Há 15 anos milito na política de Parnamirim, como candidato e como eleitor, confesso que não entendo esse desenho político atual, seja oposição, seja situação, todos visam a sucessão para a chefia do executivo em 2024.
A desorganização política eleitoral e partidária, promovida pelo último pleito estadual, deixou o cenário ainda mais confuso para os eleitores e para os profissionais do setor. Vejamos o tempo e o espaço político de cada grupo, faltando cerca 20 meses para a eleição municipal de 2024.
Na oposição, temos a Professora Nilda hoje fortalecida eleitoralmente, depois da última eleição e sem um grupo para consolidar sua permanência na liderança das pesquisas, mas ela resiste com o desafio de continuar viva politicamente, defendendo sempre a bandeira das mulheres e se mantendo com o seu estilo próprio de fazer suas campanhas, dando voz às mulheres com um discurso de ser a primeira mulher a governar Parnamirim.
No lado do governo, há um verdadeiro UFC das vaidades. A vice-prefeita Kátia Pires ficou para trás, perdeu seu espaço no grupo situacionista. Em 2020, a galega conquistou sua eleição de vice-prefeita, obrigando politicamente o prefeito Taveira a destronar parte da câmara que já gritava o nome de Abidene como seu vice em sua chapa. Kátia jogou fora a grande oportunidade de exercer o protagonismo de liderar um movimento, visando o seu próprio fortalecimento na eleição 2022, quando fez corpo mole na campanha de Taveira Júnior e em nome do pai, teria que abençoar o filho e essa oportunidade ela desperdiçou, jogou fora. Agora só restou ir passar o carnaval em São Paulo. Dizem que por lá, ela só encontrou muita chuva e partido que é bom, nada de nada, desmoronou.
Ainda no grupo da situação, temos o presidente da Câmara Wolney França, esse registra uma curva de crescimento ascendente, sendo materializada com sua eleição para Fecam, mas o vereador enfrenta um grande desafio que é reconquistar espaços, junto à primeira dama Alda Lêda Taveira, que fecha a porta pelo lado de dentro do quarto e prende o Coronel politicamente, fazendo ele ouvir o que muitas vezes, ele não quer ouvir e só abre a porta do poder quando ela quer. Wolney fará a sua escolha partidária e dará um norte de como se comportará o chefe do executivo municipal para sua tão esperada decisão que é a declaração de apoio para eleição de 2024.
Wolney já tem o sim do filho do coronel, o deputado estadual Taveira Júnior, falta agora só o restante da família.
Tem também Vavá Azevedo que está orando, reunindo a família do prefeito em busca de ocupar qualquer espaço na chapa majoritária. Só lembrando que nos últimos anos, Vavá não larga o pé do prefeito Taveira, vem colando nas obras do alcaide, visando subir de posto e tudo isso, com a orientação política de Rodrigo Taveira. O vereador entra até na cozinha do poder, só não consegue chegar no quarto, pois a porta está fechada e a chave, a primeira dama Alda Lêda não libera para seu ninguém.
O rapaz da telinha, Salatiel de Souza consolidou um espaço, mas isso não representa um projeto de poder majoritário para terceira maior cidade do Estado. Ele atirou no que viu e acertou naquilo não viu, anda surfando nas fotos ao lado do prefeito Taveira e de alguns assessores que rejeitam os nomes de Kátia Pires, Vavá e Wolney França. O apresentador tem que tomar cuidado com as Magas que andam furiosas com essa ideia de candidatura sem pé nem cabeça na cidade.
Mas ainda existem três personagens nesse jogo que merecem uma atenção redobrada.
O primeiro é o secretário do gabinete civil Homero Grec que se transformou em uma figura indispensável, tanto na gestão, quanto na organização política da cidade. Na eleição de Taveira Júnior, ele foi considerado um dos principais responsáveis pela vitória e hoje, o seu nome ainda circula entre os possíveis escolhidos pelo prefeito Taveira para sucedê-lo, apesar dele negar essa possibilidade.
Outro nome da gestão, é o do Coronel Marcondes Pinheiro, homem que goza da maior confiança do prefeito, da primeira dama Alda e também dos filhos do casal que exercem uma influência gigantesca nas decisões políticas do pai prefeito.
Por último, não menos importante, está o deputado estadual Taveira Júnior, que sentou na cadeira da Assembleia, graças a força e união de Parnamirim e que para se manter no legislativo estadual, precisará eleger o sucessor do seu pai e ganhar a oportunidade de permanecer deputado estadual. Assim, Taveira Júnior irá lutar para que esse nome escolhido pelo seu pai, o prefeito Taveira, possa ser uma figura acima de qualquer suspeita e esteja comprometido com sua reeleição.
Portanto, não basta só ganhar em 2024, tem também que levar 2026 no pacote. Ou seja, barba cabelo e bigode. E o lema na situação é: marcha soldado que a eleição já está raiando e o povão já está de pé.
Correndo por fora, não podemos esquecer de Marciano Júnior que estuda a hora de pousar na nave da sucessão.
Detalhe, Agnelo, Maurício e Taveira não prepararam seus sucessores, mas elegeram seus candidatos, usando a força do poder que parnamirim representa no cenário político e eleitoral do estado.