Mossoró Sal e Luz se consolida como maior festival gospel do RN

O “Mossoró Sal & Luz”, edição 2023, chegou ao fim na noite deste sábado (22), já consolidado como o maior evento gospel do Rio Grande do Norte, reunindo, ao longo de três dias de programação, 210 mil pessoas na Estação das Artes Elizeu Ventania. O número foi contabilizado pela organização do festival.

As equipes de engenharia da Prefeitura de Mossoró trabalharam em conjunto com as equipes de comunicação para chegarem ao resultado. Foram utilizados drones simultaneamente ao longo do percurso e os dados fotográficos aéreos analisados por engenheiros que chegaram ao total de público. Dentro da Estação das Artes não foram instaladas barracas, o que ampliou o espaço para o público.

Nesta última noite de apresentações, subiram ao palco mais três grandes atrações, animando a multidão que compareceu em peso à Estação. O primeiro artista a se apresentar neste terceiro dia de “Mossoró Sal & Luz” foi Cícero Oliveira. Com mais de 15 anos de carreira, ele conta que ficou impressionado com a grandiosidade do evento.

“É uma honra poder estar somando a esse projeto tão lindo, com uma programação enaltecendo a cultura gospel, com oportunidade de levar a palavra de Deus. Tenho a plena convicção que nós não temos só o público evangélico aqui, tem muita gente de outras religiões participando”, disse.

Na sequência, subiu ao palco da Estação das Artes a cantora e compositora Isadora Pompeo, um dos principais nomes da nova geração de artistas da música gospel. Com apenas 24 anos, Isadora já coleciona sucessos e milhões de visualizações nas redes sociais. Sua apresentação animou o público.

“Muito feliz, muito animada, muito honrada em estar num evento tão grande, tão especial para esse lugar, que com certeza para a gente também é. Meu objetivo não é gerar números apenas, mas para que em cada acesso haja uma transformação, e isso é possível através do evangelho, através da palavra, daquilo que eu creio que não é qualquer coisa, é o nome do Senhor”, pontuou.

Encerrando a programação de shows do “Mossoró Sal & Luz”, a tradicional banda Som e Louvor, que esteve presente na primeira edição do evento mossoroense, em 2022, voltou ao palco da Estação, levando muita alegria ao público. “É sempre uma alegria estar de volta a essa cidade maravilhosa. Estivemos no ano passado, e agora, ao retornar nessa edição, estamos vendo a grandiosidade que se tornou esse evento. Eu tinha falado que não é só um dos maiores eventos do RN, com certeza é um dos maiores do Nordeste”, afirmou o vocalista Jedson Aguiar.

O prefeito Allyson Bezerra também destacou a importância do evento para a cidade. “A Estação das Artes recebe o seu maior público hoje, completamente lotada, para ver aqui a última noite de atrações do ‘Mossoró Sal & Luz”. Realmente uma grande multidão daqui de Mossoró, de outras cidades do RN e de estados vizinhos ao nosso, que veio para esse grande festival que já é o maior festival de cultura gospel do estado do Rio Grande do Norte. Um evento importante para o turismo religioso, movimenta a economia, isso é muito importante, além dos atrativos do evento, como o ‘Espaço Kids’, o ‘Front da Inclusão’. ‘Mossoró Sal & Luz’ 2023 foi sucesso total”, comentou o gestor.

“É um evento que começou no ano passado já com um grande sucesso, e agora vem como o maior festival de cultura gospel do Rio Grande do Norte. Começou na quinta, com 70 mil pessoas aqui na Estação das Artes, ontem muita gente também, e hoje essa multidão aqui. Foi um sucesso e tenho certeza que é um festival que veio para ficar”, afirmou o secretário municipal de Cultura, Igor Ferradaes.

Para 2024, já está confirmada a terceira edição do “Mossoró Sal & Luz”, uma vez que o festival integra o calendário oficial de eventos da cidade, conforme dispõe a Lei nº 3.997/2022, sancionada pelo prefeito Allyson Bezerra em 23 de dezembro de 2022.

Vereador mais votado da capital, Herberth Sena assume PSDB de Natal e anuncia reorganização partidária

Movimentos sociais como PSDB Mulher, Juventude, Diversidade e Tucanafro também serão reorganizados

O vereador Herberth Senna foi designado pelo presidente do PSDB Potiguar, deputado Ezequiel Ferreira como o novo dirigente da sigla na capital. O jovem que tem forte liderança na Zona Leste de Natal, foi o vereador mais votado da última eleição com 6.029 votos, tendo alcançado a maior votação de todo Rio Grande do Norte para a Câmara Municipal.

“Sei que através da competência e habilidade de Herberth Sena o PSDB passará por uma grande restruturação na capital. É com orgulho que podemos dizer que o PSDB construído a tantas mãos, é proporcionalmente o maior do Brasil e a legenda que mais cresceu no Rio Grande do Norte. E a alegria é maior em saber que cada um que está chegando pensa como todos nós, que a política é um instrumento para o bem comum”, disse Ezequiel Ferreira, que também é presidente da Assembleia Legislativa.

Herberth Sena mostrou que fará uma reorganização e novas filiações para fortalecer a sigla, visando às Eleições proporcionais do próximo ano em Natal. “O PSDB tem tido grande desempenho e crescimento de forma gigante em todas as regiões do Estado. Na capital, nossa intenção é partir com vigor, força destemor e com capacidade de sair muito maior nas urnas do próximo ano. Vamos construir uma forte nominata para ampliar nossa bancada”, disse Herberth Sena.

Também vai permanecer no PSDB o vereador Aldo Clemente, que em 2020 foi eleito pelo PDT e em 2022 migrou para a legenda tucana, sob a liderança do de Ezequiel Ferreira. O PSDB de Natal também vai reorganizar os movimentos PSDB Mulher, PSDB Sindical, Tucanafro, Juventude Tucana e a Diversidade Tucana.

Primeira noite do “Mossoró Sal e Luz” 2023 reúne 70 mil pessoas

A primeira noite do “Mossoró Sal e Luz” 2023 reuniu 70 mil pessoas nesta quinta-feira, dia 20 de julho, na Estação das Artes Elizeu Ventania. O ápice do evento se deu por volta das 22h30, quando a cantora Aline Barros estava no palco.

O número foi contabilizado pela organização do evento. As equipes de engenharia da Prefeitura trabalharam em conjunto com as equipes de comunicação para chegarem ao resultado. Foram utilizados drones simultaneamente ao longo do percurso e os dados fotográficos aéreos foram analisados por engenheiros que chegaram ao total de público. Dentro da Estação das Artes não foram instaladas barracas, o que ampliou o espaço para o público.

Grande público prestigia abertura do “Mossoró Sal e Luz” 2023 (Foto: Allan Phablo/Secom/PMM)

Na abertura do “Mossoró Sal e Luz” 2023 se apresentaram os artistas Elisac Regis, Jefferson & Suellen e Aline Barros. Neste ano, a gestão municipal ampliou o “Mossoró Sal e Luz” em sua estrutura, programação, atrações, consolidando o evento no calendário cultural de Mossoró e do estado.

“A gente está bastante feliz e satisfeito, pois o evento é um sucesso, atraindo mossoroenses e turistas. Aqui há várias caravanas. Um evento que já na primeira noite registra grande público. Tudo acontecendo na paz. Nós garantimos toda estrutura, segurança e ainda o transporte público com redução na tarifa. É um grande evento de cultura gospel de Mossoró e região, fomentando também e a nossa economia”, destacou o prefeito Allyson Bezerra.

Cantor e compositor Elisac Regis abriu a edição 2023 do festival. (Foto: Allan Phablo/Secom/PMM)

O cantor Elisac Regis foi a primeira atração a subir ao palco da Estação das Artes. O artista se apresenta no evento pela segunda vez consecutiva. “Para mim é uma honra estar aqui mais uma vez participando deste evento com muita graça. Mossoró uma cidade de sal e luz. A nossa missão maior é abençoar pessoas”, declarou.

A dupla Jefferson & Suellen, segunda atração da noite, trouxe para o palco do “Mossoró Sal e Luz” um show repleto de músicas de sucesso. “Eu me senti acolhida por Mossoró. Eu fiquei impactada pelo amor desse público que deu a vida, cantou muito no nosso show”, disse Suellen.

Dupla Jefferson & Suellen. (Foto: Allan Phablo/Secom/PMM)

“Uma experiência incrível estar aqui. É único, fantástico. Mossoró nos surpreendeu. Que bom que vocês lembraram do nosso nome. Estamos sem palavras para agradecer”, revelou Jefferson.

Do começo ao fim dos shows, o público interagiu com os artistas. “Está tudo muito lindo. As músicas ótimas. É tudo edificante. Estou na expectativa pelo show da Aline Barros. Louvar a Deus e agradecer é importante”, comentou Kaênio Almeida, estudante.

“É uma expectativa muito boa. Meu sonho desde criança é conhecer Aline Barros e hoje estou realizando”, contou Júlia de Souza, estudante.

Aline Barros encerrou a primeira noite do evento. (Foto: Allan Phablo/Secom/PMM)

Fechando a primeira noite de evento, a cantora Aline Barros, consagrada no cenário nacional e internacional, trouxe para Mossoró um show marcante. A emoção ditou o ritmo da apresentação que contagiou o público. “É sempre muito bom trazer memórias que marcaram nossas vidas, nossas gerações. Busco trazer canções que marcaram as histórias das pessoas. Aqui observamos as famílias reunidas, pessoas pulando, se alegrando. A coisa mais importante é ver o povo reunido com um propósito, levando a mensagem de vida, de Deus. Não tem preço participar deste momento”, ressaltou a artista.

A programação do “Mossoró Sal e Luz” 2023 segue pelos próximos dois dias na Estação das Artes. Na sexta-feira (21), se apresentam Banda Kairós, Leandro Borges e Sarah Farias. Já no sábado (22), encerrando o festival, os shows são de Cícero Oliveira, Banda Som & Louvor e Isadora Pompeo.

Fonte: prefeitura de Parnamirm

Álvaro Dias toma posse hoje como o novo imortal da Academia Norte-Riograndense de Letras.

A solenidade de posse do prefeito Álvaro Dias como novo acadêmico da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras nesta sexta-feira (21), em cerimônia realizada às 19h, no Salão Nobre da instituição.

O prefeito Álvaro Dias foi eleito com 29 votos e irá sentar na cadeira número 6, que pertencia ao imortal João Batista Pinheiro Cabral, recentemente falecido.

O livros de Álvaro “O que tenho a dizer”, lançado em 20/04/2022, foi um sucesso. No lançamento, toda a renda obtida foi revertida para duas instituições que atendem crianças na cidade: o Hospital Infantil Varela Santiago e o Projeto Acalanto Natal.

Essa obra reúne alguns dos seus discursos proferidos ao longo da sua trajetória política. Alguns intelectuais gostaram muito da forma como Álvaro Dias escreveu seu livro, com um estilo simples e agradável.

A chaga do preconceito

Padre João Medeiros Filho

Segundo Albert Einstein, “é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.” Este consiste na opinião formada sobre algo ou alguém, antes de conhecer o objeto do juízo, sem fundamento lógico. Cristo testemunhoudiversos tipos de posturas preconceituosas. Os Evangelhose Atos dos Apóstolos relatam a diferença de tratamentodispensado aos seguidores do Mestre por parte de seus contemporâneos, pertencentes a movimentos religiosos. Antes de Jesus, já existia uma animosidade entre judeus e samaritanos (cf. João 4, 9). Os fariseus, escribas e hipócritas menosprezavam os discípulos do Senhor (cf. Mt 12, 3-6). Ele mesmo era desdenhado. Ora, não é Ele o filho do carpinteiro? (Mt 13, 55). Contra essa forma de relacionamento se insurgiu o apóstolo Paulo: “Não há mais judeu nem grego, escravo nem livre, todos são iguais em Jesus Cristo (Gl 3, 28).

O preconceito fica abscôndito nos porões da política eciência, das etnias, culturas religiões etc. Em suas diferentes manifestações, leva ao desconhecimento da riqueza latente no outro. Ninguém é capaz de se renovar e aperfeiçoar sem diálogo e escuta serena do próximo. Não raro, a mídia denuncia condutas e situações, acentuadamente desiguais. Entretanto, tais iniciativascostumam ser seletivas, revestidas de carga ideológica edespidas do verdadeiro sentimento humanista.Providências legais e de cidadania acabam sendo diluídas, ignoradas e esquecidas.

Urge construir uma base sólida de humanismo, capaz de promover a adequada compreensão e o respeito ao semelhante. Assim, pode-se tocar no coração de cada indivíduo, a partir de um amplo processo educativo.  Não se muda uma mentalidade apenas por leis e decretos. É preciso atingir o âmago da alma, convencendo de que somos feitos do mesmo barro. O Livro dos Provérbios já lembrava: “O rico e o pobre têm algo em comum: o Senhor é o criador de ambos” (Pv 22, 2). O cristianismo pode oferecer fundamentos essenciais de humanidade. O Sermão da Montanha contém uma interpelação sempre atual, conclamando contra as ofensas ao semelhante. Jesusorienta a não faltar com o respeito devido à dignidade da pessoa.  Mas, por fragilidade emocional, soberba e apegoàs próprias convicções, o ser humano despreza as lições do Evangelho. Esquece o que ali se ensina: “Tudo, pois, quanto quereis que os outros vos façam, fazei, vós também a eles” (Mt 7, 12).  

O ser humano deve revestir-se de uma espiritualidademarcada de solidariedade e busca interior. “Só se vê bem com o coração”, afirmava Exupéry. O preconceito nasce da visão negativa e presunçosa sobre pessoas, situações e instituições. O cristianismo é luz, podendo contribuir para debelar atitudes intolerantes. Traz um conjunto de indicações que, se devidamente acolhidas, poderão mudarsentimentos perversos. É salutar a recomendação do apóstolo Paulo: “Não te deixes vencer pelo mal, vence antes o mal com o bem” (Rm 12, 21). Trata-se de um princípio basilar para neutralizar palavras e gestosdiscriminatórios. A orientação paulina abre um fecundo itinerário para enfrentar concepções e visões distorcidas.Assim, ao invés de excluir e marginalizar, priorizam-se o bem-estar e a paz do semelhante, mormente daqueles que carregam o peso da rejeição.

Os postulados cristãos têm força para romper o círculo vicioso que aprisiona a sociedade em uma convivência ilusória, injusta e com dinâmicas excludentes.Na visão do cristianismo, o preconceito é diabólicoteologicamente. Segundo os exegetas, o diabo é tudo aquilo que divide e exclui. Os gestos de aversão serão vencidos com o amor fraterno, como antídoto para discriminações de diferentes matizes. A lógica cristã não pode ser emaranhada e engolida por relativizações. Assim, a mensagem de Cristo cumprirá seu papel profético, capaz de levar a sociedade a mudanças. É fundamental assimilaros ensinamentos éticos e bíblicos, capazes de inspirar a renovação do tecido sociopolítico do Brasil, permitindo ao país livrar-se de uma convivência eivada de divisões e radicalismo. O preconceito é fruto da arrogância, jápresente em Eva e Adão, sequiosos de superioridade. O apóstolo Pedro definiu a visão cristã: “Deus não faz distinção de pessoas. Ao contrário, aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10, 34). 

Comunista!! – O ataque ao ministro Alexandre de Moraes


Comunista! Este é o xingamento principal desta corja ignorante bolsonarista. Por não conhecerem nada de história, chamam o ministro Alexandre de Moraes de comunista! Tenho dito que é extremamente difícil qualquer diálogo com estes ultradireitistas porque eles são muito primários. Ignorantes mesmo. Com uma visão pequena, rasa e maniqueísta do mundo. Em regra são pessoas muito despreparadas, sem nenhuma leitura, com tendência a serem violentos pois não têm argumentos. Agem como os “imbroxáveis” que por, não conseguirem completar o ato sexual, agridem as mulheres. A escória da humanidade.

Agora, chegam ao requinte da selvageria, crueldade e covardia ao agredirem fisicamente o filho do ministro Alexandre. Eles são os mesmo que tentaram o golpe em 8 de janeiro e depredaram o Plenário do Supremo Tribunal Federal. Se naquele dia algum ministro estivesse na Corte, teria sido esquartejado e exposto em praça pública. É disto que se trata. Defender a democracia e respeitar a Constituição mas, também, preservar a vida daqueles que se expõe para garantir o Estado Democrático de Direito. O ministro Alexandre está sofrendo estes ataques, assim como outros ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, por estarem tendo a coragem de se posicionarem contra a ruptura institucional e pela normalidade democrática. Este episódio da agressão física ao filho do ministro é de extrema gravidade e demonstra que os fascista continuam atentando contra a democracia. Estão vivos, feridos e aparentemente acuados, mas com a mesma selvageria e violência.

Tenho dito que a estabilização institucional só virá com a condenação criminal destes fascistas. E é necessário ter a coragem constitucional de responsabilizar a todos, inclusive o mentor inquestionável deste estado de coisas a que foi submetido o Brasil. Este covarde que agrediu o ministro e seu filho já foi candidato derrotado à prefeitura da sua cidade. Com este ato bestial, se habilita a ser candidato a senador da República. Certamente virou herói nas hostes bolsonaristas. Este é o pior adversário: o que não tem rosto. É um rosto comum que se apresenta pela violência, pelo ódio, pela ignorância. São exércitos da mais completa obtusidade que foram forjados com anos de fake news, com muita mamata do Estado, com investimento profundo em ignorância. Como debater com quem não tem escrúpulo, não tem limites, não tem ética?

É um jogo desigual pois os fascistas, ultradireitistas, não seguem a regra do jogo, que é a Constituição. Inventam até uma subleitura vulgar do artigo 142 da Constituição para defenderem um “ golpe constitucional “. Calhordas e cínicos. Para estes a saída é a lei. Sem excessos e preservando o devido processo legal e a ampla defesa. Mas sem perdão, indulto ou comiseração. Basta aplicar a lei aos fatos que são incontroversos. Parece simples, mas depende de todos nós democratas. Não podemos deixar só nas mãos do Judiciário, a sociedade toda tem que estar mais do que atenta, cobrando do Congresso e das instituições um firme posicionamento contra os atos golpistas. Não é em defesa só do Supremo, ou mesmo da democracia, é em defesa de cada um de nós.

Fonte: Fórum

Édipo Rei e detetive

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República
Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

Vou pegar um gancho no nosso último papo – sobre “Antígona” (441 a.C.), de Sófocles (497-406 a.C.) – e falar sobre Édipo Rei (429 a.C.), outra famosa tragédia do mesmo autor.

A narrativa/mito de Édipo é bastante conhecida (e notadamente desenvolvida na psicanálise de Sigmund Freud). Filho do rei tebano Laio, Édipo, ainda bebê, foi deixado para morrer, pois o seu destino era, segundo o Oráculo de Delfos, matar o próprio pai e desposar a mãe. Mas é salvo por um pastor. Já adulto, entre Corinto e Tebas, mata um velho homem. Chega a Tebas. Responde a um enigma proposto pela Esfinge. Salva a cidade. É feito rei, casando com Jocasta, sua mãe e viúva de Laio, assassinado misteriosamente.

Anos após a realização da profecia, e Édipo sendo rei de Tebas, uma peste castiga a cidade. O Oráculo de Delfos, segundo consultado por Creonte (que sucederá como rei), vaticina que, para salvar Tebas do sofrimento, é necessário descobrir e punir o assassino de Laio. Édipo promete aos cidadãos da pólis encontrar e punir o homicida. E é a partir deste ponto da estória (já pedindo desculpas por algum spoiler feito), que passo a desenvolver o argumento desta crônica.

O meu mote vem de uma observação de Cristiano Otávio Paixão Araújo Pinto, no texto “O teatro e a história do direito: a experiência da tragédia grega”, constante do livro “Direito & literatura: reflexões teóricas” (Livraria do Advogado Editora, 2008), no sentido que, em “Édipo Rei”, o leitor verá a origem do dito romance policial ou detetivesco. Segundo o autor, “a busca de Édipo pelos assassinos Laio – crime que, impune, causa o mal que abate Tebas – tem todos os ingredientes de uma investigação conduzida por um detetive. Édipo procura reconstituir a verdade dos fatos, ouve testemunhas, confronta relatos, concebe e afasta hipóteses, envia mensageiros para coletar informações e reúne todos os elementos obtidos em sua busca para formar a convicção acerca da identidade dos responsáveis. Quando consegue obter a verdade, Édipo constata a existência de apenas um responsável – o próprio Édipo. Suprema manifestação da ironia trágica”.

Ademais, embora o texto “O teatro e a história do direito: a experiência da tragédia grega” não seja explicito quanto a isso, podemos também traçar, a partir de “Édipo Rei”, a origem ou o conceito de um mui específico subgênero da literatura (e docinema), a “ficção de tribunal” (“courtroom drama”), uma vez que, nas palavras do seu autor, “o diálogo em que Édipo e Tirésias se enfrentam é, nesse sentido, paradigmático. (…). No confronto entre Édipo e Creonte, a investigação é ainda mais complexa, pois envolve suspeitas acerca do interlocutor (Édipo vê indícios de conspiração no comportamento de Creonte). Como observado por Knox, a cena, ‘em sua economia metódica, assemelha-se a procedimentos típicos de uma sala de audiência’”.

Convencionalmente falando, existem os “culpados de sempre” quanto ao pioneirismo sobre o que hoje categorizamos como ficção policial/detetivesca. O inglês William Wilkie Collins (1824-1889), autor de “The Woman in White” (1860) e de “The Moonstone” (1868). O estadunidense Edgar Allan Poe (1809-1849), criador do detetive Auguste Dupin, que protagoniza “The Murders in the Rue Morgue” (1841). E o francês Émile Gaboriau (1832-1873), autor “L’Affaire Lerouge” (1866), “Le Crime d’Orcival” (1867) e do detetive-título “Monsieur Lecoq” (1869).

Acredito que a ficção de tribunal ou courtroom drama, assim como a ficção detetivesca, seja uma subdivisão do gênero ficção jurídica (embora essa questão de gêneros e subgêneros na literatura seja deveras polêmica). Como “courtroom dramas” podemos classificar os romances/peças/filmes cujas estórias se passam perante uma corte de justiça em funcionamento, com seus atores (advogados, promotores, juízes etc.) realizando suas performáticas peripécias jurídicas. Em regra, há um pano de fundo filosófico na tensão entre a falibilidade do sistema (ou da “justiça humana”) e a descoberta do que é averdadeira Justiça. Dem diante, as coisas variam bastante. E enredo pode até focar na figura de um rei/juiz/detetive/culpado, como é o caso, poeticamente, de “Édipo Rei”.

Bom, sou chegado a convenções. Vou colocar “Édipo Rei” não como um fundador, mas como um precursor dos romances policiais. Um vanguardista, um inspirador. E vou também classificá-lo no subgênero da ficção de tribunal. A sua trama no “palco” da justiça me encanta muito mais de que qualquer audiência numa “sala” de justiça. Sófocles e “Édipo Rei”, nos comovendo e inspirando há séculos, cada vez mais cumprem osseus destinos.  

 

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República

Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL