São muitos anos de descaso acumulado no trato criminoso com a natureza. De certa maneira, todos nós somos responsáveis pelos maus tratos. Claro que em escalas muito diferentes. Não pode ser a mesma coisa uma garrafa plástica que se joga no chão, ou que não é recolhida na rua, e a destruição dolosa das nascentes para fazer uma pastagem em larga escala. Mas a garrafa plástica vai se juntar a outras e vai entupir as bocas de lobo, que poderiam ajudar no escoamento das águas.
Impressiona imaginar que a eliminação de uma estrutura jurídica de contenção dos abusos seja algo planejado e meticulosamente pensado. A imagem da reunião ministerial de Bolsonaro durante a pandemia, na qual seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse, sem rodeios, que era necessário aproveitar que a imprensa estava cuidando desse problema para “passar a boiada” é de uma crueldade sem limites. E ele explicava para seus cúmplices, com detalhes, quais seriam os planos de desmanche para, “de baciada”, mudar as regras ligadas à proteção ambiental e à área de agricultura.
Criminosamente defendeu, na frente do presidente da República e seus ministros, que fosse mudado todo o regramento e simplificadas as normas do Iphan, do Ministério da Agricultura e do Ministério de Meio Ambiente. Criminoso!