
Os vestígios do deslizamento de terra ainda podem ser vistos entre os escombros da Rua Marcassita e Ouro Preto, no Conjunto Pirangi, quase um mês após o ocorrido. O desastre, que resultou na destruição de todo relevo inclinado, causou a interdição de uma nova casa nesta sexta-feira 15. Agora, são 10 residências impedidas de ter moradores.
Na manhã desta sexta 15, a equipe do AGORA RN esteve no local do incidente e conversou com Jaílton de Souza, um dos moradores afetados. Ele relatou que havia aguardado por três dias uma vistoria em sua residência por parte da Defesa Civil municipal.
Jaílton, cuja casa no primeiro andar foi atingida, lamentou que seu inquilino, que ocupava a moradia no andar de baixo, tenha recebido assistência financeira da Prefeitura, enquanto ele, que vivia no andar superior, ainda não recebeu nenhum tipo de auxílio. “Algumas pessoas receberam aluguel. Eu morava em cima e tinha uma renda de R$ 600 embaixo. Aí o morador de baixo teve direito e está recebendo, e eu, que estou em cima não tenho?”, questionou.

O morador, que está atualmente desempregado, disse que estava “esgotado” da situação, já que a Defesa Civil havia prometido comparecer nos dias anteriores, mas não apareceu. Ele conta que está morando na casa de familiares, próximo à Macaíba, e que os custos do percurso estão insustentáveis.
A Defesa Civil compareceu ao local no final da manhã e vistoriou a casa de Jaílson. O órgão justificou o atraso devido a outros incidentes próximos à região.
A Diretora do Departamento de Defesa Civil e Ações Preventivas, Fernanda Jucá, responsável pela vistoria, disse que na ocasião do desabamento o morador não estava presente e por isso não teve sua casa totalmente interditada.

Ao final da vistoria, a responsável pelo caso avaliou que, de fato, o imóvel deveria estar totalmente interditado. Segundo ela, a construção era conjugada e agora tem um laudo em definitivo que pode dar direito do proprietário buscar benefícios em relação à moradia.

“Foi realmente interditada a parte de cima, consequentemente por causa da de baixo. Não tínhamos o laudo diferenciando e agora temos. Ele vai ao atendimento da Semtas para ver a questão do direito ao aluguel social, com todos os direitos e benefícios que outras pessoas também tiveram. Aí o julgamento de se ele vai ter direito ou não, com enquadramento na lei, é com a Semtas”, disse.
Fonte: www.agorarn.com.br