Putin celebra na Rússia: presidente está mais poderoso que nunca?

Putin inicia seu quinto mandato como presidente russo, o mais longevo da história do país desde o ditador soviético Joseph Stalin. — Foto: Reuters via BBC

Putin inicia seu quinto mandato como presidente russo, o mais longevo da história do país desde o ditador soviético Joseph Stalin. — Foto: Reuters via BBC

O presidente Vladimir Putin se declarou vencedor das eleições presidenciais na Rússia neste domingo (17/03) e, durante discurso em seu centro de campanha em Moscou, afirmou que seu quinto mandato fará o país mais forte.

Os resultados oficiais ainda são incompletos, mas a pesquisa de boca de urna projetou uma vitória com enorme folga, com 87% dos votos – o que não é nenhuma surpresa.

Desde o anúncio de sua candidatura, o Kremlin garantiu que Putin não tivesse nenhum adversário com chances de derrotá-lo. Por isso, era certo que ele garantiria um novo mandato por uma vitória esmagadora.

Aos 71 anos, Putin já governou a Rússia por mais tempo do que qualquer governante desde o ditador soviético Josef Stalin, que passou quase 31 anos no poder.

 

Ele é presidente da Rússia desde 2000, além de ter passado quatro anos como primeiro-ministro devido ao limite de dois mandatos então imposto pela Constituição russa.

De lá para cá, ele mudou as regras para ter caminho livre para concorrer novamente em 2024, “voltando a zero” seus mandatos anteriores. Isso significa que ele também poderá concorrer a outro mandato de seis anos em 2030.

A votação ocorreu nos 11 fusos horários da Rússia e se encerrou às 20h do horário local (15h do horário de Brasília) no ponto mais ocidental do país, no enclave de Kaliningrado.

Houve também eleição na Crimeia, que a Rússia anexou ilegalmente em 2014, e nas regiões ucranianas ocupadas na guerra iniciada em 2022: Zaporizhzhia, Kherson, Donetsk e Luhansk.

Há relatos de que as autoridades detiveram mais de 74 pessoas em 17 cidades da Rússia por ações de protesto relacionadas com as eleições presidenciais.

Esse número veio do grupo de direitos humanos OVD-Info, que anteriormente afirmou que mais de 50 pessoas tinham sido presas.

A BBC não conseguiu verificar essa informação e não está claro o que motivou as detenções e se elas estão ou não diretamente relacionadas com as manifestações contra Putin.

A estimada alta participação nas eleições e o alto apoio ao presidente pretendem ser usados por Putin, segundo dos analistas, para agregar legitimidade às suas decisões relativas à guerra contra a Ucrânia.

O conflito custou a vida de milhares de soldados russos. Outras centenas de milhares de russos, principalmente jovens, educados e de classe média, deixaram o país nos últimos 24 meses, seja porque não concordavam com a guerra ou porque não queriam ser recrutados para o combate.

Fonte: G1