
Prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos) é alvo de operação da Polícia Federal por suspeita de desvio de dinheiro na saúde.
Alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (10/4), o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), é suspeito de receber propina de um suposto esquema de desvio de dinheiro envolvendo um contrato com uma Organização Social de Saúde (OSS) para gerir uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade que do interior paulista.
Segundo apurou o Metrópoles, a investigação da PF partiu da suspeita de contratação emergencial da Organização Social ACENI – atualmente denominada Instituto de Atenção à Saúde e Educação (IASE), em 2021, no primeiro mandato de Manga — o republicano foi reeleito em 2024. Nesta quinta, ele foi alvo de busca e apreensão em Sorocaba, na Operação Copia e Cola.
A partir da quebra de sigilo dos investigados, a PF identificou indícios de que Manga recebeu propina por meio de transações de imóveis e depósitos em espécie a operadores financeiros. Entre os operadores, segundo a investigação, estaria Marcos Mott, um amigo do prefeito e que também foi alvo da operação.
Ainda de acordo com a PF, transações suspeitas investigadas também ligam uma igreja à qual pertence a cunhada do prefeito e o marido dela ao esquema e seu marido — ambos se identificam como bispos.
Em um carro ligado aos bispos, foram encontradas caixas com R$ 863 mil em dinheiro vivo. A PF também está contabilizando dinheiro confiscado em um cofre.
Segundo as investigações, a OSS está em nome de um testa de ferro e é comandada, na verdade, pelos empresários Paulo Korek e Anderson Luis Santana, donos de companhias subcontratadas pela entidade.
Korek também é presidente do Água Santa, time de futebol de Diadema, na Grande São Paulo. Já Santana, segundo investigadores, tem histórico de prisão por tráfico de mais de 200 kg de cocaína.
Além de Manga, o ex-secretário de Saúde Vinicius Rodrigues foi alvo de buscas da PF.
A investigação teve início no ano de 2022, após suspeitas de fraudes na contratação de uma Organização Social para administrar, operacionalizar e executar ações e serviços de saúde no município de Sorocaba.
Foram identificados atos de lavagem de dinheiro, por meio de depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias.
Também foi determinado o sequestro de bens e valores no total de até R$ 20 milhões e a proibição da Organização Social (OS) investigada de contratar com o poder público.
O que diz Rodrigo Manga
Em nota, o prefeito Rodrigo Manga informou que “está havendo plena colaboração com as autoridades” envolvidas na operação desta quinta-feira, “para que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos, o mais brevemente possível”.
“Vale destacar que a operação acontece em um momento de grande projeção da cidade e do nome do prefeito Rodrigo Manga no cenário nacional”, diz a nota. “Não é a primeira vez na história que vemos ‘forças ocultas’ se levantarem contra representantes que se projetam como uma alternativa ao sistema e dão voz ao povo.”
Em outra nota, a defesa de Manga afirma que não há elementos que relacionem o prefeito a atos ilícitos e diz que a PF “tenta proceder a ilegal ‘pesca probatória’ para investigar a pessoa, o que é vedado por nossa legislação. A defesa vê tal ato com enorme preocupação, justamente porque não se pode permitir que se faça uso político de nossa força policial, induzindo o Poder Judiciário em erro”.
Metrópoles