Ricardo Cappelli foi interventor na Segurança Pública do Distrito Federal
O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, assumirá o comando interino do Gabiente de Segurança Institucional da (GSI). A informação foi anunciada a jornalistas pelo ministro da Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta.
Cappelli substituirá, de forma interina, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, que pediu demissão do cargo, nesta quarta-feira (19/4). O anúncio ocorreu após a CNN Brasil divulgar um vídeo que mostra o chefe do GSI dentro do Palácio do Planalto durante as invasões de 8 de janeiro. É a primeira baixa no alto escalão do governo Lula, pouco tempo depois de completar 100 dias.
Segundo Pimenta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda decidiu pelo afastamento do atual secretário-executivo do GSI, Ricardo Nigri. De acordo com o ministro da Comunicação Social, Cappelli será nomeado secretário-executivo interino do GSI e responderá pelo órgão também de forma interina.
“O presidente da República decidiu que, juntamente com o afastamento do general G. Dias, haverá também o afastamento do secretário-executivo do GSI. E será nomeado, interinamente, como secretário-executivo do GSI, respondendo pelo GSI interinamente, o senhor Ricardo Cappelli. Portanto, tão logo esteja publicada no Diário Oficial, o Ricardo vai ficar respondendo pelo GSI”, disse Pimenta.
A jornalistas, o ministro disse que Lula “entendeu que era importante” que um substituto fosse escolhido “imediatamente”. A ideia é que Cappelli fique responsável pelo comando do GSI nos próximos dias, até que Lula encontre um substituto efetivo para o cargo.
Nas gravações divulgadas pela CNN é possível ver, além de Gonçalves Dias, militares do GSI, que são responsáveis pela segurança de autoridades e do Planalto, guiando os invasores para portas de saída, em clima ameno.
Após o pedido de demissão, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República disse que “não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro”. Veja a íntegra da nota:
“A violência terrorista que se instalou no dia 8 de janeiro contra os Três Poderes da República alcançou um governo recém-empossado, portanto, com muitas equipes ainda remanescentes da gestão anterior, inclusive no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que foram afastados nos dias subsequentes ao episódio.
As imagens do dia 8 de janeiro estão em poder da Polícia Federal, que tem desde então investigado e realizado prisões de acordo com ordens judiciais.
No dia 17 de fevereiro, a Polícia Federal pediu autorização para investigar militares e, a partir do dia 27 de fevereiro, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), tem realizado tais investigações, inclusive com a realização de prisões.
Dessa forma, todos os militares envolvidos no dia 8 de janeiro já estão sendo identificados e investigados no âmbito do referido inquérito. Já foram ouvidos 81 militares, inclusive do GSI.
O governo tem tomado todas as medidas que lhe cabem na investigação do episódio.
E reafirma que todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.
A orientação do governo permanece a mesma: não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro.”
Apurando condutas
Mais cedo, o GSI divulgou uma nota para tentar explicar as imagens. O órgão disse que vai apurar a conduta dos militares que estavam no local.
“A respeito de reportagem veiculada no dia de hoje, sobre os ataques do 8 de janeiro, o GSI esclarece que as imagens mostram a atuação dos agentes de segurança, que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da PM/DF, foi possível realizar a prisão dos mesmos”, diz o documento.
“Quanto às afirmações de que agentes do GSI teriam colaborado com os invasores do Palácio do Planalto, informa-se que as condutas de agentes públicos do GSI envolvidos estão sendo apuradas em sede de sindicância investigativa instaurada no âmbito deste Ministério e, se condutas irregulares forem comprovadas, os respectivos autores serão responsabilizados”, segue o comunicado do GSI
Fonte: Terra Brasil notícias