País atingiu em março deste ano o pior índice da série histórica, iniciada em 1950; estiagem já afeta 58% do território.
O Brasil enfrenta a pior seca desde o início dos registros da série histórica, em 1950. Segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), a atual seca é mais severa do que as registradas em 1998 e 2015/2016 e está impactando 58% do território nacional.
O centro de monitoramento utiliza o SPEI (Índice de Precipitação Padronizado de Evapotranspiração) para medir a severidade da seca. “Pense no SPEI como um termômetro que avalia o ‘nível de sede’ de uma região, considerando tanto a chuva quanto a evaporação da água”, explicou Ana Paula Cunha, especialista do Cemaden, ao Poder360.
Assim, o índice é calculado com base na quantidade de chuva e na água que evapora das plantas. Valores entre “0” e “-1” indicam condições abaixo da média, e valores abaixo de “-1” mostram uma seca mais intensa. Desde outubro de 2023, o Brasil tem enfrentado condições severas, com o índice atingindo -1,94 em março de 2024, o pior da série histórica.
O boletim de monitoramento de secas de agosto, divulgado na 3ª feira (3.set.2024), revela uma redução no número total de municípios com seca extrema em comparação a julho. Apesar dessa melhora, a situação continua crítica, com áreas significativas ainda enfrentando seca extrema, especialmente no Mato Grosso. Além disso, há um agravamento da seca no Acre e no oeste do Amazonas.
Atualmente, cerca de 200 municípios permanecem em condição de seca extrema, com destaque para São Paulo (82 municípios), Minas Gerais (52), Goiás (12), Mato Grosso do Sul (8) e Mato Grosso (24).
A situação é particularmente alarmante em alguns municípios, como Santa Isabel do Rio Negro (Amazonas), que enfrenta seca extrema há 12 meses; e Canápolis (Minas Gerais) e Apiacás (Mato Grosso), que estão nessa condição há 10 meses.
Poder 360