PF VAI PRIORIZAR RENAN

O Antagonista apurou que o Grupo de Inquéritos do STF (GINQ) vai priorizar as investigações de Renan Calheiros, alvo de 14 procedimentos em aberto.

O objetivo é evitar o que ocorreu no ano passado, quando vários inquéritos foram arquivados pelo Supremo por não apresentarem avanços.

Diligências deixaram de ser cumpridas por falta de pessoal, problema que está sendo resolvido pelo novo comando da Polícia Federal.

Antagonista

O Ser Hominal e a Escola: enfrentamento do analfabetismo emocional.

Francisco de Assis Costa
Pedagogo, Jornalista

Indicadores estatísticos consideráveis registram os feitos do Ser Hominal, através dos avanços da Ciência e Tecnologia, da Civilização, da Ética e das Estruturas Sociais, informando aspectos de desenvolvimento das capacidades cognitivas avantajadas, multiplicadas nos ramos do conhecimento, crescimento notável realçado pelo trabalho e por demasiado esforço humano para atingir resultados surpreendentes.
Na Medicina, os equipamentos de última geração que auxiliam o prolongamento da existência física, humana, proporcionando melhor qualidade de vida aos pacientes portadores de gravíssimos problemas de saúde.
No caso da Engenharia, auxiliada pela Arquitetura, as tragédias têm sido minimizadas, tornando o mundo com mais conforto.
A Farmacologia, mediante aplicação de recursos químicos sofisticados coopera com a diminuição da dor física, regula a recuperação de incontáveis enfermidades, reduzindo o sofrimento.
Doenças ameaçadoras que surgem são pesquisadas por cientistas abnegados e despertos que produzem, em laboratórios, medicamentos de natureza preventiva e curadora destinada a salvar vidas.
Na Agricultura, os alimentos são produzidos por intermédio de recursos preciosos, de alta tecnologia, aperfeiçoando o combate aos seres vivos minúsculos e nocivos sem a aplicação de agrotóxicos, cujo objetivo é atender à necessidade da família com segurança alimentar e nutricional, aumentando a oferta de comida adequada.
As conquistas virtuais, disponibilizadas pela Telecomunicação globalizada, informatizadas e de fácil acesso às mídias, trouxeram inegável aporte prático para a redução das distâncias e a consequente aproximação dos indivíduos, ao propiciar a visão de espaços ampliados em tempo real, em cuja demonstração se confirma elevado raciocínio, pois quando bem aproveitado contribui para o sucesso profissional.
O Ser Hominal, diga-se quanto, ao seu entendimento esperançado, é um ser de bons cometimentos, utilizando capacidades racionais e emocionais.
Contudo, ainda libertando-se da insegurança, do medo, da mágoa, da rebeldia, associados ao sentimento agressivo, alardeiam o horror incontrolável, provenientes de movimentos fanáticos, de terrorismo, motivadores de enorme sofrimento coletivo, caracterizando a vida humana sem significado, arrebatada por criminalidade incontida, onde o perigo se alastra e até cultiva a devastação de famílias, sorrateiramente, em número bem maior do que as epidemias, além de banalizar, com efeito, os mais nobres sentimentos existentes em indivíduos de educação emocional bem conduzida.
Constata-se, entretanto, a caracterização da incapacidade quanto ao domínio das emoções, proveniente do analfabetismo emocional, evidenciados nos transtornos comportamentais, visivelmente percebidos através dos meios de comunicação tornam o mundo imprevisível, constrói cenário de desigualdades, discriminações, cada vez mais, cada vez presentes, estimulando a crença que menospreza os valores, dividem as famílias e os incentivam ao consumo desenfreado exigente, ocasionando a ausência de ambos os pais dos seus lares a procura de um trabalho estereotipado pelo conceito de mais valia, na correria pela sobrevivência.
Surge, então, a Escola propondo a sistematização do conhecimento, de forma ativa, e apropria recursos didáticos atinentes ao progresso evolutivo pessoal e social das pessoas, ao instigar o docente à reflexão para investigar processos relacionados à educação emocional, tornando-se também um indivíduo detentor das competências emocionais, no sentido de ampliar dimensões afetivas, para se desenvolver tanto no campo emocional quanto no comportamental, além do cognitivo, para mediar facilitadores condizentes ao despertar as habilidades dos alunos, visando o domínio gradual de suas emoções, em busca da construção ideal do ensino/aprendizagem, pois aprender ensinando a aprender é uma ação que aprimora e constrói continuamente o conhecimento pela intenção que se pretende codificar o mundo.
Neste comenos, faz-se necessário a identificação de questões conscientes ou inconscientes advindas da tríplice relação entre pais, professores e alunos, formadas no ambiente escolar, no sentido de oportunizar o exercício contínuo para fortalecer o aprimoramento emocional tanto dos docentes quanto dos educandos e seus familiares, reconhecendo estilos de vida renovados, consubstanciado pela prática interativa quanto ao desenvolvimento das habilidades voltadas para os campos emocional, cognitivo e comportamental no que diz respeito ao entendimento das carências emocionais existentes entre os sujeitos envolvidos, bem como permitir criteriosa análise de condutas reais socializadas pela comunidade usuária da escola.
Vislumbra-se, portanto, a existência do Ser Hominal em todos os ambientes: no Lar, na Escola, no Trabalho, configurando sua evolução cognitiva, emotiva e biológica, no tempo e no espaço – Vida.

Mulher mata o próprio pai com veneno para carrapato em leito de hospital em Natal, diz polícia

Crime aconteceu na tarde desta terça-feira (15), no Hospital Giselda Trigueiro, referência de infectologia no Rio Grande do Norte.

Uma mulher matou o próprio pai, aplicando veneno para carrapato na veia dele. O homem estava internado no Hospital Giselda Trigueiro, na Zona Oeste de Natal. A informação foi confirmada pela Polícia Militar. De acordo com o sargento José Oliveira, do 9º Batalhão da PM, ela alegou que o pai estava muito doente e tomou a decisão de matá-lo para “evitar mais sofrimento”. O homem tinha AIDS e estava internado por complicações da doença.

A mulher foi visitar o pai durante a tarde desta terça-feira (15) na unidade hospitalar, que é referência em infectologia no Rio Grande do Norte. O homem estava internado na UTI. Ainda segundo o sargento José Oliveira, a filha levou uma seringa com o veneno de carrapato e injetou a substância no soro do pai.

O homem morreu em seguida e ela ficou no hospital. Quando os médicos perceberam o que havia acontecido, acionaram a polícia. A mulher foi presa levada para a Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoas (DHPP) para prestar depoimento.

Aos policiais civis, a mulher disse que tomou a decisão de matar o pai para acabar com o sofrimento dele, contudo o homem não a teria pedido que fizesse isso. “Ela disse que sentia o pai sofrendo e, em um ato de desespero, resolveu fazer isso”, afirma o delegado Roberto Andrade, que conduziu os trabalhos na cena do crime.

A mulher contou em depoimento que comprou o produto em uma loja de rações e depois foi comprar a seringa. “Ela disse que, no momento em que foi comprar a seringa, ainda pensou em desistir. Mas tomou coragem e foi até o hospital”, complementa o delegado.

Quando entrou na UTI, a mulher aproveitou que estava a sós com o pai, com a cortina que separa os leitos fechada, para aplicar o veneno de carrapato no soro. “Os médicos notaram um cheiro da substância, que não era comum ao ambiente. Depois viram a coloração do recipiente do soro mudar e encontraram a seringa no lixo. Logo depois acionaram a polícia”, afirma o delegado Roberto Andrade.

A mulher informou que já teve depressão e que até hoje toma remédios em decorrência da doença. O delegado Roberto Andrade diz que ela vai responder na Justiça por homicídio qualificado.

G1

Adeus aos currículos: empresas usam robôs e games em seleção de vagas de emprego

Inteligência artificial poupa tempo de processos seletivos e promete resultados mais assertivos. Profissionais de RH, no entanto, não são substituídos.

 

Entregar currículos na porta das empresas? Enviá-los por e-mail e ficar esperando uma resposta? Participar de um processo seletivo que se resuma a uma entrevista? Essas práticas estão sendo substituídas pelo uso da inteligência artificial que incluem até jogos, desafios de lógica e robôs na seleção dos candidatos.

Aplicativos e sites tentam modernizar as técnicas de recrutamento para economizar tempo e atrair candidatos mais jovens ou adaptáveis. O contato pessoal com a empresa vem só nas fases finais (leia mais abaixo).

Essa tendência de usar a tecnologia como método de seleção representa também uma mudança de perspectiva das empresas: elas não querem só saber a universidade onde alguém se formou.

“O diploma mostra qual graduação você fez. Mas, quando algum game é proposto, por exemplo, consigo ter acesso a muitas outras informações – um jogo propõe desafios e o candidato mostra quais estratégias usa diante de dificuldades”, explica Márcia Ballariny, professora de planning for branding da ESPM-Rio.

Segundo a docente, isso ajuda a empresa a trazer alguém que tenha a ver com a vaga e que não vá pedir demissão ou ser demitido dali a 2 meses. É importante ter alguém rápido? O game ajuda a selecionar a pessoa com o perfil certo.

“Não é justo eliminar um candidato que tenha vindo do interior e cursado uma graduação mediana. A perseverança dele pode acrescentar muito à equipe. Há 10 anos, era diferente; hoje, queremos diversidade”, completa Márcia.

Os robôs ou “bots”

Além de games, há o uso dos chamados “bots”, espécies de robôs que conversam com os candidatos em chats online. O publicitário Kleber Piedade, em junho de 2017, fundou a Matchbox exatamente com esse foco – elaborar processos seletivos com base em bots.

“Existe uma procura crescente de empresas por processos de seleção automatizados. A gente elabora uma experiência de inscrição e recrutamento muito mais ágil e fluida, sem aqueles formulários longos que perguntam até os nomes dos pais do candidato”, conta Kleber. “É a tecnologia sendo usada para que as empresas ganhem tempo na seleção.”

Quando a Matchbox é procurada por uma empresa, ela cobra de R$ 30 mil a R$ 150 mil para formular os testes personalizados – o preço varia de acordo com o número de vagas a serem preenchidas.

Ela cria personagens que conversarão com os candidatos e enviarão perguntas sobre dados pessoais ou conhecimentos de inglês, por exemplo.

“Dá para colocar vídeos, perguntas, imagens, áudios. O principal uso da ferramenta é para programas de trainee e de estágio, que recebem muitas inscrições”, explica o CEO da empresa.

Agilidade e apelo jovem

Esses novos processos seletivos facilitam, inclusive, a participação de candidatos que moram longe dos grandes centros urbanos. Mesmo nas entrevistas, é possível usar programas de interação em vídeo, como o Skype.

As empresas também têm a ganhar: além de avaliarem mais habilidades dos candidatos, conseguem ganhar tempo – a inteligência artificial filtra os currículos que têm mais a ver com o perfil da vaga. Deixa de ser necessário avaliar páginas e mais páginas de inscrições.

Márcia, da ESPM, explica que, para atrair recém-formados e jovens em geral, não basta ser digital. “Precisa ter boa interface para o celular. Se quero atingir essa faixa etária específica, preciso saber onde ela está. E não é nos desktops”, diz.

Há um ano, Renato Dias fundou o Taqe, um aplicativo de celular que funciona como um jogo para capacitar jovens e recomendá-los ao mercado de trabalho. Eles se inscrevem, assistem a vídeos de conteúdo e fazem testes de personalidade, de conhecimento e de lógica.

Com os resultados, o sistema detecta um perfil do candidato e elabora uma ficha com suas características. Depois, faz um cruzamento de dados com as vagas disponíveis, cadastradas por uma das 15 empresas parceiras – até dar “match”. Há oportunidades no Santander, na Nestlé e na Danone, por exemplo. O empregador recebe uma lista com os jovens que mais se encaixam naquela proposta – e os candidatos são informados sobre quais vagas têm o perfil deles.

“Nosso foco é para jovens de 16 a 24 anos, das classes C, D e E. É um olhar de impacto social, porque percebemos que essas pessoas são muito afetadas pelo desemprego e não têm clareza sobre suas potencialidades, talentos e caminhos possíveis”, diz Renato. “Elas estão acostumadas a nem receberem um retorno dos processos seletivos. Na Taqe, a gente ajuda que expressem quem são, sem precisar de um currículo.”

E a profissão de RH nisso?

Apesar de toda a automatização dos processos seletivos, os profissionais de RH não estão sendo substituídos pela inteligência artificial. As entrevistas ainda ocorrem pessoalmente, mas em fases mais avançadas, quando já foi feita uma triagem de currículos e selecionados os mais interessantes para a vaga.

“Por mais que ocorram revoluções, a gente ainda precisa de seres humanos no processo”, diz Maria Amália, professora do curso de gestão de pessoas e RH na Anhembi Morumbi (SP).

Kleber, CEO da Matchbox, reforça a necessidade de o profissional de RH se manter atualizado e acompanhar as novidades da área.

“O setor passa a trabalhar com outras áreas, como de engenharia, de administração e de tecnologia. Precisa ter essa visão complementar”, afirma. “E é bom lembrar que nada vai substituir os recrutadores. Os meios tecnológicos vão poupar tempo das equipes de recursos humanos e entregar resultados mais assertivos.”

G1

Ao dizer não ao Brasil, justiça de Portugal impõe dura derrota à Lava Jato e a Moro.

A decisão do Supremo Tribunal de Justiça de Portugal de negar ao Brasil a extradição do empresário Raul Schimidt ao Brasil representa uma dura derrota para a Lava Jato e, em especial, para o juiz Sergio Moro.

Antes do julgamento, realizado ontem, os lavajatistas tinham a expectativa de uma decisão favorável, fruto do empenho das autoridades brasileiras mobilizadas por Sergio Moro.

O Brasil contratou advogados em Portugal a peso de ouro, a procuradora-geral, Raquel Dodge, viajou a Lisboa com o objetivo de convencer as autoridades daquele país de que o melhor a fazer era entregar Schimidt.

No governo Temer, o Ministério da Justiça prometeu o que não podia cumprir: reciprocidade na extradição de nacionais.

Isto é, caso Portugal extraditasse ao Brasil um cidadão português — Schimidt tem dupla nacionalidade —, o país também extraditaria a Portugal brasileiros, caso solicitado.

A Constituição brasileira proíbe.

Foi , aliás, esse o argumento aceito pelo Tribunal Regional da 1a. Região (Distrito Federal) para cancelar o pedido de extradição encaminhado ao Brasil, em abril do ano passado.

Na época, Moro, ainda juiz em Curitiba, desobedeceu o TRF 1, com o argumento de que só o TRF 4, do Sul, tinha competência para revogar uma decisão sua.

O caso foi parar o Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, que deu razão a Moro. Durante muito tempo, o juiz de Curitiba exerceu, na prática, as prerrogativas do Supremo.

Mas essa polêmica, levada ao conhecimento dos juízes em Portugal, repercutiu mal.

“Os magistrados em Portugal são muito discretos, muito atentos à Constituição, e rejeitam qualquer tipo de atitude que possa parecer pressão. Por isso é que a Justiça funciona bem naquele país”, afirma o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado de Raul Schimidt.

O empresário português, lobista na indústria petrolífera, foi acusado no Brasil de pagar propina a diretores da Petrobras.

São acusações semelhantes a que ele respondeu na Noruega. Lá ele foi absolvido. No Brasil, não teve chance de se defender, já que Moro decretou sua prisão antes mesmo que fosse acusado, na 25a fase da Operação da Lava Jato.

Chegou a ser preso em Lisboa, e o pedido de extradição, aceito.

Mas obteve no Tribunal Europeu de Direitos Humanos um habeas corpus que lhe permitiu recorrer em liberdade.

A Advocacia Geral da União acabou perdendo prazo para cumprir a extradição, e o processo foi considerado prescrito.

O Brasil recorreu, e Raquel Dodge esteve pessoalmente na procuradoria de Portugal para tentar reverter a decisão.

Em novembro do ano passado, a juíza Gabriela Hardt, num período em que substituía Moro, decidiu remeter o processo a Portugal, para que ele fosse processado lá, como manda a lei.

Mas o Ministério Público Federal a convenceu de que o melhor a fazer era esperar. Os procuradores achavam até que que a nacionalidade portuguesa de Raul Schimidt pudesse ser cassada.

Gabriela Hardt voltou atrás, e a Lava Jato, unida, apostava suas fichas na decisão favorável no Supremo Tribunal de Justiça de Portugal.

Pois ontem veio a resposta do Poder Judiciário de lá: por unanimidade, os juízes disseram “não”.

Certamente, influiu na decisão o comportamento militante dos juízes brasileiros — a prisão de Lula é incompreensível para europeus bem informados.

Magistrados como Moro e Gabriela Hardt agem de uma maneira que não é compreendida em países já civilizados.

São como jabuticabas.

Só existem no Brasil, não por acaso o país que tem na presidência um defensor da tortura, auxiliado por um juiz acusador.

Nossa imagem está péssima lá fora, e a decisão da justiça em Portugal confirma o que já se suspeitava.

ODCM

A crise das editoras e livrarias

          

Padre João Medeiros Filho

Até chegar ao leitor, o livro passa pelo seguinte itinerário: autor, editor, gráfica, distribuidor e livraria. Algumas empresas detêm quase todo esse circuito. O mercado brasileiro de editoras e livrarias encerrou 2018, sob muitas nuvens densas e escuras. Setores importantes dessa cadeia entraram em processo de recuperação judicial, fechando dezenas de lojas ou filiais. Indubitavelmente, o momento de recessão econômica, pela qual passa o país, impactou consideravelmente as casas desse ramo, já antes fragilizadas. O fechamento de postos de venda e distribuição traz repercussões sérias sobre a vida literária e cultural. Sem dúvida, isso se deve a diferentes fatores. Sabe-se que o brasileiro não é muito chegado à leitura. Estudiosos afirmam que os europeus, por conta do frio, ficam mais enclausurados. Sol, praia, clima e natureza deixam-nos menos concentrados.  Para vários, o livro é considerado supérfluo. Quando o dinheiro torna-se escasso, o gasto com livros, jornais e revistas é dos primeiros a ser cortado. Outrora, quando se encontrava um amigo, perguntava-se: o que está lendo? Hoje, o questionamento é diferente: viu o blog de fulano, o “youtube”?

Fala-se que a falta de alfabetização é também uma das causas dessa realidade. Segundo estatísticas, mesmo que o número de pessoas letradas tenha aumentado, o advento da mídia eletrônica vem contribuindo para aumentar o analfabetismo funcional. Antigamente, para seus trabalhos escolares o aluno consultava enciclopédias. Coleções clássicas povoavam as bibliotecas familiares. Em alguns lares podia-se encontrar: Tesouro da Juventude, Barsa, Britânica, Delta Larousse etc. Hoje, com a internet e o Google, ficou mais fácil encontrar informações sobre qualquer assunto. O uso do “copiar” e “colar” torna-se costume, deixando o cérebro preguiçoso. No passado, os estudantes aprendiam nos livros, hoje dividem a atenção entre o celular e o computador, que estimula o hábito da leitura superficial e explica, em parte, a dificuldade em redigir bem. Ler exige atenção e disciplina. Hoje poucos conseguem se concentrar. Configura-se uma civilização dispersiva, de muitas informações e pouca profundidade.

O avanço tecnológico fez com que o livro tradicional encontrasse concorrência em outras plataformas. É possível baixar um arquivo em segundos e armazenar inúmeras obras, sem a necessidade de espaço físico. O acesso ao livro eletrônico (“e-books”) é relativamente mais barato, podendo às vezes ser gratuito. Embora muitos resistam, os novos suportes tentam transformar o livro impresso em peça de museu. A sociedade vem acompanhando o fim de jornais, atropelados pela tecnologia digital. O Rio Grande do Norte assistiu nesta última década ao encerramento, em Natal e Mossoró, do Diário de Natal (O Poti), Jornal de Hoje, Novo Jornal, Correio da Tarde, Gazeta do Oeste e O Mossoroense.

Os editores e livreiros investem pouco em publicidade. Tais empresas precisam divulgar largamente seus produtos numa sociedade consumista de espetáculos, cada vez mais sofisticados. O livro permanece quase desconhecido e invisível para o grande público. Isso dificulta a formação de leitores e a consequente ampliação do mercado. Para complicar o quadro, algumas editoras voltam-se para atender a demandas governamentais, em função de bibliotecas públicas e escolares. Com as crises dos governos – não cabe aqui discutir a qualidade dessas edições – as vendas diminuíram. Impostos e taxas sacrificam as editoras e livrarias. Some-se a isso a má qualidade do ensino no Brasil, classificado em penúltimo lugar entre os quarenta países pesquisados, em 2018, pela “Economist Intelligence Unit”, noticiada no portal da Associação Brasileira de Educação.

Segundo dados do Instituto pró-Livro e a pesquisa Retratos da Leitura, estimam-se em cerca de 40% os brasileiros que costumam comprar livros. Neste percentual incluem-se os best-sellers, publicações didáticas ou acadêmicas, inclusive aquelas destinadas às bibliotecas públicas. Na ausência de uma política cultural que valorize o livro e os autores, a situação do mercado editorial só tende a piorar. Oxalá as nuvens carregadas que pairam sobre nossas cabeças não se convertam em um temporal destruidor. Leão XIII cunhou esta frase: “A Palavra de Deus fez-se Escritura, desde o Antigo Testamento. Daí, a importância da escrita”. E o Papa Francisco acrescenta: “Um bom livro aquece o coração”.