
O fracasso da manifestação de Bolsonaro no Rio de Janeiro ontem foi um evento extremamente significativo. Mesmo com a presença de quatro governadores, políticos influentes da extrema direita e a promessa de reunir um milhão de pessoas, apenas 18 mil bolsonaristas compareceram.
Com o recebimento da denúncia pelo Supremo Tribunal Federal, no dia 25 de março, contra Bolsonaro e seus aliados, a próxima manifestação a favor da anistia deverá reunir apenas 1.800 pessoas. Com a provável condenação até setembro, se houver outra mobilização, estarão presentes 180. Após a prisão, é improvável que aconteça qualquer manifestação, pois nem o próprio Bolsonaro poderia comparecer, por razões óbvias.
Diante desse cenário, é difícil entender o motivo da convocação feita por Guilherme Boulos para uma manifestação contra a anistia no dia 30 de março. A “resposta” ao bolsonarismo – incluindo Tarcísio – já foi dada pelo retumbante fracasso da manifestação no Rio.
O ato, coordenado por Silas Malafaia, também deixa claro que a defesa de Bolsonaro parece ter abandonado a estratégia jurídica e optado pelo embate político. Parece até que tentam forçar uma prisão preventiva para gerar instabilidade. A manifestação, marcada por agressividade, foi uma afronta ao Supremo Tribunal Federal a poucos dias do recebimento da denúncia.
Realizar uma manifestação contra a anistia, após o fiasco bolsonarista no Rio, seria um grande erro. Se não levarmos um milhão de pessoas – e não levaremos –, daremos espaço para que a direita e a extrema direita explorem essa fraqueza.
O melhor agora é apenas aguardar o desenrolar do processo. Em setembro, Bolsonaro estará condenado. Não devemos cair no jogo da direita.
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