
O ministro da Defesa, general Walter Souza Braga Netto, anunciou nesta 4ª feira (31.mar.2021) os nomes dos novos comandantes das Forças Armadas. São eles: general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, no Exército; almirante de Esquadra Almir Garnier Santos; tenente do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, na Aeronáutica.
O novo comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, era chefe do Departamento-Geral de Pessoal do Exército e o 5º mais antigo da lista de possíveis indicados.
Em entrevista ao jornal Correio Braziliense em 29 de março, Nogueira afirmou que a taxa de mortalidade por covid-19 do Exército era de apenas 0,13%, enquanto na população brasileira era de 2,5%. O general disse que a força adotou distanciamento social, uso de máscaras, isolamento e testagem em massa. Declarou ainda que “as baixas que temos todos os dias [por causa da pandemia] são números de guerra”.
O almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, novo comandante da Marinha, era o 2º mais antigo da lista tríplice analisada por Braga Netto. Garnier nasceu em 22 de setembro de 1960, em Cascadura, no Rio de Janeiro. No Ministério da Defesa, atuou como assessor especial militar dos ministros Celso Amorim, Jaques Wagner, Aldo Rebelo e Raul Jungmann. Era secretário-geral da pasta até assumir o posto nesta 4ª feira.
Assume a Aeronáutica o tenente-brigadeiro do ar Baptista Junior. Ele atuava como comandante-geral de apoio (logística) da FAB (Força Aérea Brasileira). Segundo a FAB, o tentente-brigadeiro é carioca, está na corporação na FAB desde 3 março de 1975, possui todos os cursos de carreira, o de Planejamento Orçamentário e Financeiro e o de Especialização em Política e Estratégia. Tem no currículo cerca de 4 mil horas de voo, sendo 2.200 horas em aeronaves de caça, além de 24 condecorações nacionais.
O presidente Jair Bolsonaro divulgou uma foto com os novos comandantes e com o ministro da Defesa em sua página oficial no Facebook:
COMANDANTES SUBSTITUÍDOS
O governo informou na 3ª feira (30.mar) que os então comandantes das Forças Armadas deixariam os cargos. Foram substituídos Edson Leal Pujol, do Exército; Ilques Barbosa, da Marinha; e Antônio Carlos Bermudez, da Aeronáutica. A decisão foi divulgada em nota enviada pelo Ministério da Defesa (íntegra – 528 KB).
O Ministério da Defesa (MD) informa que os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica serão substituídos. A decisão foi comunicada em reunião realizada nesta terça-feira (30), com presença do Ministro da Defesa nomeado, Braga Netto, do ex-ministro, Fernando Azevedo, e dos Comandantes das Forças“, escreveu a pasta.
A saída dos comandantes militares ocorreu no dia seguinte à demissão de Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa.
O presidente Jair Bolsonaro demonstrou a seus assessores descontentamento com a condução do Exército por Pujol. O comandante, na avaliação do presidente, superdimensionou a pandemia de covid-19. Além disso, o general defendeu que as Forças Armadas não são instituição partidária nem de governo, indicando que militares devem se afastar das tarefas políticas.
Em novembro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro disse que concordava com a declaração do comandante do Exército. Mas, internamente, indicava contrariedade com as declarações de Pujol.
Somadas as discordâncias, a demissão de Fernando Azevedo e Silva foi o estopim para a saída de Pujol e dos outros comandantes do cargo.
BRAGA NETTO NA DEFESA
O ex-ministro da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto, assumiu como titular do Ministério da Defesa na reforma ministerial feita pelo presidente Jair Bolsonaro nessa 2ª feira (29.mar). Já há algum tempo o chefe do Executivo pensava em substituir o general Fernando Azevedo e Silva na pasta. A informação foi apurada pelo Poder360.
A troca no Ministério da Defesa foi anunciada no começo da tarde desta 2ª feira (29.mar). Em curta nota, Azevedo Silva informou que estava deixando a Esplanada dos Ministérios. Ele saiu horas depois de o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pedir demissão, depois de ser alvo de pressão de congressistas, inclusive de apoiadores do governo.
Indicado pelo ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal) para o cargo, Azevedo e Silva nunca teve afinidade total com a política desejada pelo Planalto. Para a Casa Civil, no lugar de Braga Netto, foi o general Luiz Eduardo Ramos, ex-chefe da Secretaria de Governo e responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso.
Fonte: Poder 360