Relatório enviado ao STF indica que o deputado teria cometido os crimes de corrupção passiva, peculato e associação criminosa.
A PF (Polícia Federal) indiciou nesta 5ª feira (12.set.2024) o deputado André Janones (Avante-MG) e outras 2 pessoas pelo suposto esquema de “rachadinha” (repasse de salários) no gabinete do congressista. Na gravação que deu início às apurações, Janones teria feito uma reunião com assessores em que citou a devolução de parte da remuneração dos funcionários.
Janones foi indiciado por peculato (termo em que se enquadra a conhecida “rachadinha”), associação criminosa e corrupção passiva. Os outros 2 indiciados, um assessor e outro ex-assessor, foram indiciados por associação criminosa e corrupção passiva.
No relatório enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), a PF indica que Janones é o “eixo central em torno do qual a engrenagem criminosa gira”.
“A investigação expôs a ilicitude de seus atos em todas as etapas, desde o início até o desfecho”, afirma o documento.
ACUSAÇÃO VEM DE ÁUDIO VAZADO
Um áudio atribuído a Janones indica a participação do congressista em um suposto esquema de “rachadinha”. As informações forma divulgadas pelo portal de notícias Metrópoles.
Ele é acusado de supostamente participar de um esquema de desvio de salários de assessores do gabinete dele para cobrir despesas de campanhas eleitorais. O deputado nega.
Em junho, a corporação já havia enviado ao Supremo um laudo de perícia certificando que a voz no áudio era de Janones.
A gravação vazada teria sido feita em fevereiro de 2019, quando ele foi eleito pela 1ª vez ao Legislativo. No áudio, Janones diz que conversará em particular com os interlocutores para negociar a rachadinha e auxiliar no custeio de suas contas pessoais.
No relatório à Corte, a PF diz que o áudio teve a sua veracidade corroborada tanto pelos participantes da reunião, quanto por laudos periciais, e “comprovou que o parlamentar solicitou a devolução de parte da remuneração dos seus assessores”.
OUTRO LADO
O Poder360 entrou em contato com o deputado, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
Apesar de não haver resposta para o desdobramento do caso nesta 5ª (12), Janones já disse em outras oportunidades que não teria cometido irregularidades em seu gabinete.
Anteriormente, afirmou que o áudio foi espalhado “pela extrema-direita” e negou ter participado de um esquema de rachadinha. “Usaram uma gravação clandestina e criminosa, um áudio retirado de contexto e para tentar me imputar um crime que eu jamais cometi”, disse.
Poder 360