Bolsonaro é questionado duas vezes sobre permanência do ministro da Educação e fica calado

O presidente Jair Bolsonaropermaneceu calado ao ser questionado na noite desta quinta-feira (28) sobre a permanência do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez.

Ele foi abordado por jornalistas duas vezes antes de sair de um jantar de comemoração do aniversário do deputado Hélio Lopes (PSL-RJ) em uma churrascaria em Brasília. Na primeira vez, ele não respondeu a perguntas – entre as quais, questionamentos sobre Vélez. Na segunda, respondeu sobre a reforma da Previdência, mas, ao ser indagado sobre o ministro, começou a deixar o local e entrou no carro para ir embora.

Presente ao jantar, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) também foi alvo de perguntas sobre Vélez Rodríguez ao deixar a churrascaria. O filho de Jair Bolsonaro respondeu: “O presidente é quem fala”.

Na manhã desta sexta (29), a agenda de Bolsonaro, divulgada pela Secretaria de Comunicação Social, prevê uma audiência com o ministro Vélez Rodríguez, às 10h30, no Palácio do Planalto.

Nesta quarta-feira (27), a TV Bandeirantes exibiu uma entrevista com o presidente na qual ele respondeu sobre a situação de Vélez. Disse que “realmente não dando certo as questões lá” (no Ministério da Educação). Nessa entrevista, afirmou que conversaria com o ministro somente depois de retornar de Israel, para onde embarca neste sábado a fim de cumprir visita oficial.

“Quanto à educação, temos que resolver a questão da educação. Vamos ter mais uma conversa, na minha volta de Israel, com o atual ministro e vamos ter que decidir a questão da educação, que realmente não estão dando certo as questões lá. E é um ministério extremamente importante, como os outros são”, declarou.

Questionado então na entrevista sobre o que “não está dando certo”, respondeu:

“Olha só, o que a gente quer no MEC? Que a garotada do ensino fundamental aprenda física, química, matemática, biologia. Para isso, você tem que ter poder de comando, exercer autoridade, indicar pessoas corretas para que se chegue ao final da linha. Mas estamos tendo problema no tocante a… Agora, é um ministério, um dos mais aparelhados que tem. Tem conselhos lá dos mais variados possíveis, que para um ministro tomar decisão não é fácil. Quase todos os ministros quando convidei, falei: ‘Se fosse você, não aceitaria’. Então, o da Educação também falei isso daí, dadas as dificuldades. Então, a massa que está lá, pelo que entendo, está por patriotismo.”

Ricardo Vélez Rodríguez tem protagonizado uma série de polêmicas desde que assumiu o MEC e enfrenta uma “guerra interna” na pasta provocada por divergências entre militares e seguidores do escritor Olavo de Carvalho, segundo o blog do colunista do G1 e da GloboNews Valdo Cruz. De acordo com o blog, há pressão dentro do governo para que Vélez deixe o cargo.

Polêmicas

Nos três meses à frente do Ministério da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez protagonizou uma série de polêmicas, entre as quais:

Anunciou a demissão do secretário-executivo da pasta diante da “guerra” no ministério. Depois, substituiu diversas outras pessoas na pasta. O presidente do Inep também foi demitido;Pediu a escolas que filmassem alunos cantando Hino Nacional e enviassem o vídeo ao MEC. Depois, voltou atrás;Disse em entrevista que o brasileiro parece um “canibal” quando viaja ao exterior. Depois, disse ter sido “infeliz” na declaração;Afirmou que a universidade não é para todos.

Jantar

Além de Bolsonaro e do deputado Hélio Lopes, participaram do jantar o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), amigos e familiares do aniversariante.

Daniel Silveira declarou que, no jantar, pouco se falou de trabalho, mas disse que a reforma da Previdência foi um dos assuntos tratados. Ele contou que havia cerca de 30 pessoas presentes à sala reservada para o evento e que Hélio Lopes estava emocionado. Jornalistas não tiveram acesso ao local.

G1

Após troca de ataques entre Maia e Bolsonaro, Guedes diz que houve ‘ruído de comunicação’

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou no início da tarde desta quinta-feira (28) que houve “muito ruído de comunicação” em torno da reforma da Previdência, mas que está “muito confiante” de que os poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) sabem “de seu papel institucional”.

Guedes deu a declaração após reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tratar da reforma da Previdência. Maia ofereceu um almoço na residência oficial Guedes e ao secretário especial da Previdência Social, Rogério Marinho.

“Estou muito confiante de que os poderes independentes estão harmonicamente buscando o aperfeiçoamento institucional do Brasil. Existem uns ruídos de comunicação. Houve muito combate durante a campanha, e esse barulho vai diminuir. O exercício das próprias funções [de cada poder] daqui para a frente vai fazendo com que se tenha uma convergência, uma harmonização. Eu acho que isso é natural. O barulho está um pouco acima, exatamente porque houve esse choque inicial. Mas eu tenho sido testemunha de que todos estão empenhados”, declarou o ministro.

Também estavam presentes no encontro o líder do Novo, deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), o primeiro-vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (PRB-SP), e o deputado Domingos Neto (PSD-CE).

Paulo Guedes disse que os poderes sabem da importância do desempenho e papel de cada um.

“Eu acredito muito que os principais poderes – apesar dessa coisa que dá muita notícia, dá barulho, esses ruídos – sabem a importância do desempenho de cada um, do seu papel institucional”, afirmou o ministro da Economia.

“Maia tem me apoiado muito e facilitado as conversas mais frequentes com políticos para que se explique a importância da nova Previdência”, afirmou o ministro da Economia.

Rodrigo Maia afirmou que Guedes “tem sido um interlocutor importante” e, disse ter certeza de que a participação dele “ajuda muito no convencimento dos parlamentares.”

“Resolvi convidá-lo [Paulo Guedes] para almoçar hoje para a gente formar o diálogo, o tema da reforma da previdência […] com a certeza de que esse é um tema difícil, mas é um tema decisivo para o futuro do Brasil. É fundamental que a gente possa deixar claro para a sociedade que o nosso foco na Câmara dos Deputados vai ser sempre as mudanças que podem transformar a vida dos brasileiros”, declarou.

Ataques

O encontro com Guedes ocorreu após a troca de farpas públicas entre Rodrigo Maia e o presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a articulação em torno da reforma da Previdência. Nesta sexta, Bolsonaro disse que a discussão com Maia é “página virada”.

A tramitação da reforma está parada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara à espera da indicação de um relator.

Nos bastidores, tanto o PSL, partido de Jair Bolsonaro, quanto o Novo negociam para ficar com a relatoria ou na CCJ ou na comissão especial, que será ainda criada na etapa seguinte para analisar o conteúdo da proposta.

Audiência

Outro componente que acirrou a crise com a Câmara foi o cancelamento da ida de Paulo Guedes à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na terça-feira (26) para explicar pontos da proposta aos deputados.

Uma nova audiência foi marcada para a próxima quarta-feira (4) em um acordo costurado com a oposição para evitar a aprovação de uma convocação do ministro, o que poderia desgastar ainda a relação com o governo.

G1

Rússia diz que presença de militares na Venezuela ‘não ameaça ninguém’

A Rússia afirmou que a presença de seus militares na Venezuela “não ameaça ninguém”. A declaração foi feita pelo Ministério das Relações Exteriores nesta quinta-feira (28), em resposta a Donald Trump, que afirmou que militares devem deixar o país.

“A Rússia não infringiu nada, nem os acordos internacionais, nem o Direito venezuelano. Ela não muda o equilíbrio de forças na região e não ameaça ninguém, diferentemente de Washington”, disse a porta-voz do Ministério, Maria Zakharova.

A porta-voz classificou as críticas de autoridades americanas esta semana como “tentativa arrogante de ditar para Estados soberanos como têm de se relacionar entre eles. Nem Rússia nem Venezuela são províncias dos Estados Unidos”.

Segundo ela, os militares ficarão no país o tempo que for necessário.

“Eles se ocupam da aplicação dos acordos firmados no campo da cooperação técnica e militar. Por quanto tempo? O tempo que for necessário. Tanto tempo quanto for necessário para o governo da Venezuela”.

“Os especialistas russos chegaram à Venezuela em virtude de um acordo bilateral intergovernamental sobre a cooperação militar e técnica. Ninguém anulou esse documento”, afirmou Zakharova.

Na quarta-feira (27), durante encontro com esposa do líder da oposição e autoproclamado presidente Juan Guaidó, Trump pediu à Rússia que saia da Venezuela, após a tensão criada pelo envio de militares e material russos para Caracas.

G1

ANÁLISE: No tabuleiro da política, o poder não fica órfão

O poder não fica órfão, ele sempre será exercido por algum ator político e, às vezes, aquele que tem a legitimidade do voto, portanto, o “poder de direito”, não consegue efetivá-lo em “poder de fato”. O presidente Jair Bolsonaro tem tido dificuldade para governar, para dar um norte a seu governo. Pior, ainda, tem sido o relacionamento de Bolsonaro e até de um dos de seus filhos com Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados. Sabidamente um tema impopular, a reforma da Previdência não tem em Bolsonaro um ferrenho defensor. Maia afirmou – corretamente – que seu papel não é fazer a articulação política do governo e, também, de que, ao jogar no colo do Parlamento a responsabilidade da reforma, Bolsonaro quer o bônus, caso seja aprovada, mas não quer o ônus que há no bojo dela.

Nesta terça-feira, 26, a Câmara aprovou uma PEC que engessa parcela substancial do orçamento e torna obrigatório o pagamento de despesas hoje passíveis de adiamento, como, por exemplo, emendas das bancadas parlamentares e investimentos em obras. Uma derrota para o governo e recado: falta articulação política e o tratamento dispensado aos deputados, quase todos classificados como da “velha política”, gera problemas e atritos entre os poderes Executivo e Legislativo. Nem mesmo o partido do governo, o PSL, entendeu o que estava acontecendo. Maia surfou numa onda que não foi gerada por ele. Quem, efetivamente, traz dificuldades ao governo Bolsonaro é o próprio governo Bolsonaro. Simples. Os ataques à “velha política” pelo presidente da República e os seus, bem como os bolsonaristas nas redes sociais, têm conseguido a proeza de reunir, indignados, partidos à esquerda, ao centro e à direita, contrários ao tratamento governamental.

No tabuleiro da política institucional, Maia e os deputados encurralaram o Planalto. Ou Bolsonaro começa a dialogar e deixa de falar para os já convertidos (bolsonaristas nas redes sociais) ou outras pautas-bomba, num “pacote de maldades”, virão em breve. O poder não fica órfão.

Estadão.

Mega-Sena acumula e pode pagar R$ 10 milhões no sábado

Nenhum apostador acertou as seis dezenas da Mega-Sena – concurso 2137. O sorteio ocorreu nesta quarta-feira na cidade de Pancas (ES).

Os números sorteadas foram: 01, 02, 11, 12, 34, 49.

A quina (5 números) teve 45 ganhadores, cabendo a cada um deles R$ 36,54 mil.

E a quadra (4 números) contemplou 4.488 apostadores. Cada um ficou com R$ 523,45.

O próximo sorteio, no sábado (30), poderá pagar R$ 10 milhões.

As informações são do site da Caixa Econômica Federal.

Com protesto de estudantes, Bolsonaro cancela ida ao Mackenzie

Estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie realizaram um protesto na manhã desta quarta, 27, contra uma visita do presidente Jair Bolsonaro. Apoiadores do presidente, por sua vez, foram a outra entrada da universidade realizar uma manifestação favorável a ele. O Palácio do Planalto alegou questões de segurança para transferir o evento de local. A medida teve como objetivo evitar possíveis confrontos com os manifestantes que estavam na universidade.

O presidente viajou para São Paulo, onde passa por exames médicos, e havia expectativa de que ele pudesse comparecer ao lançamento da Mackgraphe, centro de pesquisas sobre grafeno ligado à universidade.

O estudante Mateus Weber, de 24 anos, membro da diretoria do Diretório Central de Estudantes (DCE), conta que soube pelas redes sociais do próprio presidente que ele iria à universidade. Após a informação, os alunos se mobilizaram para apresentar pautas estudantis ao governo. Mais investimentos em educação, repúdio à diminuição de vagas do ProUni e do Fies e às falas do ministro Vélez Rodríguez de que universidades seriam um espaço da elite intelectual são algumas das críticas. O protesto teve apoio da União Nacional dos Estudantes e da União Estadual dos Estudantes de São Paulo.

Segundo Weber, por não haver confirmação do horário em que o presidente estaria no local, houve organização de protestos de manhã, tarde e noite. Weber afirma que vídeos circularam com testes de segurança, bloqueio de entradas da universidade e colocação de tapumes. “Então, tivemos a surpresa de que ele não viria, de que tinha cancelado. Para a gente, fica claro que ele tem medo de enfrentar debates com a opinião pública. Durante a eleição, ele não ia para debate e, agora, como presidente em agenda pública, não participa”, opina Weber.

O ato dos estudantes também aborda críticas à ditadura militar. Nesta semana, o Estado revelou que Bolsonaro tem incentivado comemorações pelos 55 anos da data que marca o início da ditadura no País – 31 de março de 1964. Em vídeos publicados nas redes sociais, alunos chamaram Bolsonaro de “fascista” e gritam “ditadura nunca mais”.

Após a mudança na agenda do presidente, professores do Mackenzie apresentaram o projeto sobre grafeno na sede do Comando Militar do Sudeste, no bairro Paraíso. Uma comitiva com duas vans e um ônibus da universidade chegou ao local por volta de 14h.

Ainda na capital paulista, Bolsonaro passa por exames médicos no Hospital Albert Einstein, após o evento no Comando Militar, segue para um evento beneficente com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em prol dos projetos sociais da Unibes (União Brasileiro-Israelita do Bem Estar Social).