novo PDN, com um investimento de quase R$ 3 bilhões de VGV de investimento privado. Isso está gerando de 6 a 8 mil empregos diretos e a perspectiva é gerar, quando todos estiverem em construção, 20 mil empregos diretos de carteira assinada. Empresas e construtoras que saíram de Natal e foram para o Ceará, Paraíba e Pernambuco voltaram para Natal e estão novamente investindo na cidade.

Natal voltou a ser rota de investidores, pois garantimos o aspecto socioambiental e estímulo ao aspecto socioeconômico”, exemplifica Thiago Mesquita, secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal.

Mesmo pensamento tem o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon-RN), Sérgio Azevedo. Ele conta que outras duas grandes questões foram alvos de avanços nos últimos dois anos: a atualização do Código de Obras e a regulamentação das Áreas Especiais de Interesse Turístico e Paisagístico (AEITPs).

“O Plano Diretor, para funcionar em sua plenitude, precisaria ter as AEITPs e o Código de Obras; os dois foram sancionados, mas ainda faltam as ZPAs, que devem ser votadas com maior brevidade possível, porque somente após isso o PDN vai funcionar em sua plenitude para que ele já possa ser atualizado. Esperamos que a atualização siga deixando Natal cada vez mais moderna e agradável para seus habitantes”, comenta.

Em relação a impostos, por exemplo, um levantamento recente do Sinduscon, considerando apenas três empreendimentos de médio e alto padrão em construção, a perspectiva é de que o recolhimento de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) aumente em 22 vezes, passando dos atuais R$ 231,2 mil, na tributação pelos terrenos, para R$ 5,15 milhões ao final da construção.

Mesquita lembra ainda que a atualização do Plano Diretor de Natal, alvo de “campanha político-partidária organizada”, manteve a cidade sustentável, ao passo que propiciou avanços. Ele cita ainda que a Semurb vai avançar em políticas internas, como a estruturação de mais três secretarias-adjuntas na pasta, sendo uma delas com foco em mudanças e adaptações climáticas.

“O Plano não proporcionou para a cidade a falta de sustentabilidade, a falta de comprometimento de serviços ambientais, principalmente os paisagísticos e a parte de circulação de vento. Isso não aconteceu. Pelo contrário: mantivemos 30% de Natal como ZPAs, fizemos mapeamento de áreas de preservação permanente, estimulamos através da Lei de Transferência do Potencial Construtivo, a criação de futuras novas unidades de conservação, que são as Reservas Particulares de Patrimônio Naturais. Em Natal só temos três unidades, que é o Parque das Dunas, Parque da Cidade e um pedaço da APA Genipabu”, exemplifica Mesquita.

O titular da Semurb aponta ainda que outro exemplo de avanço de políticas públicas urbanísticas e ambientais na capital é o Plano Municipal de Adaptações e Mudanças Climáticas, lançado no final do ano passado na 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente. “Esse plano tem vários resultados relacionados à temperatura média, pluviometria, índice de qualidade do ar. Somente São Paulo, no Brasil, tem o que estamos começando a fazer, mas nenhum outro município tem”, acrescenta.

Ambiente de negócios

Na avaliação do presidente do Sindicato da Habitação do RN (Secovi-RN), Renato Gomes Netto, as mudanças no PDN geraram um ambiente jurídico mais seguro e previsível para investidores, gerando maior confiança para empreendimentos de médio e grande porte.

“O mercado imobiliário já percebe impactos positivos, principalmente pela retomada de projetos antes represados em função das limitações da legislação anterior. Notou-se também uma valorização de terrenos em áreas estratégicas, especialmente nos corredores viários e bairros com infraestrutura consolidada. Além disso, há uma expectativa crescente de que essas mudanças irão impulsionar não apenas o segmento residencial, mas também o comercial e de serviços, acompanhando a expansão urbana com mais qualidade e planejamento”, disse.

Segundo Ricardo Abreu, um dos diretores da Abreu Imóveis, o Plano Diretor foi um “divisor de águas” no mercado imobiliário em Natal. Ricardo Abreu conta que antes do PDN o mercado estava “estagnado”.

“Não vislumbro outro motivo para o mercado estar do jeito que está, com diversos lançamentos, muita procura não só pelos lançamentos mas também por áreas destinadas a novos empreendimentos. Só credito essas questões à retomada do mercado ao Plano Diretor, que mexeu na maneira de se ver os bairros. Foi um avanço grande para o mercado de Natal”, acrescenta.

Sinduscon: Natal volta à rota de lançamentos imobiliários

Em três anos de Plano Diretor, a cidade de Natal já registrou pelo menos 88 lançamentos de empreendimentos, de acordo com números do Sinduscon. Os dados reforçam o aquecimento do mercado imobiliário e apontam que as novas regras impulsionaram o segmento.

“O mesmo Plano Diretor que as afastou, trouxe essas empresas de volta uma vez que o PDN foi corrigido e modernizado. Isso é mais um indicador positivo que as empresas de fora também voltam a enxergar Natal como um ambiente de negócios favorável para seus investimentos e lançamentos”, reforça Sérgio Azevedo.

Em Natal, empresas de vários perfis apostaram em lançamentos desde a entrada em vigor das novas regras. A Dois A, por exemplo, lançou o Jardins do Potengi, em Petrópolis, empreendimento com 66 apartamentos e de uso misto, com área comercial inclusa. A expectativa de conclusão é em dezembro de 2026.

“As mudanças do PDN impactaram positivamente nos empreendedores locais e de fora do RN, no sentido de aportar investimentos que viabilizem o desenvolvimento imobiliário na nossa cidade, principalmente o habitacional. O setor imobiliário tem percebido mais movimentações de obras, de início e lançamentos, e já é perceptível até uma ausência de mão de obra para execução desses empreendimentos lançados. Temos percebido também a melhoria e sofisticação dos empreendimentos, trazendo tanto uma gentileza urbana para nossa cidade, que com a ajuda da iniciativa privada vamos conseguir esse desenvolvimento, basta ver o entorno da Praça Cívica, por exemplo”, explica Gustavo Pinheiro, diretor de Incorporações da Dois A.

Outra empresa que apostou em lançamentos foi a Moura Dubeux, com projetos em dois tipos de perfis distintos. Um deles é o Trairi 517, lançado recentemente no bairro de Petropólis, com 37 pavimentos e 72 apartamentos, tendo 2.525m² no total. Há ainda os projetos envolvendo a Mood, empresa ligada à MD, com foco no perfil de consumidor da classe média. Foram lançados dois projetos, sendo um em Capim Macio e outro em Candelária.

“O Plano Diretor trouxe um ambiente novo de negócios para o mercado imobiliário, que fez com que nós, que somos empresas e investidores do segmento, tivéssemos um outro olhar para Natal para colocarmos projetos mais antenados com o novo mercado, fazendo com que Natal tivesse uma oxigenação do portfólio de empreendimentos ”, cita Wescley Magalhães, gerente de Incorporação da Moura Dubeux no RN, acrescentando ainda que a Mood veio para Natal justamente após as mudanças no PDN.

Câmara de Natal vai iniciar discussão para unificar ZPAs

Tido como um dos projetos remanescentes para o funcionamento completo do novo Plano Diretor de Natal, a unificação das Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs) numa só legislação será alvo de discussões nos próximos meses, segundo confirma o líder do prefeito na Câmara, o vereador Aldo Clemente (PSDB), que foi presidente da comissão especial na época das discussões do PDN.

“Na prática, a ideia é unificar as 10 ZPAs numa legislação única, com o intuito de padronizar as subzonas de uso restrito, conservação e preservação, melhorando as prescrições para áreas de uso restrito, por exemplo. O projeto chegou à Câmara em 2024, mas não teve discussão iniciada em virtude do período eleitoral.

Depois do PDN, atualizamos o Código de Obras, que já foi aprovado e sancionado, sendo um complemento do Plano. Agora, vamos aprovar as ZPAs em lei única para termos uma legislação unificada, mais fácil de entendimento e com regras que atendam a todas as ZPAs de forma equânime. É o próximo passo, e a determinação do prefeito é que tenhamos debates democráticos, mas que tenhamos um olhar para uma Natal desenvolvida”, explica.

Aldo também aponta que a revisão do PDN atingiu números satisfatórios nos três anos em vigor e projeta uma revisão já nos próximos anos.

“Nestes três anos saímos de um Plano Diretor arcaico para um desenvolvido, que possibilitou esse crescimento ordenado. Fico feliz de estarmos, três anos depois, comemorando esse ganho para Natal. Esperamos que esse PDN continue dando frutos: em 2027 já estaremos novamente debatendo uma nova atualização, porque está na lei de 2022. Vamos reabrir a discussão, até para avaliarmos e melhorarmos algo que não atendeu aos requisitos”, conclui.

Tribuna do Norte

Carnaval de Parnamirim movimenta economia e ambulantes comemoram boas vendas

A segunda noite do Carnaval de Parnamirim contou com um grande público pelas ruas de Pirangi, o que ajudou a movimentar amplamente o comércio de bebidas, alimentos e brinquedos. No dia das crianças, muitas famílias compareceram para curtir a festa que começou no final da tarde. Os ambulantes comercializaram doces, salgados, refrigerantes e algodão doce que fez a festa da molecada.

Dona Maria é moradora de Parnamirim há mais de 20 anos e se cadastrou como vendedora ambulante para vender bebidas. Ela disse estar satisfeita com o movimento deste sábado. “Estou vendendo muito bem, graças a Deus.” A comerciante também elogiou o tratamento recebido pelos ambulantes depois de terem se cadastrado. “Esse ano tudo está muito melhor. Até internet privativa nós tivemos. Isso facilitou demais o nosso trabalho, eu fiz bons negócios”, disse, ao acabar de fazer uma venda utilizando a maquininha de cartão.

O ramo de atuação da senhora Clécia são os artigos infantis, como espumas e brinquedos. Ela veio de Natal e disse que vendeu bem na sexta e no sábado, principalmente no bloco kids, e que vendo a movimentação do público, está empolgada para os próximos dias de festa. Já o senhor Geraldo, morador de Monte Castelo, disse que atua há 14 anos no carnaval de Parnamirim.

“Faz muito tempo que trabalho com venda de bebidas aqui em Pirangi, mas esse ano me surpreendi demais com o movimento e com toda a organização da festa. Parece que pensaram em tudo, até nossos cartõezinhos de identificação são muito bonitos”, elogiou o material, referindo-se ao crachá entregue a todos os ambulantes cadastrados.

O Carnaval do Povo 2025 está acontecendo na praia de Pirangi do Norte, em Parnamirim, e ainda vai contar com o grande desfile das virgens na segunda-feira (3). A expectativa dos ambulantes é que as vendas melhorem ainda mais até o fim do carnaval, no dia 05/03.

Cafeterias de Natal reajustam preços e adotam estratégias para enfrentar alta

Através de ajustes no cardápio e promoções, empresários tentam equilibrar os custos com a qualidade do produto e a experiência oferecida aos consumidores | Foto: Anderson Régis

O café faz parte da rotina de muitos consumidores, que não abrem mão da bebida mesmo diante das recentes altas nos preços. Em Natal, cafeterias precisaram reajustar os valores e adotar estratégias para manter a clientela e garantir a sustentabilidade do negócio. O aumento no preço do café tem sido impulsionado por fatores climáticos, crescimento da demanda global e elevação dos custos de produção e exportação.

O jornalista Thales Vale é um dos consumidores que mantém o hábito diário de tomar café, independentemente dos reajustes. “Não deixo de ir à cafeteria, porque tem a questão do ambiente agradável para tomar um café acompanhando um bate-papo. Tomo café todos os dias, me ajuda a relaxar, a ficar atento; me considero viciado. Chego a umas dez xícaras por dia”, afirmou.

Mas para clientes como Thales, ter esse serviço e um produto de qualidade, com a alta dos preços, tornou-se um desafio maior para os empresários do segmento. O impacto dos custos levou à necessidade de repasse no preço final e à adoção de novas estratégias para manter a competitividade.

Widna Gonçalves, que há nove anos comanda a Letra A – Cafeteria e Tabacaria, próximo à Praça Pedro Velho, em Petrópolis, conseguiu manter o preço do café expresso estável por dois anos, mas precisou rever essa política. “Agora vai ficar um pouco inviável, devido à alta do preço do café com os fornecedores. A maioria dos meus cafés vem de Minas Gerais e aí, além da matéria-prima, vêm os impostos, ICMS, frete, que é altíssimo. Acabei de fazer um pedido pelo dobro do valor do que eu geralmente compro”, explicou.

A empresária ressaltou que os reajustes serão de até 20% para diferentes tipos de café, incluindo o expresso. Para minimizar impactos e manter o público fiel, a cafeteria adotou mudanças no cardápio e criou promoções voltadas para o público jovem. “Eu acho que a tendência é ou permanecer nos valores atuais do café no país ou subir mais. Não prevejo que venha a reduzir, porque tem um cenário de seca que atingiu grande parte das regiões produtoras”, acrescentou.

A percepção de aumento no preço do café é confirmada pelos dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Em Natal, a partir de setembro de 2024, a sequência de altas tornou o café em pó um dos itens da cesta básica com maior reajuste. Na comparação de dezembro de 2024 com o mesmo mês do ano anterior, a alta acumulada chegou a 49,01%.

Com 35 anos de funcionamento na Cidade Alta, a cafeteria “Avenida Café” também precisou reajustar os preços. “A gente percebe que diminui um pouco o movimento, mas temos uma clientela fiel. Reajustamos o preço do café em cerca de 15%”, afirmou a proprietária, Mônica Viana. Ela destacou que a diversidade do cardápio contribui para reduzir os impactos do encarecimento do café. “O café é um produto que atrai os clientes e aí eu tenho um mix de outros produtos, e isso ajuda a enfrentar a crise do preço do café sem prejuízos”, explicou.

Essa estratégia também é adotada pela empresária Maria Lúcia Medeiros, do Via Café, em Petrópolis. “Temos um cardápio variado. Além do café, servimos frutas, sucos, café da manhã, lanches e isso ajudou a evitar o prejuízo. A gente segurou o preço por um tempo, mas tivemos que fazer um reajuste em cerca de 15%, tipo R$ 1 no café expresso. Não foi muito, justamente para não perder a clientela”, frisou.

A empresária diz que, mesmo assim, ainda está arcando com o custo do aumento no preço do café, porque esse reajuste no cardápio não compensou. A matéria-prima que ela usa é um grão gourmet vindo diretamente do Sul de Minas Gerais. Lúcia diz que seu preço subiu cerca de 65% em relação ao início de 2024. “Essa crise do preço tem sido gritante, nunca tinha passado por uma assim. Acho que o governo federal poderia fazer algo para reduzir os custos, diminuir impostos, para estimular os produtores e baixar os preços”, avaliou.

Previsões

A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) confirmou que a tendência de alta deve se manter pelos próximos meses, pelo menos até a colheita da nova safra, que ocorre entre abril e maio. Segundo a entidade, os preços foram impactados por eventos climáticos, como a restrição hídrica e as altas temperaturas que prejudicaram a produtividade das lavouras. Além disso, o aumento do consumo global e a entrada da China como um novo mercado consumidor aqueceram a demanda.

A primeira estimativa da safra brasileira de café para 2025, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apontou para uma produção total de 51,8 milhões de sacas de café beneficiado, o que representa uma redução de 4,4% em relação à safra anterior.

Em 2024, o Brasil registrou um recorde na exportação de café, enviando 50,5 milhões de sacas ao mercado internacional, um crescimento de 28,8% em relação ao ano anterior. Esse aumento expressivo na exportação, aliado à valorização do dólar, resultou em estoques internos reduzidos e preços mais altos para o consumidor final.

Widna Gonçalves, que comanda uma cafeteria em Petrópolis, diz que reajustes serão de até 20% | Foto: Anderson Régis

Reduzir custos e investir na experiência do cliente

Diante da alta nos preços do café, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RN) tem auxiliado os empreendedores do setor de alimentação fora do lar a adotarem estratégias para minimizar os impactos financeiros e manter a competitividade. A percepção é de que a combinação de planejamento financeiro, diversificação de produtos e investimento na fidelização do cliente pode ser a chave para superar este momento de desafios.

Por meio da comunidade “Expresso Hub”, produtores, torrefadores, cafeterias, baristas, consumidores e instituições ligadas ao segmento do café se reunem mensalmente com o Sebrae e a questão da alta nos preços do grão tem sido um dos temas centrais das discussões. De acordo com Maria Luíza Moura, gestora de alimentação fora do lar do Sebrae/RN, em janeiro já se debateu sobre precificação para cafeterias. “Essa questão do aumento dos preços já era algo que vinha acontecendo desde o final do ano passado”, explicou.

A necessidade de reajustar os preços nos cardápios foi inevitável diante do aumento significativo dos custos. Para minimizar o impacto e manter a atratividade do negócio, o Sebrae tem incentivado estratégias que agreguem valor ao produto, investindo na experiência do cliente. Entre as recomendações está a criação de combos promocionais e temáticos, com nomes criativos e imagens que despertem o interesse do consumidor.

Além disso, as chamadas “collabs”, parcerias entre cafeterias e outros estabelecimentos, como salões de beleza e barbearias, têm sido apontadas como alternativas para ampliar a clientela. “A troca de experiência com eventos voltados para o cliente final dentro das cafeterias, encontros temáticos e até a realização de happy hour são estratégias para proporcionar uma experiência diferenciada e atrativa”, destacou Maria Luíza.

Outra alternativa sugerida tem sido a compra coletiva de insumos, o que permite uma redução nos custos, mesmo para cafeterias que trabalham com diferentes tipos de cafés, como os especiais, gourmets e tradicionais. A aquisição direta de produtores locais ainda não é uma solução viável em larga escala para as cafeterias de Natal. Segundo Maria Luíza, apesar da produção existente no Rio Grande do Norte, como o café de Jaçanã, o volume não é suficiente para atender à demanda dos estabelecimentos da capital. “Ele não tem vazão para atender todas as cafeterias, então ele mesmo faz a própria distribuição e venda do café que produz. Já existem algumas parcerias, mas não são volumosas ainda”, esclareceu.

O Sebrae também oferece consultorias voltadas para a eficiência do negócio, incluindo precificação, fichas técnicas, marketing digital, estratégias de comunicação e redução de desperdícios no ambiente de preparo. O foco é minimizar custos operacionais para que o repasse ao consumidor final seja o menor possível. “É muito mais interessante e assertivo que as empresas façam essa redução de custos para precificar melhor e manter uma margem interessante para o negócio, ao mesmo tempo em que se preocupam com a experiência do cliente”, reforçou.

Cláudio Oliveira
Tribuna do Norte

Ovos de Páscoa devem ficar 15% mais caros com alta mundial no preço do cacau

Foto: Alessandro Marques/Procon Natal

O aumento de 189% no preço do cacau no mercado internacional deve impactar o valor dos ovos de Páscoa em 2025. Segundo a Associação Cearense de Supermercados (Acesu), os produtos devem ficar, em média, 15% mais caros nos supermercados cearenses, tendência que deve se repetir em todo o país.

Para reduzir os impactos ao consumidor, supermercados adotam promoções e ajustes nas margens de lucro.

Já a indústria pode incluir mais recheios e coberturas nos ovos para diminuir o uso do cacau, conforme a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia).

A alta do cacau resulta da restrição da oferta global e atingiu um pico de quase 300% em junho de 2024. No entanto, a Abia ressalta que parte desse aumento é absorvida pela indústria, que busca otimizar custos com investimentos em tecnologia.

Agora RN e Diário do Nordeste

Carnaval deve injetar quase R$ 553 milhões na economia do RN

Somente em Natal, a movimentação econômica estimada para o Carnaval é de R$ 163,8 milhões | Anderson Régis
O Carnaval 2025 deve impulsionar o comércio potiguar, com uma movimentação econômica estimada em R$ 552,8 milhões, conforme levantamento do Instituto Fecomércio RN (IFC). O montante representa um crescimento de 10,2% em relação ao ano anterior, confirmando o impacto positivo da festa para diversos setores da economia do Rio Grande do Norte.

Em Natal e Mossoró, os dados indicam um cenário positivo tanto para consumidores quanto para comerciantes. Mais da metade da população dessas cidades pretende realizar compras para o período carnavalesco, com destaque para os setores de alimentação, vestuário e acessórios.

Somente a capital potiguar deve registrar uma movimentação econômica de R$ 163,8 milhões, um crescimento de 13,2% em comparação a 2024. O levantamento aponta que 56% dos natalenses planejam consumir durante o Carnaval, beneficiando principalmente o setor de Alimentos e Bebidas, que lidera as intenções de compra com 91,2%.
O segmento de Vestuário e Calçados aparece em seguida, com 37,8% das preferências, seguido por acessórios como cintos e bolsas (15,5%). O gasto médio estimado para os consumidores da capital é de R$ 378,74, representando um aumento em relação ao ano anterior.

“O Carnaval traz um aquecimento significativo para o comércio de Natal, gerando oportunidades de negócios, empregos e dinamizando a economia local”, destacou o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz.

O cenário também é favorável em Mossoró, onde a previsão é de um crescimento de 7,3% na movimentação econômica, atingindo R$ 40,3 milhões ao longo do Carnaval. O estudo aponta que 53,8% dos mossoroenses pretendem realizar compras para a festa, mantendo a tendência de alta dos últimos anos.

Os itens mais procurados em Mossoró seguem o mesmo padrão da capital: Alimentos e Bebidas lideram (90,8%), seguidos por Vestuário e Calçados (34,6%) e Acessórios (13,2%). O ticket médio previsto é de R$ 398,54, superando o registrado no ano passado.

Em Natal, 69,3% dos foliões que planejam viajar no Carnaval 2025 pretendem se hospedar na casa de amigos e familiares, embora essa escolha tenha registrado uma leve redução em comparação a 2024 (74,3%). A procura por hotéis e pousadas aumentou de 8,3% para 16,3%, demonstrando uma retomada da demanda por hospedagem comercial. O aluguel de casas, apartamentos e sítios também registrou crescimento, atingindo 10,9% das preferências.

Em Mossoró, a maioria (61,3%) ainda opta por ficar na casa de parentes e amigos, mas essa alternativa apresentou queda em relação ao ano anterior (72,8%). Por outro lado, hotéis e pousadas retomaram o índice registrado em 2023 (20,3%), enquanto o aluguel de imóveis permaneceu estável (9,4%). A categoria “Outros” subiu para 9,0%, indicando um interesse maior por opções de hospedagem alternativas.

CNC projeta recorde para o Carnaval

De acordo com um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Carnaval 2025 deve movimentar R$ 107,78 milhões no Rio Grande do Norte, o maior valor desde 2016.

A diferença nos números em relação aos dados da Fecomércio pode ser explicada pelo fato de que a pesquisa do IFC RN considera os gastos declarados pelos foliões em cada polo, incluindo despesas que vão além dos itens analisados pela CNC, como transporte, vestuário e acessórios típicos do período carnavalesco.

A Confederação estima um crescimento de 2,36% em relação ao ano passado, puxado principalmente pelos setores de alimentação, transporte de passageiros e hospedagem. Além disso, a expectativa é de que o evento gere 367 postos de trabalho temporários no estado, representando um aumento de 31,5% em comparação a 2024.

Tribuna do Norte