Em meio às disputas pela eleição da presidência da Câmara, o Planalto tenta travar a tramitação da reforma tributária para evitar uma vitória de Rodrigo Maia.
A aprovação da reforma, segundo assessores palacianos, traria força para Maia e os pré-candidatos à presidência da Câmara Aguinaldo Ribeiro (relator) e Baleia Rossi (autor da proposta).
O grupo encabeçado por Maia tem utilizado a reforma tributária para negociar o apoio de partidos da esquerda. Como mostramos, o relator fez ao menos três mudanças na proposta para agradar a oposição, como o aumento progressivo na tributação de herança.
Para ajustar a negociação em torno da reforma tributária, Jair Bolsonaro mandou Ricardo Barros tomar as rédeas. Paulo Guedes, que insistia na criação de uma nova CPMF para bancar a desoneração da folha, deve ficar de lado.
Com a ordem de Bolsonaro, Barros soltou uma nota hoje para dizer que o governo espera o relatório de Aguinaldo Ribeiro para se posicionar. “É desejo do presidente uma reforma tributária que simplifique e modernize os impostos sem aumento de carga tributária”, disse.
O grupo de Rodrigo Maia tenta concluir o relatório da reforma até o início da próxima semana. Os deputados tentam acordo para votar o texto na comissão mista no próximo dia 10. Apesar de Maia dizer que tem cerca de 320 votos para aprovar a PEC, ainda falta articulação para fechar o texto.
No Planalto, a ideia é segurar a votação até o início de 2021. Os governistas acreditam na vitória de Arthur Lira para a presidência da Câmara e apostam na base aliada para travar o avanço da reforma tributária ainda este ano.
O Antagonista