A poesia do Sermão da Montanha

Padre João Medeiros Filho

Deus é sapientíssimo. Não fui contemplado com o carisma da poesia e o talento de uma bela voz. Porém, fui escolhido para a divina missão de um “aboiador do Evangelho”, como me chamava Oswaldo Lamartine. Quando eu era criança, causou-me forte impressão o cantador Dimas Batista, ao denominar os cordelistas “anjos e profetas do Eterno.” O artista piauiense João Cláudio Moreno confessa que tinha o desejo de ser repentista. Chegou a comprar uma viola. O repente é a salmodia do poema. Parafraseando aquele renomado violeiro pernambucano, considero os seresteiros, cantadores e poetas seres celestes, passeando pelas ruas dos homens. Sempre os admirei e exaltá-los-ei.

Segundo Jean Giblet e vários exegetas, Jesus foi um exímio repentista. Infere-se de passagens bíblicas neotestamentárias em aramaico e hebraico. Para eles, o enunciado de cada Bem-aventurança apresenta a estrutura morfológica e literária dos motes. No ápice de sua pregação, Ele brinda-nos com ensinamentos densos de poesia, contidos no Sermão da Montanha (Evangelho de Mateus, capítulos 5-7). Enaltece as virtudes da mansidão, paz, justiça, misericórdia e capacidade de servir. Suas lições contêm metas existenciais audaciosas para a sociedade: amar os inimigos e perdoar a quem nos ofende.

Não basta obedecer às leis e normas, ancoradas no cumprimento dos preceitos morais para evidenciar a dignidade do homem. Os fariseus exigiam tal observância. Jesus vai além, convidando seus seguidores a buscar a nossa beleza poética. Desta forma, é possível tornar-se instrumento a serviço da vida em suas diferentes etapas. Há lirismo nas expressões do Filho de Deus, ao proclamar: “Olhai os pássaros do céu, não semeiam, não colhem, nem ajuntam nos celeiros. Aprendei dos lírios do campo. Não trabalham, nem fiam. Entretanto, nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles” (Mt 6, 26; 28-29). Belas são as metáforas: “Vós sois o sal terra; vós soisa luz do mundo” (Mt 5, 13;14).

Conhecedor profundo da alma humana, Jesus ensina a sabedoria própria da poesia da vida, nascida da contemplação. Esta é o seu vestíbulo. A leveza da ode do existir não é uma simples brisa para amenizar a dureza de nosso dia a dia. É fonte sapiencial que pode corrigir conceitos distorcidos, apontar caminhos para soluções urgentes, respeitando a grandeza do homem. É capaz de facilitar percepções que curam desequilíbrios. Também possibilita deter constantes ameaças que conduzem a fracassos humanitários e ecológicos, contaminando cada vez mais os processos sociais. O mundo contemporâneo não deve balizar a sociedade por qualquer mesquinhez que comprometa a sublimidade do dom da vida.  

Urge investir na sensibilidade poética de nosso ser a fim de brotar uma lucidez espiritual que permita reconhecer o sentido da existência. Assim, chega-se ao encontro e ao culto da fraternidade. O Nazareno assegurou-nos: “Vinde a mim todos vós que estais cansados. Eu vos darei descanso. O meu fardo é leve e meu jugo é suave” (Mt 11, 28;30). Deste modo, retirou a amargura do cotidiano, inserindo ali um sorrir poético. Assim, é possível recuperar o sentido genuíno de humanidade e solidariedade. Com poesia e espiritualidade consegue-se viver melhor. E quando se é simples egeneroso, o resultado é gratificante. Assevera-nos o Mestre da Galileia: “Dai e vos será dado numa medida plena e transbordante” (Lc 6, 38).

A recomendação da poetisa goiana Cora Coralina talvez nos incentive a cultivar tais sentimentos: “Torna a tua vida um poema. Viverás no coração dos jovens e na memória de gerações futuras.  Esta fonte é para uso de todos os sedentos. Toma a tua parte. Vem e não entraves seu uso aos que têm sede.”  Sem a poesia do viver poderá crescer, cada vez mais, o número daqueles que desistem da própria existência. Aumentarão os segmentos que buscam apenas o seu bem-estar sem pensar em outrem. Despontarão atitudes insensíveis que segregarão ainda mais os velhos, doentes, sofridos, indefesos e carentes. A força poética, brotada de Jesus Cristo, era tanta que o apóstolo Mateus concluiu da seguinte forma aquela parte do seu evangelho: “E as multidões ficaram maravilhadas com as suas palavras” (Mt 7, 28).

O ensino jurídico em Cervantes

Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616) foi um gênio. Ele é sinônimo de literatura em língua espanhola, sendo o seu “Quixote” (“El ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha”), de 1605, o marco fundador do romance moderno e uma das mais celebradas obras-primas da literatura universal. Todavia, ao que tudo indica, Cervantes foi um gênio autodidata, sem estudos universitários oficiais, ao contrário do que por vezes se imaginou.

O autodidatismo de Cervantes, entretanto, não foi capaz de tirar o seu “fascínio” pela vida universitária, sobretudo aquela passada na famosa Salamanca, tida por ele como o lugar/cidade do saber e das letras. E olhem que Cervantes, por ter feito cultura (altíssima cultura, por sinal), tinha, assim, o direito de fazer “contracultura” (que também o fez com sua fina ironia). De fato, como anota Luis E. Rodríguez-San Pedro Bezares, em “Atmósfera universitaria em Cervantes” (Ediciones Universidad Salamanca, 2006), “alusões a Salamanca aparecem, sim, em vários capítulos do Dom Quixote, e mais na segunda parte do que na primeira”.

Esse “fascínio universitário” inclui quase todos os ramos do saber: letras e humanidades, lógica e filosofia, saberes médicos e, por supuesto, a ciência jurídica. Tomemos aqui alguns exemplos desse fascínio polifônico, às vezes contraditório, frequentemente irônico, de Cervantes e do Quixote.

Primeiramente, como lembrado por Luis E. Rodríguez-San Pedro Bezares, “o mundo propriamente universitário é evocado por Cervantes em diversas ocasiões, direta ou indiretamente. No Quixote [parte II, capítulo XVIII], numa conversação com Dom Lorenzo, estudante de Salamanca e filho do Cavaleiro do Verde Gabão, Dom Diego de Miranda, nosso fidalgo de la Mancha compara a ciência da cavalaria andante com cada uma das ciências das escolas ou universidades de seu tempo: o direito, a teologia, a medicina, a astrologia e as matemáticas”.

E peguemos especificamente o caso do bacharel salamantino Sansón Carrasco, mais tarde o Cavaleiro da Branca Lua (que, ao vencer um último enfrentamento com o nosso Dom Quixote, obriga este a abandonar as “aventuras” de cavalaria). A famosa conversa do bacharel, na parte II do Quixote, sobre a fama/publicação da parte I da história de El ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha, já em “Portugal, Barcelona e Valência, é fundamental para o desenvolvimento do enredo do romance. Afinal, como dito já no capítulo XXXIII, “os bacharéis de Salamanca não podem mentir” (o que?). E isso, como sugerido numa edição pedagógica que possuo do “Don Quijote de la Mancha” (Lecturas ELI Jóvenes y Adultos, Editora ELI, 2012), é o que faz Dom Quixote, já instigado pelo padre e pelo barbeiro, prosseguir com sua loucura, digo, aventura.

Esse fascínio de Cervantes é tão claro que ele faz o realista Sancho Pança se desculpar por não haver estudado em Salamanca: “Não se importe Vossa Mercê comigo, (…), pois sabe que não me criei na Corte nem estudei em Salamanca, para saber se acrescento ou retiro alguma letra a meus vocábulos”(Parte II, capítulo XIX). Na verdade, como anotado em “Atmósfera universitaria em Cervantes”, o grande autor só “faz eco de uma aspiração comum: a de mandar os filhos a estudar nas universidades, para que cresçam e adquiram diplomas”. E aqui registro especialmente o fascínio de Cervantes com os estudos jurídicos. No próprio “Quixote” é anotado ser o “estudo das Leis” – o estudo universitário do direito, em termos atuais – o propósito de muitos pais para a promoção de seus filhos, devido às muitas oportunidades e favores daí decorrentes.

Mas será que, como diz o citado Sansón Carrasco, por ser bacharel, para ter sucesso na vida, nada mais se precisa fazer senão “bacharelar”, isto é, falar muito e sem fundamento”? Hoje, com certeza, não. E acho que no tempo de Cervantes nem sempre era assim, como demonstra o caso do “El licenciado Vidriera”, constante das “Novelas Ejemplares” (1613), que, filhode agricultores pobres, estuda e se forma em Leis por Salamanca. Ele enlouquece por uma dama. Acredita-se de vidro. Manifesta uma genialidade satírica e uma loucura lúcida, desvelando muitas hipocrisias de então. Mas recobra a sanidade e se desfaz como celebridade. Resta virar soldado e morrer. Não há diploma que endireite um enamorado.

Bom, direito se faz com conhecimento e não “instagramando” diploma de bacharel. Como, aliás, veremos na semana que vem, misturando ainda mais Cervantes, o “Quixote” e o direito.

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República

Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

Entre a mágoa e a esperança

Lula e ministros do STF

Lula e ministros fazem vistoria no Planalto e STF depois dos ataques do 8 de Janeiro

Não me basta ter um sonho. Eu quero ser um sonho.”

O Poder Judiciário, pelo seu órgão máximo, o Supremo Tribunal Federal, começou a julgar, na 3ª feira (18.abr.2023), o recebimento das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República relativas à tentativa de golpe de Estadoe subversão da ordem democrática. O julgamento teve início 102 dias depois da frustrada e tresloucada ação terrorista. A decisão se dará pelo plenário virtual e termina às 23h59min da próxima 2ª feira (24.abr.2023). Na realidade, até pela importância do assunto, seria imperioso que a sessão fosse presencial e aberta ao público.

Como era esperado, a Corte formou maioria para acolher as denúncias e tornar réu os 100 acusados. É fundamental que a sociedade acompanhe de perto esse julgamento. São vários os pontos a serem levados em consideração.

O governo democrático do presidente Lula tinha tomado posse há só 8 dias quando houve a invasão criminosa e bárbara das sedes dos três Poderes. A depredação que se viu, especialmente pela ousadia e atrevimento dos criminosos, chocou o mundo, sendo inevitável, à época, a comparação com a invasão do Capitólio nos Estados Unidos da América. O germe era o mesmo: o ódio e a violência, que são as marcas de gestões de cunho fascista como os do Trump e do Bolsonaro. Aqui no Brasil, mesmo com a comprovada participação de parte das forças de segurança nos episódios criminosos, instituições destinadas exatamente a manter a ordem, a reação foi imediata e exemplar.

Agiu muito bem o Poder Executivo ao assumir o controle da situação, com aquela histórica reunião no dia 9 de janeiro, um dia depois do dia da infâmia, com a presença dos governadores de todos os Estados e do Distrito Federal. E, depois, a descida da rampa do Palácio do Planalto rumo ao Supremo Tribunal, passando em comitiva pela Praça dos Três Poderes, com os presidentes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário e mais um sem número de ministros, governadores, senadores e outras autoridades. Foi um momento simbólico que deixou claro aos extremistas, aos golpistas, que eles não conseguiriam derrubar um governo democraticamente eleito. Foi um não à barbárie e à Ditadura.

CopyrightSérgio Lima/Poder360 – 9.jan.2023

Lula desce a rampa do Planalto acompanhado por Janja, governadores e ministros

Mirando no mestre Miguel Torga: “Recomeça… se puderes, sem angústia e sem pressa. E os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade. Enquanto não alcances, não descanses. De nenhum fruto queiras só a metade”.

Tão importante quanto a resistência desde o 1º instante, quando, ainda na noite do dia 8 de janeiro, o presidente Lula foi à sede do Supremo Tribunal toda destruída para se encontrar com a ministra Rosa Weber, presidente da Corte Superior, foi a reação técnica para se apurar as responsabilidades criminais dos golpistas. Mais de 1.400 prisões em flagrante deixaram claro que não seria possível tratar com desprezo e pouco caso a gravíssima tentativa de subverter a ordem democrática. É preciso ressaltar que ainda permanecem presos 294 golpistas –86 mulheres e 208 homens. Os 100 extremistas cujo julgamento foi iniciado na 3ª feira (18.abr), estão entre os que permanecem presos.

Importante frisar que, logo depois das primeiras prisões, o necessário trabalho de investigação para apurar as responsabilidades deu a todos a certeza de que a democracia estava consolidada. A custódia de um ministro da Justiça e a oitiva de 80 militares, alguns de alto coturno, além da correta decisão do STF no sentido de submetê-los a um julgamento pela Justiça Comum e não pela Justiça Militar, reforçam a certeza de que o país navega em águas democráticas. Tanto que o ex-presidente da República teve sua oitiva determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito.

Eu escrevi, mais de uma vez, que, se comprovada a participação do Bolsonaro nos atos extremistas, sua prisão preventiva será inexorável. Ainda nesta semana, 16 outras prisões foram efetuadas a mando do Supremo Tribunal. Foi a 10ª fase da Operação Lesa Pátria, na qual, inclusive, foi preso o coronel e ex-comandante das Rondas –Rotam – de Goiás. O que preside e determina os rumos da investigação é a necessidade de se chegar aos financiadores, aos empresários dinheiristas, aos políticos golpistas e aos militares que apoiavam o terror. Sem perseguir e sem proteger. É só assim que manteremos acesa a chama da estabilidade institucional.

Numa democrática e republicana união de esforços, todos os órgãos envolvidos estão cumprindo o seu papel. Submeter ao plenário do Supremo Tribunal o recebimento ou não das denúncias apresentas pelo Ministério Público, em tempo razoável, dada a complexidade da investigação, a gravidade dos delitos e a quantidade enorme de envolvidos, deixa claro para a sociedade a certeza de que as instituições estão em pleno vigor. Daí a importância de acompanhar e apoiar esse julgamento. Os golpistas pensaram que encontrariam um Poder Judiciário enfraquecido e uma sociedade apática, com medo e acuada. Mas encontraram um país ávido por liberdade e democracia. Repetindo o lema espanhol, “No pasarán!”.

Como bem ressaltou o ministro Alexandre, em seu voto recebendo a denúncia, a liberdade de manifestação é garantida, mas atos que pregam violência e desrespeito à democracia “são criminosos e inconstitucionais”. E continuou: “Não existirá um Estado Democrático de Direito sem que haja Poderes de Estado, independentes e harmônicos entre si, bem como previsão de direitos fundamentais e instrumentos que possibilitem a fiscalização e a perpetuidade desses requisitos”.

Lembro-me de João Guimarães Rosa, no Hai-Kai Turbulência, “O vento experimenta o que irá fazer com sua liberdade”.

Fonte: poder 360

Veja quem assumirá o comando do GSI de forma interina


Ricardo Cappelli foi interventor na Segurança Pública do Distrito Federal

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, assumirá o comando interino do Gabiente de Segurança Institucional da (GSI). A informação foi anunciada a jornalistas pelo ministro da Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta.

Cappelli substituirá, de forma interina, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, que pediu demissão do cargo, nesta quarta-feira (19/4). O anúncio ocorreu após a CNN Brasil divulgar um vídeo que mostra o chefe do GSI dentro do Palácio do Planalto durante as invasões de 8 de janeiro. É a primeira baixa no alto escalão do governo Lula, pouco tempo depois de completar 100 dias.

Segundo Pimenta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda decidiu pelo afastamento do atual secretário-executivo do GSI, Ricardo Nigri. De acordo com o ministro da Comunicação Social, Cappelli será nomeado secretário-executivo interino do GSI e responderá pelo órgão também de forma interina.

“O presidente da República decidiu que, juntamente com o afastamento do general G. Dias, haverá também o afastamento do secretário-executivo do GSI. E será nomeado, interinamente, como secretário-executivo do GSI, respondendo pelo GSI interinamente, o senhor Ricardo Cappelli. Portanto, tão logo esteja publicada no Diário Oficial, o Ricardo vai ficar respondendo pelo GSI”, disse Pimenta.

A jornalistas, o ministro disse que Lula “entendeu que era importante” que um substituto fosse escolhido “imediatamente”. A ideia é que Cappelli fique responsável pelo comando do GSI nos próximos dias, até que Lula encontre um substituto efetivo para o cargo.

Nas gravações divulgadas pela CNN é possível ver, além de Gonçalves Dias, militares do GSI, que são responsáveis pela segurança de autoridades e do Planalto, guiando os invasores para portas de saída, em clima ameno.

Após o pedido de demissão, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República disse que “não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro”. Veja a íntegra da nota:

“A violência terrorista que se instalou no dia 8 de janeiro contra os Três Poderes da República alcançou um governo recém-empossado, portanto, com muitas equipes ainda remanescentes da gestão anterior, inclusive no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que foram afastados nos dias subsequentes ao episódio.

As imagens do dia 8 de janeiro estão em poder da Polícia Federal, que tem desde então investigado e realizado prisões de acordo com ordens judiciais.

No dia 17 de fevereiro, a Polícia Federal pediu autorização para investigar militares e, a partir do dia 27 de fevereiro, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), tem realizado tais investigações, inclusive com a realização de prisões.

Dessa forma, todos os militares envolvidos no dia 8 de janeiro já estão sendo identificados e investigados no âmbito do referido inquérito. Já foram ouvidos 81 militares, inclusive do GSI.

O governo tem tomado todas as medidas que lhe cabem na investigação do episódio.

E reafirma que todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.

A orientação do governo permanece a mesma: não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro.”

Apurando condutas

Mais cedo, o GSI divulgou uma nota para tentar explicar as imagens. O órgão disse que vai apurar a conduta dos militares que estavam no local.

“A respeito de reportagem veiculada no dia de hoje, sobre os ataques do 8 de janeiro, o GSI esclarece que as imagens mostram a atuação dos agentes de segurança, que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da PM/DF, foi possível realizar a prisão dos mesmos”, diz o documento.

“Quanto às afirmações de que agentes do GSI teriam colaborado com os invasores do Palácio do Planalto, informa-se que as condutas de agentes públicos do GSI envolvidos estão sendo apuradas em sede de sindicância investigativa instaurada no âmbito deste Ministério e, se condutas irregulares forem comprovadas, os respectivos autores serão responsabilizados”, segue o comunicado do GSI

Fonte: Terra Brasil notícias

Após crise na segurança: Natal fica de fora dos destinos mais procurados do Brasil e até do Nordeste

Após crise na segurança: Natal fica de fora dos destinos mais procurados do Brasil e até do Nordeste
Foto: Vlademir Alexandre/Ministério do Turismo

Natal ficou fora dos 15 destinos nacionais mais procurados pelos turistas brasileiros de acordo com pesquisa do site ViajaNet sobre compras de passagens aéreas para o feriado de Tiradentes. O site da agência online de viagens apurou o volume de compras de passagens aéreas para o período.

Na pesquisa, as cidades mais procuradas estão com percentuais bem próximos uma das outras. São Paulo lidera o ranking com 14,49% da preferência, seguida do Rio de Janeiro (8,70%) e Salvador (7,25%).

Representando o Nordeste, além de Salvador, aparecem Fortaleza, Maceió e João Pessoa. A capital potiguar ficou fora.

Fonte: Terra Brasil notícias 

Emissora de Ratinho no Paraná promove demissão em massa

Emissora de Ratinho no Paraná promove demissão em massa

Foto: SBT

O apresentador Ratinho, que faz grande sucesso no SBT, também é dono de uma emissora no Paraná, Rede Massa, filial do canal de Silvio Santos, e está passando por uma grande dificuldade financeira, com demissão em massa e falta de pagamento aos funcionários.

Nos últimos dias, 15 trabalhadores foram desligados da empresa, onde 7 se tratavam de funcionários fixos e os outros 8 eram prestadores de serviços, como repórteres, cinegrafistas, editores de texto e imagem.

Fonte: Metrópoles

Filha vereadora de Fernandinho Beira-Mar pode perder cargo e direitos políticos após condenação na ‘Operação Epístolas’

A condenação de Fernandinho Beira-Mar e seus seis filhos pelo Tribunal Regional Federal de Rondônia, por organização criminosa apontada nas investigações da “Operação Epístolas” de 2017, pode acarretar ainda a perda do mandato de vereadora de Fernanda Izabel da Costa. A determinação sobre a suspensão de direitos políticos de Fernanda está na sentença sobre o processo da operação, que ainda pode sofrer recursos.

Ela é uma das filhas do traficante que figura no processo de Rondônia e, desde 2021, tem uma cadeira na Câmara Municipal de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, e que serviu de base para a condenação, “Fernanda visitava o pai para tratar de assuntos inerentes à prática de crimes. Os recados eram feitos com linguagem codificada para estabelecer comunicação com os integrantes do grupo criminoso e dificultar ações policiais e dificultar sua identificação.”

Por essas práticas foi condenada a 4 anos e 10 meses de reclusão em regime semiaberto.

A sentença do caso determina, depois que o processo transitar em julgado, que “se oficie à Justiça Eleitoral para fins do disposto no artigo 15, inciso III, da Constituição Federal, que fala em suspensão dos direitos políticos dos condenados enquanto durarem os efeitos da condenação”.

Fernanda negou todas as acusações, mas segundo a decisão judicial o MPF conseguiu provas de sua relação com o esquema montado por Beira-Mar, o que levou à condenação.

Ao todo, 35 pessoas foram condenadas pelo Tribunal Regional Federal de Rondônia por conta da “Operação Epístolas”. A condenção é em primeiro grau e cabe recurso.

O g1 tenta contato com Fernanda.

Bilhetes apreendidos pela polícia durante a Operação Epístolas, que investiga a quadrilha de Fernandinho Beira Mar.

Outros condenados

 

A “Operação Epístola”, da Polícia Federal, mostrou que mesmo isolado em uma penitenciária de segurança máxima, em Rondônia, Beira-Mar continuava comandando o tráfico de drogas em 13 comunidades de Duque de Caxias, e ainda diversificou a sua atuação com a venda de gás, internet, caça-níqueis, cigarros e bebidas nas favelas de Caxias.

As ordens nos negócios criminosos eram transmitidas por meio de recados, transmitidos a parentes durante visitas, ou por bilhetes repassados para um detento da cela ao lado.

Pelo crime, Beira-Mar foi condenado a mais 14 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão. Elejá tem 320 anos de prisão por crimes como tráfico de drogas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídios.

A Justiça Federal condenou Fernanda e outros cinco filhos do traficante por atuarem na transmissão de recados e envolvimentos em outros crimes. São eles:

  1. Luan Medeiros da Costa – Segundo a Justiça, atuou em todas as atividades da organização criminosa e tem amplo conhecimento dos negócios do escusos do pai. Ele teria se aproveitado das visitas na Penitenciária Federal de Porto Velho, para tratar de assuntos inerentes aos mais diversos crimes, especialmente tráfico interestadual e internacional de drogas. Condenado a 5 anos e 5 meses de reclusão em regime semiaberto.
  2. Felipe Alexandre da Costa – As investigações mostraram que ele também atuava em todos os negócios de Beira-Mar. Já foi condenado por lavagem de dinheiro, em uma investigação em Curitiba. Condenado a 6 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão em regime fechado.
  3. Taiuã Vinícius da Costa – A Justiça o apontou como um dos conselheiros da organização criminosa, com atuação no tráfico internacional de drogas e importante atuação na administração de bens de Fernandinho Beira-Mar. Condenado a 5 anos e 8 meses de reclusão em regime semiaberto.
  4. Ryan Guilherme Lira da Costa – A investigação aponta que ele utilizava linguagem codificada para estabelecer comunicação com os integrantes do grupo criminoso com objetivo de dificultar ações policiais, e usava codinome, a fim de dificultar sua identificação. Aproveitou-se das visitas sociais para tratar de assuntos inerentes à prática de crimes. Condenado a 4 anos e 10 meses de reclusão em regime semiaberto.
  5. Gabriela Figueiredo Ângelo da Costa – A Justiça apurou que Fernandinho Beira-Mar adotou Gabriela para que, como filha socioafetiva, tivesse direito à visitas, e assim levar e receber “bilhetes” com conteúdo criminoso, inclusive relacionados ao tráfico internacional de drogas. Ela também era responsável pela movimentação de valores/pagamentos, fiscalização de atividades relacionadas à digitação de bilhetes e recebimento e repasse de informações para diversos membros da organização criminosa. Condenada a 4 anos, 8 meses e 20 dias de reclusão em regime semiaberto.

 

PF prende irmã e cinco filhos de Fernandinho Beira-Mar

PF prende irmã e cinco filhos de Fernandinho Beira-Mar

Irmã e ex-mulher também foram condenadas

 

A irmã de Beira-Mar, Alessandra da Costa, que é advogada, também foi condenada por atuar na lavagem de dinheiro e, inclusive, segundo a Justiça, enriquecer com as transações ilícitas.

“A acusada, da família, é uma das que tem melhores condições financeiras, chegando a afirmar que ‘o que desejava, seu irmão lhe dava’, porque, segundo ela, ele é milionário”, diz trecho da condenção.

 

Alessandra foi condenada a 7 anos e 4 meses de reclusão em regime semiaberto.

Já Jacqueline Moraes da Costa, ex-mulher de Beira-Mar, teve uma pena mais branda por ter feito acordo de colaboração com delação premiada. Assim, mesmo com condenações por tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, Jacqueline foi condenada a 3 anos e 9 meses de reclusão em regime aberto.

‘Operação Epístolas’

 

Em maio de 2017, investigações da Polícia Federal apontaram que um esquema criminoso era mantido com a atuação de parentes de Fernandinho Beira-Mar.

Na época, a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão em cinco estados e no Distrito Federal.

Em condenações, o traficante acumula penas que somam quase 320 anos de prisão em crimes como tráfico de drogas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídios.

Fonte: G1