O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em um evento de juízes federais, em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (18), que “não é a ação de heróis que resolve os problemas do Estado, mas as instituições”, numa referência velada às críticas de procuradores do Ministério Público Federal a decisões da Suprema Cprte, especialmente aquelas relativas à Lava Jato.
“É necessário sim que haja ação do Estado na proteção da sociedade, o que não pode haver é excessos ou heróis. Não é ação de heróis que resolve os problemas da sociedade, é ação das instituições. Eu sempre digo, nós passamos, as instituições ficam”, afirmou Toffoli. Ele defendeu que, se hoje o Brasil tem combate à corrupção, isso se deve ao projeto de institucionalização do país.
O presidente do STF citou pactos feitos entre os três Poderes e a sociedade civil organizada, em 2004 e 2009, que levaram à criação da Lei da Transparência, da Lei de Acesso à Informação e de lei que ampliou a abrangência do tipo penal de lavagem de dinheiro, entre outras.
O ministro citou ações como a criação da Enccla (Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro) e lembrou que ele mesmo defendeu “um Ministério Público independente” desde os tempos de estudante na faculdade de direito da USP.
Ele também destacou o papel da Polícia Federal, que passou “por um processo de fortalecimento institucional sem precedentes na história, que lhe conferiu maior independência”.
O ministro defendeu ainda que juízes devem ser sempre neutros e afirmou que aqueles que têm desejos devem deixar a magistratura.
“Não podemos criar ódios entre nós, mas os excessos não serão admitidos. Canalhices e cretinices, como disse Gilmar Mendes, não podem ser admitidos. As senhoras e senhores juízes tem que ser condutores disso, de impedir que os excessos sejam cometidos, porque somos nós os moderadores da sociedade”, disse.
Sobre as críticas e protestos que ele e o STF vem sofrendo, Toffoli defendeu que o debate crítico é própria das democracias, porém afrontar ou agredir o Judiciário ou seus membros é atacar o estado democrático de direito. “Não há democracia sem imprensa livre e Judiciário independente”, completou.
Em frente ao local do evento, um grupo de cerca de 40 pessoas, com bandeiras do Brasil e camisetas da seleção de futebol, se reuniram para protestar contra Toffoli e o STF.
Nas faixas, frases como “Toffoli processa noix”, “Brasil acima de tudo, STF abaixo de todos” e “STF – Tribunal de exceções”.
Os manifestantes cantavam ainda versos como “um cabo e um soldado”, em referência a uma fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de que “bastaria um cabo e um soldado para fechar o STF”.
Autor: blogdogm
O respeito em agonia
Padre João Medeiros Filho
Em artigo anterior (nesta coluna) abordamos, dentre outros aspectos, a falta de respeito, que dificulta o convívio. Para aqueles que o valorizam e consideram-no uma condição para a convivência saudável, torna-se fácil comprovar essa triste realidade: o respeito está em agonia. No contexto da atual sociedade, tal virtude, há muito, deixou de ser um valor na escala axiológica. E, por isso, verifica-se que cada vez menos as pessoas conseguem, em seu cotidiano, obedecer aos seus limites, ter em mente a dignidade do outro, perceber a fragilidade da vida, o equilíbrio da realidade social e da “Casa Comum”, consoante a expressão do Papa Francisco.
Segundo estudiosos, não se trata simplesmente de má vontade ou da ausência de caráter, mas de perda cultural e moral. De fato, estão desaparecendo a capacidade, as condições e as possibilidades de sentir e transmitir o respeito como valor estruturante do conviver. Isso acontece também porque se aceita a influência perversa da pressa. Passa-se a viver num corre-corre insano e desumanizador. Atropelam-se e ignoram-se valores, instituições e pessoas. Nisto reside também o desrespeito. Acolhe-se e registra-se tacitamente, como axioma inquestionável, uma espécie de imperativo categórico da mentalidade capitalista: “Time is money” (tempo é dinheiro). Com isso, de modo frenético, diariamente muitos se entregam, conscientemente ou não, aos vorazes e insaciáveis preceitos de “cronos”, o deus do tempo. Neste embalo também presta-se culto a “mamon”, a divindade do dinheiro, que promete libertar o ser humano das garras sufocantes de “cronos”. Não raro, pensa-se desta forma: quando se acumular bastante dinheiro, ter-se-á tempo para poder gozar plenamente a vida! Deste modo, sacrificam-se a existência e as relações com os outros.
Assim, sem a percepção das consequências, forja-se um jeito doentio de convivência. Não se tem mais tempo para assimilar as experiências vividas, as lições diárias que a vida gratuitamente oferece. Destrói-se o berço natural e indispensável para internalizar o respeito como virtude humana. Não é à toa que etimologicamente o termo provém do latim “respectus” – particípio passado de “respicere” – que significa olhar novamente. Ele nasce da consciência de que as pessoas, os fatos para serem compreendidos ou aceitos precisam de outros olhares e isto necessita de paciência. Exige a reverência de nossa atenção e cuidado. Sem isso não há consideração, tampouco um relacionamento saudável entre as pessoas. A educação, o amor, a amizade e outros valores ou sentimentos construtores da existência não funcionam sem um dedicado cultivo da paciência. Aí, de fato, entende-se que a pressa é inimiga da vida humana e, por conseguinte, desrespeitosa.
Não se tem mais tempo disponível para contemplar coisa alguma. Por isso, infelizmente, elimina-se a capacidade de transmitir a experiência fundante do respeito. Acompanhar a evolução da vida na pequena semente que brota, deleitar-se com o pássaro entoando seu canto matinal, emocionar-se com a pureza de uma criança, seu sorriso e o engatinhar de seus primeiros passos, tudo isso parece passar despercebido. A pressa não leva as pessoas a valorizar o andar inseguro e o olhar profundo de um idoso para a vida. Abandona-se a contemplação poética e orante de deixar-se iluminar pela magia do ocaso e da aurora, ou ainda, ser tomado pela beleza do céu estrelado e do contínuo balanço das ondas do mar… Não se tem mais tempo de avaliar a violência cultural, que está submetendo lentamente muitos à morte interior. A pressa – além de destruir o respeito – está aniquilando o hábito da contemplação, da poesia e da prece.
Vale a pena a leitura e a reflexão de dois textos: o poema-oração de Michel Quoist: “Não tenho tempo, Senhor”, em “Poemas para rezar”, ou ainda a canção do acadêmico pernambucano Oswaldo Lenine: “Paciência”. Ali enfatiza: “Enquanto o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso… O mundo vai girando cada vez mais veloz… mas espera de nós paciência”. O apóstolo Pedro já aconselhava os cristãos de seu tempo: “Tratai todos com a devida reverência e respeito, amai os vossos irmãos e a Deus tendes temor” (1Pd 2, 17).
Deputado estadual Souza de malas prontas para o PSB
O deputado estadual Souza que está em processo de mudança de partido, foi recebido pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira e pelo presidente estadual do partido, o deputado federal Rafael Motta. Na ocasião, acertaram os detalhes da mudança para o PSB. Souza é um dos políticos mais influentes na região da Costa Branca, onde tem sua liderança maior na cidade de Areia Branca. As malas já estão prontas e agora só falta o sinal verde do deputado Souza.
A mini-reforma de Taveira servirá para enquadrar alguns vereadores
O prefeito Taveira esteve recentemente com o novo presidente do PRB no Rio Grande do Norte, o deputado federal Benes Leocádio. Na conversa, ele externou a necessidade de fazer uma mini-reforma administrativa e política na sua gestão. O presidente Benes ressaltou a necessidade do fortalecimento da legenda em Parnamirim, Taveira ouviu isso atentamente e esse apelo lhe agradou, pois reforça a vontade do coronel que é realinhar seu grupo. Taveira fará alguns convites para uns vereadores. Esse momento, servirá para medir a lealdade dos vereadores ao projeto de sua reeleição, assim como fortalecerá a busca pelo retorno à Câmara Municipal. Taveira trabalha silenciosamente no projeto da reeleição e já enquadrou diversos suplentes e agora avança rumo aos vereadores e o álibi será o fortalecimento do PRB na cidade Trampolim da Vitória, aguarde que essa será a próxima etapa do seu projeto político. Paralelo a tudo isso, tem o grupo G10, formado por vários suplentes e muitos que pretendem ser candidatos a vereador, esse vem em processo de agrupamento, tentando escapar da estratégia governamental e também da legislação eleitoral que não permitirá a coligação partidária. Mas tudo isso irá se materializar depois que a chuva passar, pois agora todo mundo está com seu guarda-chuva e temendo se molhar.
Alckmin diz que Bolsonaro ‘precisa ter foco no interesse nacional’ e não no de outros países
Em palestra, ex-governador de São Paulo afirmou também que o presidente deve ser mais tolerante com as críticas
O ex-governador de São Paulo e candidato derrotado na campanha para a presidência da República no ano passado, Geraldo Alckmin (PSDB), fez um alerta sobre a agenda diplomática do governo brasileiro no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) está em viagem aos Estados Unidos em busca de uma aproximação com o governo de Donald Trump.
“Eu torço pelo governo, torço pelo Brasil. Mas é preciso ter foco no interesse nacional, não no de outros países. Você não pode brigar com a China, um dos maiores parceiros comerciais. Não faz sentido”, disse nesta segunda-feira, 18, após ser questionado por jornalistas sobre quais deveriam ser as prioridades do governo brasileiro.
Alckmin avaliou que o comércio exterior será mais desafiador para o Brasil daqui para frente, considerando a desaceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global, puxado pelo menor ritmo de atividade nos parceiros comerciais importantes, como China e Europa, além da vizinha Argentina.
Bolsonaro chegou a Washington no domingo e será recebido na terça por Trump, na Casa Branca. Em seguida, está previsto que os dois farão uma declaração conjunta, provavelmente mencionando a crise na Venezuela e como Brasil e EUA pretendem atuar unidos pela democracia na América Latina, fazendo uma crítica especial ao “socialismo” de Maduro.
Questionado sobre o governo de Bolsonaro, Alckmin disse também que é hora de diminuir o sectarismo e o radicalismo. “Não pode viver radicalismo do ‘nós contra eles’. Isso faz lembrar o PT, só que às avessas”, salientou, acrescentando que Bolsonaro deveria ser mais tolerante com as críticas. “A crítica constrói, aperfeiçoa, evita erros.” Alckmin, que é presidente nacional do PSDB, disse que a postura dos tucanos será de “ajudar o Brasil”, mas que não irão participar do governo.
Durante palestra, o ex-governador afirmou que “a princípio, todos os parlamentares do PSDB devem votar a favor da reforma da Previdência”. Em seguida, durante entrevista à imprensa, acrescentou que o partido ainda está discutindo o assunto e que, oficialmente, ainda não há uma posição definida, mas que acredita que a tendência deva ser de aprovação do texto enviado pelo governo ao Congresso, com algumas ressalvas. Entre elas, o fim da PEC da Bengala, que abre caminho que o atual governo indique mais ministros ao STF, e o valor de apenas R$ 400 concedidos dentro de Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Alckmin também cobrou do governo a apresentação da proposta para a aposentadoria dos militares, condição apontada como essencial para que a votação da reforma como um todo siga adiante. “Não pode ter diferença de tratamentos. A regra precisa ser para todos. Caso contrário se perde o argumento. Há um grande déficit, que precisa ser corrigido. Mas vai ter que mudar para todo mundo. O governo vai mandar, acredito. Já deveria ter feito”, disse.
Estadão.
Assistimos ao renascimento da família imperial’, critica FHC
Ex-presidente considera ‘abusivo’ o uso das redes sociais pelo clã Bolsonaro: ‘Polariza. Isso, para a democracia, não é bom’
De sapatênis marrom e meia verde-abacate, Fernando Henrique Cardosorecebeu o Estado nesta segunda-feira, 11, no centro de São Paulo, para falar do tema de seu mais recente livro: a juventude. Contou entusiasmado que tem ido caminhar na Avenida Paulista aos domingos, quando a via é fechada para os carros, e disse que tem procurado se adaptar ao modo de pensar das redes sociais, nas quais procura sempre se manter presente. “Eu tenho 87 anos. Quando nasci, a vida era diferente. E daí? Bom não é o passado, é o futuro”, disse o sociólogo e presidente do Brasil por dois mandatos (1995-1998 e 1999-2002).
FHC queria deixar a política partidária de lado na conversa e se concentrar apenas no lançamento de Legado para a Juventude Brasileira (Editora Record), uma coautoria com a educadora Daniela de Rogatis. Porém, ao abordar as redes sociais, acabou analisando o uso do Twitter pelo presidente Jair Bolsonaro: “É muito difícil pensar ‘tuitonicamente’, você pode, no máximo, emitir um sinal”. Para o ex-presidente, a democracia exige raciocínio e a rede social é operada por impulso.
Questionado diretamente sobre o comportamento de Bolsonaro e de seus filhos (Flávio, Eduardo e Carlos) nas rede sociais, FHC se disse preocupado com o envolvimento da família no “jogo do poder” porque “leva o sentimento demasiado longe” e disparou: “Eu acho perigoso. É abusivo, polariza (…) Nós estamos assistindo ao renascimento de uma família imperial de origem plebeia. É curioso isso. Geralmente, na República, as famílias não têm esse peso”.
Estadão
Impasses na democracia
Nesses tempos de desagregação política, líderes cheios de si apostam no conflito e no impasse como forma de impor sua vontade, inconformados com a resistência propiciada pelos canais da democracia. Donald Trump recorreu ao estado de emergência para impor seu caprichoso e inútil desejo de construir um muro na fronteira com o México. Sofreu duas derrotas com voto de Republicanos. A Câmara de maioria Democrata e o Senado de maioria Republicana aprovaram resolução anulando sua decisão de usar poderes de emergência para financiar o muro que o Congresso lhe negara. Contrariado, vetou a resolução. Vai escalar o conflito e pode, eventualmente, ter seu veto rejeitado, o que só é possível com maior número de votos contra de seu partido. Difícil, mas possível.
No Reino Unido, Theresa May, nunca aceitou a rejeição de seu acordo para a Brexit. Sofreu três derrotas seguidas. Agarrada ao cargo, recusa-se a renunciar e obteve o direito de apresentar sua proposta pela terceira vez. Os analistas concordam que ela tem riscos para a economia britânica. Provavelmente será novamente rejeitada. James Corbyn orientou o Partido Trabalhista a abster-se de votar, para ajudar os Conservadores a derrubar um novo referendo proposto pelo grupo independente, formado por defecções de Trabalhistas e Conservadores. Corbyn, como May, joga no impasse. A primeira-ministra aposta que sua teimosa insistência terminará por convencer a maioria a bancar seu projeto por duas vezes rejeitado. É mais um blefe que qualquer coisa. Corbyn colabora para o bloqueio decisório na esperança de que desague em novas eleições e maioria para os trabalhistas. May teme as eleições que Corbyn deseja. Na anterior, que ela mesma antecipou a buscar um mandato forte para conduzir a Brexit, saiu mais fraca. Corbyn ilude-se com as pesquisas que indicam ter apoio popular para ganhar. As pesquisas, nessas conjunturas nebulosas, podem enganar. Enquanto o impasse político se agrava, a economia do Reino Unido patina e seu peso geopolítico definha.
Nos Estados Unidos, o impasse político estimula a competição no partido Democrata. São muitos a querer enfrentar Trump no ano que vem. Os três candidatos mais conhecidos são o ex-vice de Obama, Joe Biden, e os senadores Elizabeth Warren e Bernie Sanders. Mas, o querido atual da mídia é o ex-deputado Beto O’Rourke, que anunciou sua candidatura. Ele perdeu a eleição para o senado para o republicano Ted Cruz, mas não desanimou. Ao contrário, continuou fazendo comícios e reuniões em escolas, universidades e locais públicos, reunindo multidões. Sua popularidade cresceu depois das eleições, o que o animou a inscrever-se nas primárias do partido. Trump está cada vez mais isolado, confinado ao grupo sectário do partido Republicano, de ideias extremadas, que não lhe garante a eleição. A queda de braço permanente com o Congresso, irrita os republicanos moderados e pode levá-lo a uma derrota eleitoral tão histórica quanto sua eleição.
Todos aproveitam falhas inevitáveis dos respectivos modelos políticos. Theresa May se aproveita da faculdade de manter-se no poder, mesmo perdendo a maioria em votações cruciais para o destino do Reino Unido. Evita um voto formal de confiança, que a derrubaria, e agarra-se ao poder por meio de todos os expedientes a seu dispor. É uma particularidade contemporânea do modelo inglês, que enfraquece um dos mecanismos mais eficazes do parlamentarismo para romper impasses, a perda do mandato associada a derrotas relevantes no parlamento. Recusa-se a convocar eleições, outro recurso do sistema parlamentarista de resolução de conflitos e paralisia governamental.
May e Corbyn estão comprometendo o interesse coletivo em nome de interesses políticos pessoais e partidários. A melhor saída para o dilema da saída seria um novo referendo. A Brexit seria muito provavelmente rejeitada e o Reino Unido reconquistaria prestígio e influência suficientes para participar da deliberação sobre a necessária reforma institucional da União Europeia. A institucionalidade da Europa é insuficiente para lidar com os desafios e dilemas que ela enfrenta. Será preciso rediscutir o papel do parlamento europeu, da estrutura de regulação macroeconômica, comercial e de imigração entre países-membros. Discussões inevitáveis, que eventualmente levarão, em algum momento futuro, a decisões que afetariam diretamente o Reino Unido. Fora da UE, Londres sofrerá as consequências sem poder participar dos debates e do processo decisório.
Trump usou expedientes legais que aumentaram os poderes constitucionais originais da Presidência. Parte da reação republicana tem a ver com o risco de uma Presidência cada vez mais autocrática, pela usurpação de poderes do Legislativo. Mitt Romney, um dos senadores que votou contra Trump, usou exatamente o desequilíbrio decorrente de poderes como justificativa para seu voto contra. Foi um voto pela Constituição, ele disse, e pelo equilíbrio de poderes que é seu ponto central. Não foi um voto sobre Trump. Para o senador, dar ao Executivo o poder de anular uma lei aprovada pelo Congresso equivaleria a torna-lo a última instância de poder, imune ao sistema de freios e contrapesos. Trump dobrou a aposta e usou o poder de veto. A derrubada de vetos presidenciais é rara nos Estados Unidos e o voto que rejeitou a medida presidencial, 59 a 41, é insuficiente para derrubar o veto. Serão precisos 2/3 dos votos dos senadores presentes. No caso de casa cheia, seriam 63 votos. Até agora apenas um senador que votou com Trump anunciou que recusará o veto. Menos de 10% dos vetos presidenciais foram derrubados nos EUA. Mas, as derrubadas ocorrem. George W. Bush teve quatro vetos rejeitados, de 12. Obama, apenas um recusado, também de 12 vetos. Trump dependerá crucialmente do apoio do senador Mitch McConnell, líder Republicano no Senado. Ele confronta o Congresso em questões menores, por caprichos pessoais. Os impasses que tem criado já provocaram o fechamento do governo e grande prejuízo ao país e aos cidadãos americanos.
Em suma, não existe modelo político democrático que não tenha suas disfuncionalidades e que não possa ser manipulado por governantes com tendências autocráticas e mentalidades autoritárias. Como não existe um estágio final de democracia. Democracia é um alvo móvel, que pede aperfeiçoamento e aprofundamento recorrentes, num processo sujeito a avanços e retrocessos.
G1