Avião da PF caiu no aeroporto de BH nesta 4ª feira; bombeiros publicaram foto que mostra o Cessna 208 carbonizado.
Um avião de pequeno porte da Polícia Federal caiu na última (4), depois de decolar do aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte (MG). Segundo informações do Corpo de Bombeiros, 2 pessoas morreram e outra ficou ferida. O avião é um Cessna 208, monomotor com capacidade para 9 passageiros e 2 pilotos. O acidente se deu em uma área descampada dentro da Academia dos Bombeiros. Uma câmera no aeroporto mostrou que o avião se posicionou para decolagem na pista às 14h13.
Logo depois da decolagem, às 14h14, o avião começou a se mover em zigue-zague e perde altitude. Às 14h15, o Cessna se chocou com o solo e começou a pegar fogo. A Polícia Federal informou a identidade dos 3 ocupantes do avião: os policiais federais Guilherme de Almeida Irber e José Moraes Neto, que morreram no local; e o mecânico de uma empresa terceirizada Walter Luís Martins, que foi socorrido e encaminhado a um hospital. A corporação disse que já iniciou uma investigação para apurar as circunstâncias da queda. Peritos e especialistas em segurança de voo e acidentes aéreos devem chegar ao local do acidente “nas próximas horas”.
O diretor-geral da instituição, Andrei Rodrigues, também irá a Belo Horizonte para ver o local do acidente. O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) informou, em nota, que foi acionado para realizar a ação inicial da ocorrência, cuja matrícula era PR-AAB. Esta é a etapa onde são utilizadas técnicas específicas para coletar e confirmar dados e preservar elementos da investigação, bem como a verificação dos danos ao avião. Segundo o Cenipa, será possível acompanhar o andamento da investigação no painel on-line Sipaer, que permite a consulta sobre ocorrências aeronáuticas.
Leia a íntegra da nota da Polícia Federal sobre o acidente: “A Polícia Federal informa, com profundo pesar, que uma aeronave pertencente à instituição sofreu um acidente na tarde desta quarta-feira (6/3) no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte/MG. “Dois tripulantes faleceram no local, os policiais federais Guilherme de Almeida Irber e José Moraes Neto. Um terceiro tripulante, o mecânico da empresa terceirizada Walter Luís Martins, foi socorrido e encaminhado ao hospital João XXIII, na mesma cidade.
Ele se encontra em atendimento, lúcido e orientado. “A Polícia Federal já iniciou investigação para apurar as circunstâncias do acidente, envolvendo a aeronave Cessna Caravan 206B, e enviará nas próximas horas peritos especialistas em segurança de voo e acidentes aéreos para auxiliar nas apurações. “O Diretor-Geral da instituição, Andrei Rodrigues, também irá ao local. A Polícia Federal se solidariza com os familiares e amigos das vítimas e decreta luto oficial de três dias”.
Um homem perdeu o equivalente a R$ 207 mil após se empolgar com uma “linda mulher” que conhecera no Instagram em dezembro do ano passado. A mulher, identificada como Mandy Li, apresentava-se como executiva da empresa de cosméticos Estée Lauder e dizia ter bons conhecimentos em criptomoedas.
Apaixonado, o americano de Miami (Flórida, EUA), que não foi identificado, resolveu seguir as dicas de Mandy para investir as suas economias. O dinheiro, teoricamente, foi aplicado em Ethereum, a segunda maior criptomoeda do mercado.
Mas a golpista estava na verdade usando imagens de outra pessoa para seu perfil falso e colhendo o dinheiro do homem no que os investigadores apelidaram de esquema de “abate de porcos”. A vítima afirmou à CBS tomou cuidado para garantir que o esquema de criptografia fosse real, pedindo a Mandy, com quem ele se comunicava pelo LinkedIn, para fazer uma chamada por vídeo.
Para sua surpresa, ela concordou, mas ele notou que ela não parecia exatamente igual às fotos de seu perfil.
Reprodução
“Ela me surpreendeu porque quando pedi para ela provar que era real, ela concordou com uma videochamada. Não era exatamente a mesma pessoas”, disse ele.
Mas uma “certa semelhança” bastou para que o americano acreditasse que se tratava da mesma pessoa. “Fiquei desconfiado porque ela não era exatamente a garota, mas atribuí isso a filtros de fotos”, explicou ele.
O homem começou a fazer investimentos entre US$ 500 e US$ 1.000 no site “Crypto.com”. Segundo a vítima, inicialmente ele obteve ganhos reais e conseguiu recuperar seu dinheiro.
Mas as coisas mudaram quando Mandy o convenceu a transferir seu dinheiro para um site diferente com a promessa de que veria ganhos de 1% ao dia. O homem admitiu que o seu banco o alertou para não usar o dinheiro das suas poupanças para um investimento de risco, mas disse que decidiu transferir o dinheiro de qualquer maneira porque parecia que estava tendo lucro.
Ele descreveu o site fraudulento como uma espécie de videogame e lembrou como inicialmente viu seus fundos subirem de US$ 48 mil (R$ 237 mil) para US$ 55 mil (R$ 271 mil). Mas quando ele solicitou a retirada de parte do dinheiro, foi informado que teria que pagar para fazê-lo.
“Vi meu dinheiro subindo e descendo, mas era uma armadilha. Meu dinheiro já havia acabado”, disse ele.
Logo depois, o homem perdeu contato com Mandy e seus US$ 42 mil iniciais desapareceram com ela.
A Polícia Federal identificou o motorista que furou o bloqueio do perímetro de segurança do Palácio da Alvorada na manhã deste sábado (24). Ele foi levado para prestar esclarecimentos na Superintendência da PF, em Brasília.
Segundo informações do órgão, o homem foi localizado em um condomínio nas proximidades do Alvorada.
A suspeita é de que ele estaria embriagado quando invadiu a área, desrespeitou ordens dos agentes que cuidavam do local e passou por uma “cama de faquir”, uma estrutura metálica com pontas para cima usada para perfurar pneus.
Contudo, o carro conseguiu passar pelo equipamento de segurança e fugir. Três pneus foram danificados durante a fuga. O automóvel usado é um Focus, na cor preta.
O veículo foi apreendido e passa por perícias. Na tarde desse sábado, agentes da Polícia Federal também estiveram no Palácio da Alvorada para periciar a área. Os policiais analisaram marcas de pneus, as camas de faquir e as barreiras de segurança. Para isso, chegaram a usar um drone.
Até às 19h do sábado, o suspeito ainda prestava depoimento.
A Zamp está em negociações com a Starbucks Corporation com o objetivo de se tornar a master franqueada da famosa marca de cafeterias americana no Brasil. As tratativas foram reveladas em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após questionamento do órgão em razão de uma reportagem do jornal Valor Econômico sobre a negociação.
Segundo a Zamp, “acordo de confidencialidade” foi assinado e negociações prosseguem
No comunicado, a Zamp esclareceu: “A companhia iniciou tratativas com a Starbucks Corporation envolvendo o direito de explorar a marca e desenvolver as operações da Starbucks no Brasil, não tendo sido apresentada qualquer proposta ou celebrado qualquer acordo ou contrato com a Starbucks Corporation, exceto por um acordo de confidencialidade”.
Mubadala torna-se controlador da Zamp
Estas negociações ocorrem no mesmo dia em que a Zamp anunciou que o fundo árabe Mubadala tornou-se o controlador da empresa, com 58,2% do seu capital social. O Mubadala administra ativos num total de US$ 276 bilhões ao redor do mundo, em mais de 50 países.
Situação atual da Starbucks no Brasil
Atualmente, a marca Starbucks no Brasil é operada pela SouthRock, que entrou em recuperação judicial em dezembro de 2020, com dívidas de aproximadamente R$ 1,8 bilhão. Desde o final do último ano, cerca de 40 das 187 lojas da marca foram fechadas no país, o que incluiu alguns pedidos de despejo. Além disso, o aplicativo da Starbucks Brasil foi retirado do ar e o programa de fidelidade da marca encerrado.
Opiniões sobre a negociação
Para Eugênio Foganholo, sócio da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, o momento da negociação é ideal. Segundo ele, “Para a corporation americana, é muito depreciativo manter sua marca em um grande mercado, como o brasileiro, controlada por uma empresa em recuperação judicial“. Já Paulo Solmucci Jr., presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), acredita que a negociação pode ser positiva para reativar a marca no país.
“Ainda que as sinergias entre as diferentes marcas [Starbucks, Burger King e Popeyes] não venha tão rapidamente, a Zamp pode resgatar a operação da Starbucks no país, que vem sofrendo com os atuais donos“, ponderou.
Expansão com o Mubadala e perspectivas futuras
Com o Mubadala, a Zamp tem potencial para renovar seu fôlego para expansão, segundo especialistas. “Eles devem acelerar a formação de um portfólio de negócios em franquias de alimentação. Com Burger King, Starbucks e Popeyes, a operação fica muito mais robusta e abre espaço para novas aquisições e, eventualmente, até para a chegada de novas marcas ao Brasil“, comentou Foganholo.
O empresário Abilio Diniz morreu aos 87 anos. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e foi vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. Com a trajetória marcada pelo empreendedorismo, Abilio Diniz transformou a doceria da família, fundada em 1949 por seu pai, Valentim Diniz, em um dos maiores negócios do Brasil: o Grupo Pão de Açúcar.
Abílio assumiu o comando do grupo na década de 1990 e deixou o “GPA” em 2013. Além da trajetória no Pão de Açúcar, teve outras atuações de destaque como empreendedor e foi acionista do Carrefour Brasil. Nos últimos anos, ele também comandou programas na CNN, onde recebeu empresários, políticos e nomes importantes da sociedade civil para discutir e repensar os caminhos do desenvolvimento econômico e social de nosso país.
O empresário também era apaixonado pelos esportes e se tornou um exemplo na prática de atividades físicas. Abilio Diniz teve seis filhos, dezoito netos, além de bisnetos. O filho caçula, Miguel, nasceu em 2009, quando o empresário tinha 72 anos. Ele também enfrentou uma tragédia pessoal com a morte do filho João Paulo, aos 58 anos, em 2022.
Veja nota oficial
Caros, É com extremo pesar que a família Diniz informa o falecimento de Abilio Diniz aos 87 anos neste domingo, 18 de fevereiro de 2024, vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. O empresário deixa cinco filhos, esposa, netos e bisnetos, e irá ao encontro do seu filho João Paulo, falecido em 2022. Desde já, a família agradece a todas as mensagens de apoio e carinho. Em breve, enviaremos mais informações sobre o velório.
As seis dezenas do concurso 689 da Mega-Sena serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo. O sorteio terá transmissão ao vivo pelas redes sociais da Caixa. O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 58 milhões.
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.
A última projeção da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) é de um crescimento de 12% em 2024. O g1 não contabiliza motos e implementos rodoviários. Esse aumento, caso concretizado, significaria aproximadamente 2,6 milhões de unidades emplacadas apenas no mercado interno.
Para automóveis e comerciais leves, a previsão é de um aumento de 12% nesse ano, totalizando 2,44 milhões de emplacamentos.
Já a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima um aumento de 6,1% nos emplacamentos em 2024 contra 2023, para 2,450 milhões de unidades.
A produção deve crescer 6,2% neste ano, para 2,470 milhões, com as exportações na casa das 407 mil unidades, alta de 0,7% na mesma base de comparação.
Como os financiamentos representam 41% dos novos veículos emplacados no país, as entidades do setor acreditam que um bom impulso no mercado está ligado a uma melhora no cenário de crédito.
Mas especialistas ouvidos pelo g1 ponderam que o acesso a empréstimos mais baratos ainda chega a passos lentos ao consumidor, mesmo com a recente sequência de quedas da taxa básica de juros do país, a Selic.
O crédito automóvel vai continuar caro?
Apesar de o BC já ter dado início ao ciclo de corte da Selic, especialistas apontam que o movimento de redução das taxas de financiamento de automóveis ainda leva tampo para se refletir nas condições oferecidas aos consumidores.
O repasse da queda da Selic aos juros na ponta tem um período de defasagem, que leva de três a seis meses para ser sentido pela população. A mudança pode ser um pouco mais rápida nas linhas de crédito com garantia, ou por fatores como o tempo de relacionamento com os bancos.
“É difícil dizer quando a queda de juros passa para a ponta consumidora porque há mais de um componente que explica tudo isso: temos a influência da taxa básica [Selic], o risco de crédito e o componente da inadimplência no mercado, por exemplo, além de impostos e outros fatores. Então além de [o repasse] não ser automático, ele também não é feito na íntegra”, explica a consultora Tereza Fernandez, da TF Consultores Associados, especializada na avaliação do setor automotivo.
Ainda assim, a redução gradual da Selic cria uma tendência positiva de queda para as demais taxas de juros e isso deve, uma hora ou outra, se refletir no segmento automotivo.
“Os juros já começaram a cair. Isso se reflete na cadeia mais lentamente, mas já é um alento”, disse o diretor-executivo da Fenabrave, Marcelo Franciulli.
Dados do BC, por exemplo, indicam que houve uma queda de 3,2 ponto percentual na taxa média de juros cobrados nos financiamentos de automóveis de pessoas físicas em dezembro de 2023 contra o mesmo período de 2022, para 25,5% ao ano.
Mesmo com a retração, o nível de juros continua bem maior do que o observado antes da pandemia. Em dezembro de 2019, a taxa média para os financiamentos era de 19,2% ao ano.
Nos grandes bancos, a média pode ser um pouco mais baixa, a depender do perfil do tomador e do relacionamento do cliente com a instituição. Veja exemplos abaixo.
Itaú Unibanco: em janeiro de 2024, as taxas partem de 1,13% ao mês (ou 14,4% ao ano). No mesmo mês do ano passado, a taxa oferecida era de 1,37% ao mês (17,7% ao ano). Além disso, o prazo para pagamento pode variar entre 6 e 60 meses e o percentual do valor do veículo que pode ser financiado é de até 90%.
Banco do Brasil: as taxas partem de 1,19% ao mês (cerca de 15,25% ao ano). A instituição não informou quanto cobrava de juros em janeiro de 2023. Com prazo médio de 48 meses, o financiamento pode ser de até 100% do valor do veículo.
Procurados, Bradesco e Santander não informaram as taxas de juros nem o prazo médio de pagamento para os financiamentos de veículos em sua carteira de crédito.
Para Fernandez, da TF Consultores Associados, mesmo que a perspectiva seja de que Selic continue caindo pelo menos no primeiro semestre deste ano, esse já é um bom momento para aqueles que pretendem tomar crédito para adquirir um veículo.
“É uma boa aproveitar o atual momento. O cenário está otimista, não temos nenhum impacto lá de fora e é uma boa hora para fazer um financiamento. Até junho, muita coisa pode ou não acontecer. Vai que os Estados Unidos ainda não tenham baixado os juros, por exemplo. Melhor aproveitar o agora”, afirmou.
O que explica esse nível de juros?
Parte desse cenário pode ser explicado pelo nível de calotes observado no setor, que, apesar de ter apresentado uma leve melhora, continua em patamares elevados. Segundo o BC, a inadimplência ficou em 5,2% no crédito para aquisição de veículos em dezembro do ano passado.
O número representa uma queda de 0,2 ponto percentual em relação ao mesmo mês de 2022, quando era de 5,4%, mas ainda é bem maior do que o observado em dezembro de 2019, quando marcou 3,4%.
“A inadimplência está mais alta do que era, mas está estabilizada. E há um viés positivo porque, além da Selic, que está caindo, outro fator importante é a lei que determina que a retomada do bem quando o consumidor está inadimplente passa a ser extrajudicial. É um processo mais rápido e célere, que melhora a garantia e ajuda o mercado de crédito”, avaliou Franciulli, da Fenabrave.
O executivo se refere ao novo Marco Legal das Garantias, sancionado em outubro de 2023. A lei muda as regras para o uso de bens, como imóveis ou veículos, como garantia para empréstimos e facilita a retomada de carros por bancos no caso de inadimplência, entre outros pontos.
A medida fez parte da agenda do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, do ano passado, e veio como uma tentativa de reduzir as taxas de financiamento por meio da queda do spread (diferença entre o juro cobrado na captação dos recursos pelo banco e as taxas cobradas para o consumidor).
No caso de uso de veículos como garantia, o texto permite a retomada sem recorrer à Justiça, em caso de inadimplência. O procedimento extrajudicial pode ser tanto em cartórios quanto nos departamentos de trânsito locais.
“O mercado de novos atrai um público com crédito um pouco melhor, então a inadimplência [nesse segmento] é um pouco mais baixa do que a média mostrada pelo BC. Mas, para ambos os casos, a tendência é de um 2024 mais positivo”, diz Paulo Noman, presidente da Associação das Empresas Financeiras e Montadoras (Anef).
Segundo Noman, a estimativa é que o mercado geral de veículos é formado por algo em torno de 2,5 milhões de carros novos e de 14 milhões a 15 milhões de carros usados.
Marco legal das garantias: novas regras permitem que um único imóvel seja usado como garantia para mais de um empréstimo
O que esperar para 2024?
Para os especialistas ouvidos pelo g1, o cenário positivo é uma junção de juros mais baixos, inflação mais controlada, um maior apetite por parte dos bancos e um olhar mais voltado para o setor automotivo por parte do governo (entenda mais abaixo).
Mas o número ainda é baixo perto dos picos atingidos pelo setor, entre 2012 e 2014. Na época, o país chegou a emplacar entre 3,5 milhões e 3,8 milhões de veículos anuais, enquanto hoje as projeções estão na casa dos 2,5 milhões de veículos neste ano.
O momento durou pouco, pois a indústria brasileira enfrentou novas crises econômicas — como a de 2015 e de 2016 — e períodos complexos no comércio exterior. Houve queda no volume de produção, de exportações e de licenciamentos.
Desde então, o setor não recuperou os bons números vistos 10 anos atrás. Veja os gráficos abaixo:
Para especialistas, algumas incertezas ainda podem pesar para o segmento automotivo.
“É preciso entender o quanto o componente doméstico e o importado, de juros norte-americanos e no exterior, refletem por aqui”, disse Noman, da Anef.
Além da política monetária ainda restritiva do BC, há influência da crise nas contas públicas brasileiras e de fatores internacionais como as dúvidas a respeito das eleições norte-americanas e de um eventual agravamento da guerra no Oriente Médio.
“Ainda existem algumas interrogações. Quais os efeitos de uma eventual eleição de Donald Trump no Brasil e no mundo, por exemplo? Será que pode afetar o câmbio?”, afirmou a consultora Tereza Fernandez, da TF Consultores Associados, especializada na avaliação do setor automotivo.
“Outro risco é uma eventual piora na guerra no Oriente Médio, que poderia afetar caminho marítimos e fretes, além de trazer possíveis impactos na inflação. É algo para se esperar e ver. Mas, mantidas as condições de temperatura e pressão, o cenário brasileiro é positivo”, completou Fernandez.
O governo deve trazer alguma medida para o setor neste ano?
Se no ano passado um dos fatores que ajudaram o segmento foi o corte de impostos anunciado pelo governo para tentar reduzir o preço de carros de até R$ 120 mil — programa que durou apenas um mês no caso dos automóveis populares, com mais de 125 mil veículos vendidos no período —, neste ano (e nos próximos) o destaque fica com o programa “Mover”.
Uma medida provisória (MP) publicada no final de dezembro do ano passado traz, entre outras coisas, as diretrizes do plano de incentivos para veículos sustentáveis e para a realização de pesquisas voltadas às indústrias de mobilidade.
O programa deve ser custeado pelos recursos arrecadados pelo governo por meio do aumento do imposto de importação incidente sobre veículos elétricos e placas solares. A elevação do tributo será gradual até 2026, e foi pensada como uma forma de incentivar o investimento na produção nacional de veículos elétricos.
Com o aumento do imposto para os veículos importados, a ideia é tornar a mercadoria nacional mais atraente, uma vez que o custo deverá ser menor ao consumidor final.
Para Franciulli, da Fenabrave, o “Mover” é um plano mais abrangente e deve promover uma renovação da frota no Brasil, começando inicialmente por caminhões e ônibus para, depois, abranger toda a cadeia.
“No Brasil, o veículo tem certidão de nascimento, mas não tem de óbito. Temos uma frota enorme registrada no país sendo que, do total, 30% ou 35% não circula”, disse, acrescentando que o setor também precisa trabalhar com o governo para reativar a venda de veículos mais acessíveis. “É esse pessoal que acaba tendo os veículos mais antigos e não tem condição de renovar”, acrescentou.
Franciulli ponderou, no entanto, que “não são medidas isoladas e específicas” que vão trazer novas perspectivas de crescimento para o setor.
“É um conjunto de medidas. Nós precisamos ter um cenário econômico estável e o governo precisa fazer o papel dele no sentido de controlar gasto e promover um equilíbrio fiscal, o que se reflete em uma inflação menor. A ideia é que o consumidor não perca poder aquisitivo”, completou o diretor da Fenabrave.