Foto: Pedro França/Agência Senado
Desde que o STF (Supremo Tribunal Federal) barrou a candidatura dos atuais presidentes da Câmara e do Senado para mais um mandato nos cargos, as negociações para sucedê-los se intensificaram. O deputado Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, anunciou a candidatura e já aglutinou partidos que somam mais de 200 deputados. Disputa com nome ainda desconhecido de grupo encabeçado por Rodrigo Maia (DEM-RJ)
No Senado, a corrida eleitoral está menos avançada. Ainda não há decisões de bancadas completas para os candidatos postos. Quem sai na frente é o grupo do atual presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que apadrinhou a candidatura de seu correligionário Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Sua equipe conta com pelo menos 20 votos, mas de apoios individuais.
Do outro lado, o MDB, maior partido da Casa –que tradicionalmente ocupa o cargo– ainda não decidiu quem apoiará de seus 4 nomes possíveis. Eduardo Braga (AM), Eduardo Gomes (TO), Fernando Bezerra (PE) e Simone Tebet (MS), começaram suas próprias campanhas para tentar angariar os 41 votos necessários para se tornar presidente do Senado.
CÂMARA DOS DEPUTADOS
Contando as bancadas dos partidos que estão em torno de cada grupo político que disputa a presidência da Casa, Arthur Lira tem 204 votos. O bloco de Rodrigo Maia, 146. O Poder360/Drive não considerou os 12 deputados suspensos do PSL.
A esquerda se uniu contra Lira. PT, PSB, PDT, Psol e PC do B ainda não anunciaram apoio ao grupo de Maia, mas tendem a embarcar no candidato desse bloco ao menos no 2º turno. Os mais cotados são Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP). Confirmado o movimento, o jogo penderá para o lado de Maia.
Deputados do PSB já se mostraram simpáticos a Lira. O Solidariedade, que está no bloco do pepista, ainda quer ouvir os outros concorrentes. Esses são exemplos de como o cenário é fluido.
Como a votação é secreta, deputados podem votar contra a orientação dos partidos sem serem punidos. Se os 513 deputados votarem serão necessários 257 votos para vencer.
Mas os blocos são importantes para garantir espaços como cargos na Mesa Diretora e presidências de comissões.
As eleições da Câmara e do Senado estão marcadas para 1º de fevereiro de 2021. Quem for eleito terá mandato de 2 anos.
SENADO FEDERAL
Os apoios que Alcolumbre tem conseguido vêm a conta-gotas por estratégia do próprio senador. O congressista tem conversado individualmente com seus colegas para tentar viabilizar seu sucessor.
Ao seu lado tem o presidente Jair Bolsonaro. Este prometeu ao amapaense uma vaga na Esplanada em 2021. O atual presidente do Senado, que deixa o posto em 1º de fevereiro, poderá escolher a pasta que desejar.
Aliados de Alcolumbre entendem que ele deve pedir para ser articulador político de Bolsonaro, função hoje desempenhada pelo general Luiz Eduardo Ramos, que é ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, com sala no 4º andar do Palácio do Planalto.
Até o final de janeiro, Alcolumbre está comissionado para ajudar a coordenar a escolha de um candidato a presidente do Senado.
Nesta 4ª feira (16.dez), representantes do MDB anunciaram que o partido apoiará um único nome. A promessa foi recebida com desconfiança por alguns senadores, principalmente os mais ligados a Alcolumbre.
Saem já com 13 votos, por serem da maior bancada da Casa. Tentam angariar apoios de grandes partidos que estão indecisos como o PSD, que tem 12 senadores, o Podemos, que tem 10 votos (e resistência a estar ao lado de Bolsonaro), o PP e o PSDB, com 7 votos cada (podem se cacifar e atrair a atenção do Planalto).
A oposição tem papel decisivo para obter a quantidade de votos necessária. PT, Rede, Cidadania, PSB e PDT terão reunião em 23 de dezembro para fechar a quem darão apoio. Juntos, têm 15 votos.
A ideia é ter diretriz única, o que é difícil de acontecer porque há senadores que já prometeram apoio ao candidato de Alcolumbre. O PT, por exemplo, que é a maior bancada desse grupo com 6 senadores, cogita seguir com Pacheco apesar de ainda não ter anunciado posicionamento oficial.
Poder 360