Encaminhada a reforma da Previdência Social ao Congresso Nacional, os líderes da futura base aliada do presidente Jair Bolsonaro dizem que o diálogo com o governo ainda está muito desorganizado. O primeiro passo para superar essa dificuldade, segundo eles, é uma conversa formal com o presidente, que vai acontecer nesta terça-feira (26).
O segundo passo, e considerado o mais importante, destacam os líderes governistas, é que nesta conversa o presidente diga que irá “empoderar” o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para conduzir as negociações com seus aliados.
Segundo eles, ainda há muito ruído na relação com o Legislativo, com alguns integrantes do Palácio do Planalto ainda demonstrando certa aversão às articulações com a base aliada.
“Empoderar” Onyx Lorenzoni significa dar a ele diretamente, e somente a ele, o poder de negociar a liberação de verbas de emendas parlamentares e a nomeação de cargos de segundo escalão nos estados.
Até agora, há a promessa de que isso seja feito, mas alguns assessores palacianos enviam mensagens em sentido contrário. Resultado: as negociações não andam e a base aliada está desarticulada no Congresso Nacional.
O encontro desta terça-feira entre Bolsonaro e líderes partidários será o primeiro depois que a proposta de reforma da Previdência Social foi encaminhada ao parlamento.
Os partidos governistas avaliam que há um consenso sobre a necessidade de se aprovar a medida, mas os deputados querem ouvir do presidente como será a parceria entre Palácio do Planalto e base de apoio. Principalmente, como eles irão ter condições de capitalizar a aprovação de uma proposta que, apesar de necessária, é impopular.
Enquanto isso, o secretário de Previdência, Rogério Marinho, corre para fechar a proposta de mudança nas regras de aposentadoria dos militares, ponto reclamado pelos líderes e colocado como condição para iniciar a análise da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Além disso, ele está se reunindo com bancadas para explicar os pontos da nova Previdência, principalmente, os que geraram mais questionamentos, como a aposentadoria do trabalhador rural e as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Marinho tem dito que não irá economizar nem sola de sapato nem saliva para explicar e negociar bem a reforma da Previdência. O ministro da Economia, Paulo Guedes, conta com a habilidade de seu assessor, que era deputado federal e conhece bem os caminhos do Legislativo, para diminuir as resistências e acelerar a votação da proposta.
G1