Kakay – 24.mai.2024
“Nós somos homens, Filipe, e vivemos quase como máquinas. Essa ânsia de progredir, de acumular dinheiro, de construir, faz a gente esquecer o que tem de humano.”
–Érico Veríssimo, “Olhai os Lírios do Campo”.
Por outro lado, é surpreendente ver certas reações de algumas pessoas de lá, especialmente dos políticos e de parte da mídia. No meio de uma das maiores catástrofes já ocorridas no Brasil, é incrível a cara de pau de certos políticos, que colocaram seus mandatos e seu prestígio contra as medidas preventivas para impedir o desastre e ainda tiveram a ousadia de propor a prorrogação dos mandatos. Oportunistas baratos.
“Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. (…) De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?”.
Paralelamente a isso, é estarrecedor ver o solene desprezo com que se trata o enorme e gigantesco esforço dedicado à crise pelo governo federal. Penso ser essa uma obrigação do governo. Mas é admirável ver o senso absolutamente republicano com que tem se portado a gestão do presidente Lula.
Mas não é só essa guerra surda e baixa de parte dos políticos. Não vejo, e quero estar enganado, as associações de classe do Estado, as cooperativas fortes do famoso agronegócio, as empresas e os grupos empresariais se manifestarem em solidariedade e agradecimento expresso ao enorme esforço do Estado federal.