“Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança.” –Hannah Arendt.
Kakay 5.abr.2024 (sexta-feira) – 5h58.
Um dos legados da tragédia da gestão Bolsonaro foi a divisão irracional e brutal do país. A força das diferenças, impulsionada com a inoculação do ódio, fez com que a impossibilidade da convivência passasse a ser uma regra. Depois das eleições, o natural seria os grupos conviverem em razoável harmonia. Uma coexistência democrática. O modo bolsonarista de governar com a mentira, de criar um mundo paralelo e de atacar todos os pilares da democracia fez com que o ódio fosse um dos ingredientes da massa que foi criada e alimentada com uma completa irresponsabilidade. Insanidade mesmo. Figuras bizarras se aproveitaram do caos e saíram de um esgoto para ocupar o plano nacional.
O plano desse desmonte era a base para fomentar o golpe. Nada era por acaso. A estratégia era desmantelar todas as estruturas democráticas e propiciar um governo desordenado, com seguidores acríticos, cegos e dispostos a apoiar todas as teratologias criadas pelo grupo bolsonarista. Assim, foram gestadas a ideia e a tentativa de golpe para quebrar a institucionalidade democrática e instaurar uma ditadura de extrema-direita no Brasil.
O outro legado foi disseminar narrativas sobre fatos relevantes, mas mudando a realidade. E o que mais impressiona é que boa parte dos democratas e da esquerda comprou certas versões absolutamente sem nenhuma reflexão. É uma espécie de efeito manada. O gado passa e os incautos vão seguindo. É o que ocorre agora com a investigação do caso Marielle. A Polícia Federal descobriu e prendeu os mandantes, altas autoridades do Estado do Rio de Janeiro, assim como o ex-chefe da Delegacia de Homicídio. A trama é macabra. O responsável, à época, por essa delegacia era, desde o início, um integrante da gangue miliciana.
Se o Lula não fosse eleito e se não tivesse demonstrado interesse político de prestigiar a Polícia Federal, a investigação jamais chegaria aos mandantes. À milícia interessa fragilizar o trabalho que foi feito com êxito. Ora, é evidente que, se durante 6 anos, os responsáveis pela investigação cuidaram de ocultar, esconder e destruir provas, o trabalho, neste momento, é tecnicamente muito difícil. Mas boa parte dos que querem desvendar o crime comprou a perspectiva miliciana.
Por uma falta de sorte, sob um prisma, a apuração sobre a morte de Marielle foi distribuída ao ministro Alexandre de Moraes. O ministro, corajoso, técnico e competente, é relator do inquérito do 8 de Janeiro, o dia da infâmia. Contra ele, a extrema-direita faz sistemático e opressivo trabalho para fazer as pessoas acreditarem em um excesso de rigor. Chegam a falar, em um desserviço ao Judiciário e ao Estado Democrático de Direito, em uma “ditadura do Alexandre e do Supremo Tribunal”.
E essa esdrúxula ideia vai tomando corpo, mesmo entre alguns democratas incautos. Houve quem defendesse que ele deveria se dar por suspeito, pois foi descoberto um plano para prendê-lo, ou, até, para matá-lo. Ora, seria uma maneira infantil de os investigados, os criminosos, escolherem seu juiz. Bastava ameaçar os que entendiam ser “perigosos” no cumprimento da lei e, assim, iriam eliminando os magistrados até que fosse escolhido algum mais flexível.
Esse é um dos nossos grandes desafios neste momento: não permitir que a obtusidade vença a razão e a racionalidade. Continuar acreditando que ainda é possível viver em um mundo em que o respeito, a solidariedade, a compaixão e a preocupação por justiça social sejam a regra e o comum do dia a dia. “Alguém já disse que o patriotismo é o último refúgio dos canalhas: quem não tem princípios morais costuma se enrolar em uma bandeira, e os bastardos sempre se reportam à pureza da sua raça. A identidade nacional é o último recurso dos deserdados. Muito bem, o senso de identidade se baseia no ódio,
Após o fervor do carnaval dos humanos, é chegada a vez do Pet Folia! Em sua terceira edição em 2024, este evento único promete mais diversão do que nunca para nossos amigos de quatro patas e suas famílias.
Este ano, a festa contará com uma animada orquestra de frevo e o bloquinho “Larga Meu Osso”, que promete arrastar foliões de todas as idades.
O bem-estar dos pets e de seus humanos é prioridade, por isso, foi preparado uma série de medidas especiais, incluindo música ambiente suave, acompanhamento de uma equipe de adestradores durante todo o evento e apoio total do Praia Shopping.
Além disso, o evento contará com um parquinho especialmente montado para os pets, uma comovente ação de adoção de cães e gatos, uma feirinha pet e exposição de produtos de diversas empresas do ramo.
É exatamente assim! A virada de ano é como uma página em branco, esperando para ser preenchida com novas conquistas, histórias e aprendizados. É um momento de esperança e celebração, onde expressamos nossos desejos mais sinceros para aqueles que amamos e para nós mesmos.
Contagiado por este momento vindouro de tanto amor e reflexão, o Blog do GM deseja que possamos em 2024 celebrar não apenas o fim de um ciclo, mas a chegada de novas oportunidades e horizontes. Feliz Ano Novo!
Este ano, a Praça passou por uma reforma significativa, resgatando sua beleza. Por lá, a diversão não falta e, com certeza, será um dos pontos de lazer mais procurados durante o verão.
Além disso, este mês, a Praça ganha ainda mais vida com a programação especial do Brilha Natal Fecomércio, trazendo eventos culturais, gastronomia e muito mais!
Se, hoje, o menino Jesus nascesse de novo, em Belém, certamente seria morto por um ataque covarde Por Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay
“Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente” – William Shakespeare
Nunca gostei do Natal. Não me emociona o clima e, muito menos, sinto-me envolvido pelas histórias que compõem o imaginário dessa data que, para muitos, é tão especial. Respeito e faço todo o ritual para estar de acordo com os que, verdadeiramente, vivem o espírito natalino. Muito novo ainda, um primo fez questão de me contar que não existia Papai Noel e essa revelação afastou um pouco a ilusão e a magia. À época, meu pai estava muito sem grana e se endividou para comprar presentes para os filhos. Passei, mais do que nunca, a não entender muito o que era realmente a festa de Natal. Mas minha mãe fazia presépios lindos: um papel que imitava pedra e grutas, colocava até um aquário para parecer um lago com peixe e tudo. Nessas horas, até achava que meu primo estava me sacaneando e que o Papai Noel iria entrar, a qualquer momento, pela chaminé. Mas a gente não tinha chaminé, o que talvez explicasse a ausência do velhinho.
A proximidade do Natal, com o frenesi de compras, distanciou-me da sensação de que eu, quase infantilmente, julgava ser o que deveria incorporar o puro espírito natalino. A chegada dos filhos e a velhice de minha mãe transportaram-me para a doce ilusão de uma festa com a sensação de estar vivendo o fraternal sentimento que justificasse a magia do Natal. Peguei-me comprando dúzias de presentes para minha velha mãe e, sem nenhuma culpa, curtia muito o ato, nada cristão, de ajudá-la a abrir as caixas que eu fazia questão de enfeitar com laços e fitas.
O sorriso dela era o que, de mais próximo, sentia e identificava como a presença do menino Jesus. Lembro-me do presépio, no qual ela colocava um berço vazio, 30 dias antes da noite do nascimento, e todos os filhos e primos tinham que acomodar uma palha para dar conforto para o bebê quando ele nascesse. Mas só podia colocar uma palha quem tivesse feito uma boa ação. Com esse espírito, o Natal tinha outra sensação, que não a troca de presentes.
Para quem acredita, e tem fé, é quase inevitável não pensar no nascimento de Cristo em Belém. Neste ano, não houve festa na cidade palestina de Belém, na Cisjordânia. No local onde se construía uma enorme árvore de Natal, foi exposta uma grande bandeira da Palestina e uma faixa: “Os sinos de Natal de Belém tocam para um cessar-fogo em Gaza”.
Contudo, parece que Deus não ouviu o apelo. Na noite de 24 de dezembro, pouco antes da meia-noite, Israel atacou um campo de refugiados em Maghazi, no centro de Gaza, causando mais de 70 mortes. Foram várias mulheres e crianças, como tem sido a regra. É um plano de extermínio e de genocídio de um povo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 160 crianças são mortas por dia em Gaza. Todos os dias. Significa uma morte a cada 10 minutos. Com números não confiáveis, pois, certamente, deve ser muito maior, calcula-se que mais de 6.000 crianças palestinas foram assassinadas pelo exército israelense.
O número de bombardeios israelenses em Gaza é o maior de todos os tempos e superou a ofensiva americana contra o Estado Islâmico. Quase metade das bombas é lançada sem um alvo específico, não são guiadas. São as chamadas bombas burras. São evidentes as violações aos direitos humanitários internacionais. E acumulam-se os crimes de guerra. Por isso, tantas crianças mortas. É genocídio mesmo.
A manhã dessa segunda-feira 25 de dezembro, como noticiado, também foi marcada por violência e sangue: Israel atacou o campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, incluindo a cidade de Belém, considerada o local onde Jesus nasceu.
Há um mês, o Estado de Israel comentou, eufórico, que, até aquele momento, já haviam lançado mais de 12 mil bombas em Gaza – um território de 25 milhas de comprimento onde habitavam mais de 1 milhão de jovens e crianças. Se, hoje, o menino Jesus nascesse de novo, em Belém, certamente seria morto por um ataque covarde. Israel teria conseguido realizar o plano de Herodes e não teríamos noites tristes de Natal.
Remeto-me ao poeta Vinícius de Moraes, no Poema de Natal:
Que neste Natal as famílias sintam ainda mais forte o significado da palavra “AMOR”. Que sejamos iluminados pelas luzes da paz, da união e da solidariedade, transformando os nossos dias em dias de felicidade. Que as festas natalinas sejam de fraternidade em todos os lares.
O Blog do GM deseja a todos os leitores um Feliz Natal e que Deus abençoe, em todos os sentidos, a vida de cada um.